quarta-feira, 28 de março de 2012

Incompetência

A notícia que deu início a este fim-de-semana demonstra bem que, esteja quem estiver no poder, a falta de vergonha e pudor é a mesma e só pode ter explicação em entendimentos ou acordos ocultos que levam quem está no poder a dar recompensas chorudas aos que mais criticaram no passado.
A tentativa de colocar Teixeira dos Santos na administração da PT, como representante da Caixa Geral de Depósitos, com o acordo do ministro das Finanças e do governador do Banco de Portugal, escandaliza qualquer cidadão de bom senso.
Ao achar que esta é a uma solução aceitável, o Governo diz muito de si próprio e da forma como tenciona manter tudo como está na coisa pública.
Aparentemente, foi graças à coligação e à visão política de Paulo Portas que esta nomeação não se verificou, não que sem antes se tenha sublinhado que não estava em causa a competência técnica do ex-ministro das Finanças.
Mas é precisamente de incompetência que se trata: um ministro das Finanças que conduziu o país a uma situação de bancarrota como aquela em que nos encontramos no mínimo é incompetente.
O cancro da nossa elite política é, justamente, ser incapaz de dar o nome às coisas, na hora da verdade.
Façam o que fizerem, os ex-membros do Governo são sempre grandes técnicos, o que justifica uma entrada directa para a administração de grandes empresas. Naturalmente, com grandes contratos com o Estado.Raquel Abecasis

segunda-feira, 26 de março de 2012

Há bufos na extrema-esquerda portuguesa

A tradicional guerra de números após cada greve entre sindicatos e governo faz parte do passado. Esqueçam lá isso! Agora, com o advento dos grupelhos de indignados e afins, e perante a crescente e manifesta falta de adesão popular às suas manifestações, o que está na moda é desviar atenções e atacar a polícia: primeiro através de confrontos físicos, depois através de uma difamação pública persecutória e falaciosa.
Perante a confrangedora falta de mobilização que as várias manifestações tiveram no último dia de greve geral, ao contrário da CGTP (que se recolheu num silêncio envergonhado), os auto-proclamados indignados começaram uma campanha de acusação à PSP. E o processo é sempre o mesmo: começam por acusar os agentes, esses fascistas, de terem começado os confrontos contra os coitadinhos que, inocentes, apenas queriam manifestar-se e, após cabalmente desmentidos pelos factos, refugiam-se na acusação de que haveria agentes infiltrados na multidão com o fim específico de provocar e começar os confrontos.
Mas, por vezes, as coisas correm mal. É que se essa teoria tem, só por si, pés de barro, ela acaba por desfazer-se em pedaços perante certos exemplos que deviam encher de ridículo quem os usa.
Um desses exemplos aconteceu na passada sexta-feira. Como refere esta notícia, a Anonymous Portugal identificou três indivíduos que teriam iniciado os desacatos, sendo depois vistos a conversar animadamente com os agentes da PSP. Conclusão da Anonymous Portugal: os três indivíduos eram agentes da PSP infiltrados na manifestação com ordem para provocar os confrontos. As peças estavam a encaixar-se na perfeição e o puzzle da teoria da conspiração, tão conveniente à Anonymous Portugal, estava quase completo.
Faltou, no entanto, uma: a verdade. E a verdade é que esses três homens, prontamente denunciados pelas fotos da Anonymous Portugal no facebook, eram estivadores de Aveiro e estavam em Lisboa para cumprir o mesmo papel que os restantes: manifestar a sua indignação. Esta situação já foi denunciada no site dos estivadores de Aveiro e no facebook da Anonymous Portugal pela própria advogada dos estivadores.
Sendo certo que esta foi uma tentativa meritória da Anonymous Portugal de contribuir para a construção da realidade maniqueísta, em que o pobre do manifestante é esmagado pela opressão policial, em que os grupelhos seus semelhantes andam empenhados, acabou por ser um enorme tiro – ou petardo, talvez – no pé da organização que, de uma só vez, denuncia comprovadamente companheiros de luta como instigadores da violência e acrescenta mais um argumento à defesa de uma actuação “limpa” da PSP.
Com bufos deste calibre, um indignado já não se pode indignar em paz. Uma maçada.
P.S.: Entretanto, a Anonymous Portugal alterou o nome do álbum em que apareciam as fotos em causa, identificando os protagonistas como estivadores. No entanto, aqui podemos ver a “versão original”.
P.P.S.: Parece que mudar o nome do álbum não era suficiente. Por isso, os administradores da página de facebook da Anonymous Portugal decidiram apaga-lo. Nada de surpreendente para quem está habituado a não dar a cara.
por Tiago Loureiro n’ O Insurgente

