Com Pedro Passos Coelho aparentemente fora da corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa, André Ventura vai alimentando a tese de que Henrique Gouveia e Melo pode ter o perfil ideal para ser apoiado pelo Chega. Percebe-se porquê: a farda do almirante (que representa, no fundo, as ideias de ordem, rigor e autoridade) pode provocar um certo fascínio junto de parte do eleitorado do Chega, sensível à ideia de que é preciso pôr o país na “ordem” e corrigir aquilo que os “políticos” de “sempre” não são capazes de corrigir. Mas a ideia de apoiar Gouveia e Melo está muito longe de ser consensual no partido — sobretudo quando vão sendo recuperadas publicamente algumas das opiniões já assumidas pelo militar.
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A ideia de ter um militar de novo em Belém começou por agradar a vários dirigentes do Chega e foi várias vezes assumida por André Ventura. Não só porque uma hipotética vitória de Gouveia e Melo podia ser capitalizada como uma derrota do “sistema”, mas também porque o perfil do militar agrada seguramente a uma parte do eleitorado do partido. Além disso, Gouveia e Melo foi surgindo cada vez mais destacado nas sondagens e isso não é de somenos — ninguém gosta de apostar no cavalo errado.
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