domingo, 25 de março de 2012

um insulto à CGTP-Intersindical


um lamentável insulto aos sindicalistas e Central Sindical que não tiveram nem "incidentes" nem "carga" e, ao que se lê, nem jornalistas...

a Gestão do Carreiras

É um dos senhores da fotografia. E o quê que lhe acontece? Pois bem, do Governo pulou para a Ongoing (dois meses antes, ainda na condição de secretário de Estado: Costa Pina não excluía a privatização da RTP) e agora já está de malas feitas para a Galp (o Governo aprova novas fases de privatização para EDP e Galp, tomem nota do responsável, isto é: Costa Pina).
Carreiras, um membro do Conselho Nacional do PSD e presidente da Câmara de Cascais, quando confrontado com a notícia lá explicou ao jornalista da SIC qualquer coisa como: o rapaz é novo, não se devia esperar que ficasse sem fazer nada. Pois não, e as «empresas do regime» por algum motivo assim são chamadas. por Mr. Brown n’ Os Comediantes


Têm medo, têm muito medo

Notem como vários comentadores, alegados jornalistas e membros do antigo governo se mostram incomodados e receiam a perspectiva de que o governo Sócrates e a forma como arruinou o país venham a ser pomenorizadamente escrutinados. Reconhecerão esse incómodo e esse medo nas afirmações de que «não é oportuno», «os juízos fazem-se em eleições», «é uma campanha», «é a justicialização da política».
Segundo se depreende, participam nessa inoportunidade, nesse juízo, nessa campanha, o Tribunal de Contas, os revisores oficiais de contas, os juízes, o governo, os cidadãos, alguns jornais, os factos, a realidade e a vida. por José Mendonça da Cruz no Corta Fitas

o que “ele” não disse…

«Sim, mas o que ele não disse foi (inserir aqui)» ou novo contributo para a cartilha da desinformação
Uma das formas mais comuns que a comunicação social socialista tem de apresentar como irrelevante qualquer notícia do actual governo é juntar a essa notícia um parágrafo final dizendo que há outra coisa qualquer que o governo não disse. A tal coisa «que ele não disse» pode ser até descabida, despropositada, essa omissão pode até ser mentira. Não interessa. O que interessa é deixar a ideia de que o governo não faz o seu trabalho ou só o faz com graves lacunas.
Podemos praticar com alguns exemplos.
Ontem, após o discurso de abertura de Passos Coelho, no Congresso do PSD, Teresa de Sousa gabou o empenho europeu do primeiro-ministro, mas logo acrescentou que pena é que não se ouça uma palavra nem se veja um gesto de aposta na nossa opção atlântica. Pouco interessa que evidências recentes e repetidas desmintam ululantemente Teresa de Sousa (acaso se farão através do Pacífico os investimentos portugueses no Brasil, os investimentos brasileiros em Portugal, as crescentes relações económicas com Angola, as visitas oficiais?). O que interessa é que Teresa de Sousa diz que não há Atlântico.
Ontem ainda, na TVi - e vejam como o zelo pró-socialista pode ser engraçado - Constança Cunha e Sá dizia o exacto contrário de Teresa de Sousa, e encrespava-se (está, hoje em dia, permanentemente encrespada) porque ao primeiro-ministro Passos Coelho não se tinha ouvido uma palavra sobre a Europa. Não são vapores de distracção. É mesmo como a cartilha manda. É verdade que, minutos depois, Constança disse que o Congresso também não tratara do país, do desemprego, da economia, dos problemas, dos portugueses. Mas para isso já tem a desculpa da hora tardia.
por José Mendonça da Cruz  no Corta Fitas

Afirma Pereira


Antonio Tabucchi

1943 - 2012

sábado, 24 de março de 2012

greve geral (?) à Inter-Sindical - O retrato de quem viu

As imagens televisivas mostraram o rasto que o confrontos de ontem deixaram na zona do Chiado, na Baixa lisboeta. Quem assistiu de perto aos acontecimentos, porém, falou ao SOL em «provocações constantes» aos agentes da PSP, que acabariam por intervir contra alguns manifestantes.
Os tumultos surgiram no final da Rua Garrett, no cruzamento com a Rua Serpa Pinto, e estenderam-se pela área que rondava a esplanada do famoso café ‘A Brasileira’. 

Recorde aqui o vídeo dos confrontos, e as imagens

Ernestro Silva, um dos funcionários do café, desenhou um retrato dos acontecimentos que viu a partir do interior do estabelecimento, que chegou a «refugiar clientes».
«Vi uma série de indivíduos aparentemente a fugir da polícia, enquanto bombardeavam [os agentes] com cadeiras, mesas e garrafas e com tudo o que apanhavam à mão», contou, ao lembrar que a polícia ia «com alguma dificuldade a perseguir os manifestantes», antes de ver a perseguição prosseguir em direcção à Praça Camões.
Ernesto Silva lamentou ainda «a péssima imagem» que os acontecimentos deixaram para os olhos de «turistas e estrangeiros» que se encontravam na zona. Uma imagem que aproximou «ao estilo de Atenas», e que espera ter sido «um caso isolado».
Uns metros mais abaixo, duas funcionárias de uma loja localizada na esquina do cruzamento, que requereram o anonimato, contaram que os desacatos terão sido provocados por um grupo maioritariamente constituído por jovens.
De acordo com as lojistas, o grupo pertenceria à plataforma 15 de Outubro, e que atravessaram a rua «cerca de 15 minutos depois» do ‘pelotão’ geral que integrava os grevistas liderados pela CGTP.
No interior do estabelecimento, e «de portas trancadas», de onde observava o que se passava na rua, uma das lojistas sublinhou as «provocações constantes» dirigidas pelos manifestantes aos agentes policiais que, ao início, se mantiveram «impávidos e serenos».
Para exemplificar tais provocações, a lojista contou que alguns manifestantes chegaram mesmo a «baixar as calças e mostrar os traseiros» à polícia e aos «turistas que estavam a assistir».
 «Manifestantes «só queriam gerar confusão»
Uma das imagens dos distúrbios no Chiado, e quiçá a mais difundida pelos meios de comunicação, mostra Patrícia Melo, uma fotojornalista da agência AFP, a ser agredida com um cassetete por um polícia.
As lojistas contam ainda ter visto um homem que «estava a tirar fotografias a centímetros da cara de um polícia», referindo-se a outro fotojornalista que estaria presente no local, e que contribuiu para a característica que associaram aos manifestantes: «Só queriam gerar confusão».
Já Margarida Amaral, funcionária de uma loja situada em frente ao famoso café, afirmou ter visto «uma senhora, com um bebé num carrinho, no meio da manifestação», antes de lamentar «a violência em demasia contra pessoas que não entraram no protesto». por Diogo Pombo no Sol

O ùltimo a rir

O Tribunal Mahon, na Irlanda, deu finalmente a conhecer as suas conclusões sobre o nível de corrupção na classe política irlandesa e em especial no Fianna Fail, partido de centro-direita que esteve 61 anos, dos últimos 79, no poder. Afinal o popular Bertie Ahren (...), primeiro-ministro de 1997 a 2008, era um refinado mentiroso, e até o ex-Comissário europeu Padraig Flynn desviou fundos para comprar uma quinta onde gozar a reforma de uma vida de falcatruas. As três mil e tal páginas do Mahon Report são uma vergonha e um susto mas bem reveladoras da cultura política predominante naquele país.
Mas pelo menos houve ali um tribunal, ouviram-se mais de 600 depoimentos e fez-se alguma luz sobre a promiscuidade entre os empreiteiros activos à volta de Dublin nos anos 80 e 90 e uma classe política muito beata e muito corrupta.
Nós cá nem sequer isso podemos dizer: dezenas de dirigentes políticos multiplicaram os pães e os peixes desde que chegaram perto da caixa registadora, acumulam contas bancárias dentro e fora e arruinaram a Câmara, a empresa, o banco ou o país sem que nada lhes aconteça, a não ser talvez um convite para a administração da PT ou para o Conselho da EDP ou outra do género. por douro  no nortadas

sexta-feira, 23 de março de 2012

INCIDENTES NO CHIADO

Na hora de almoço, os telejornais abriram com os acontecimentos ontem registados no Chiado, entre manifestantes a agentes da PSP.
Na hora dos incidentes estava no Bairro Alto, numa reunião na rua do Século, e não testemunhei os incidentes. Mais tarde, jantando com uns amigos que, in loc, assistiram aos acontecimentos, relataram-me as provocações feitas pelos manifestantes ao agredirem os agentes da PSP com os objectos que estavam nas mesas da esplanada da Brasileira (chávenas de café, copos e garrafas).
Este grupo de manifestantes, ao descer a avenida de Almirante Reis, já tinha provocado incidentes (atirando ovos a pessoas que levantavam dinheiro no multibanco instalado no Banco de Portugal), ao chegarem à Assembleia da República, no momento em que discursava o líder da CGTP, tiveram algumas palavras provocatórias que, felizmente, foram ultrapassadas pelos manifestantes da CGTP.
Após a saída dos manifestantes da CGTP, as imagens que foram apresentadas pela SIC N (em directo), do grupo minoritário, eram de desalento.
Este grupo dirigiu-se para a zona do Chiado e os acontecimentos são conhecidos.
A RTP, na hora de almoço, em relação aos restantes canais, foi a que dedicou mais tempo aos incidentes mas, curiosamente, apresentou uma parte da situação.
Ninguém pode defender a violência da parte da PSP para controlar uma situação, mas a verdade é que os incidentes começaram quando os agentes de rotina da PSP foram agredidos. Depois. . . depois; foi a confusão, a chegada da polícia de intervenção rápida e mais tarde o corpo especial da PSP; turistas a fugir, pessoas a afastarem-se do local e os manifestantes atirando objectos.
Como permaneci mais tempo da RTP, considero que o serviço informativo da estação de serviço público, escondeu ou esqueceu-se de uma parte do problema e da génese da confusão. por Eduardo Saraiva n’ O Andarilho

quinta-feira, 22 de março de 2012

diferenças...

Na assembleia-geral do BES os acionistas aprovaram, entre outros pontos, a redução das remunerações dos administradores.
A remuneração a pagar em 2012 (3,868 milhões de euros) aos membros executivos do Conselho de Administração, irá registar uma redução de 47% face a 2011 (7,23 milhões de euros). dn
 
este ano a Comissão Executiva da EDP terá rendimentos totais de 3,980 milhões de euros...

PS condena decisão do Governo de abandonar projecto do TGV e critica Tribunal de Contas

É curiosa a argumentação de Ana Paula Vitorino: o TGV deve fazer-se porque há uns fundos comunitários para estourar nestas megalomanias, cujo objectivo é pôr os contribuintes europeus a subsidiar a Alshtom, Siemens & quejandos. Para a componente nacional, recorre-se ao endividamento junto do BEI, que sempre dará para enriquecer os construtores e consultores amigos. Também havia financiadores domésticos no grupo, mas a crise (bendita seja!) tratou de lhes secar o funding.
Mas o que verdadeiramente impressiona é que esta gente não é capaz de sair do paradigma que nos arruinou: a locomotiva do crescimento e do emprego passa pelo investimento público em mega-projectos, que se justificam pelo simples facto de a UE os subsidiar, muito embora se afirme com toda a ligeireza que eles “se sustentam a si próprios”. Por importante que seja o financiamento comunitário, existirá sempre a comparticipação nacional, esta sempre alavancada, directa ou indirectamente, por endividamento externo.
Um modelo baseado na lógica do consumo parasitário. Só podia resultar na Troika… por LR no Blasfémias

domingo, 18 de março de 2012

fds antes da semi-greve...

a greve geral comunista...
O secretário-geral comunista apelou hoje à participação na greve geral, em que vai ser preciso ir "além do medo", porque "mais vale perder um dia de salário" do que "muitos dias", dado o que o Governo tem "em mente".
Para o secretário-geral comunista, na greve geral convocada pela CGTP-IN para quinta-feira "vai ser preciso ir para além das ameaças, do silenciamento, das atitudes repressivas, para além do medo".
...
Para o líder comunista, esta é uma "greve geral que dá expressão a um forte sentimento de indignação e descontentamento com o atual rumo do país, com as medidas de ataque aos direitos dos trabalhadores e do povo que está em curso, mas também uma exigência de mudança de política e um outro rumo para o país". ...  ACL / Lusa 

ah, se fosse primeiro-ministro...
O secretário-geral do Partido Socialista (PS) disse hoje em Leiria que a proposta de Reforma Administrativa do Poder Local apresentada pelo Governo é "uma 'leizinha' de extinção das freguesias".
António José Seguro sustentou que "o atual Governo e a maioria de direita quiseram passar a ideia de que tinham entregado na Assembleia da República uma proposta de Reforma do Poder Local, mas o que fizeram depois de nove meses foi entregar uma lei de extinção de freguesias".
...
Seguro admite que se fosse primeiro-ministro "também teria que tomar medidas de austeridade", mas criticou "o ritmo e a dose" de sacrifícios impostos pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
"Só olha para os números e para o memorando da 'troika', mas a responsabilidade de um político é garantir que não se deixa nenhum português para trás, nos cuidados de saúde, na justiça ou no emprego", enfatizou. ... JYMC. / Lusa

a tratar a saúde do SNS...

O Governo actual olha para a saúde meramente como uma despesa, o Partido Socialista olha para a saúde como um investimento humano”, sustentou o líder do principal partido da oposição no Fórum que em Coimbra encerrou a semana “Em defesa da saúde” e que levou os dirigentes a percorrer unidades de saúde pelo país.
Mas, António Arnaut, socialista, maçon e ex-Ministro “criador” do Serviço Nacional de Saúde, afirmou naquele debate que "o nosso secretário geral ainda não se levantou para defender o SNS" e lamentou que “infelizmente, o PS não está isento deste desvio de regras de gestão dos dinheiros públicos e desta forma engenhosa de tentativa de privatização”.
Curiosamente, ou talvez não, Jerónimo de Sousa, lider do segundo maior partido da oposição, corresponsabilizou os socialistas pela "cruzada contra a saúde", considerando que Seguro não tem "sentido do ridículo" ao afirmar defender o serviço nacional de saúde, de que o PS diz ser "pai".

sábado, 17 de março de 2012

inquérito parlamentar às PPP

A maioria PSD-CDS vai avançar com uma comissão de inquérito parlamentar às PPP.
A TVI apurou que as Parcerias Público-Privadas feitas pelo Governo de José Sócrates vão ser o alvo da investigação parlamentar.
O Governo tem lançado duras críticas aos contratos das Parcerias Público-Privada.
Ainda esta semana o secretário de estado das Obras Públicas e Transportes denunciou o que considerou serem cláusulas inaceitáveis.
Além do pagamento de indemnizações em caso de aumento de impostos, outras das questões polémicas são as altas taxas de rentabilidade e o estado suportar as variações no tráfego.
O Governo está a rever alguns contratos com concessionárias rodoviárias.
Os custos com as PPP para o Estado preocupam a Troika, que suspendeu novas Parcerias Público-Privadas e mandou fazer auditoria.

Mais uma comissão parlamentar e mais umas senhas de presença para os inquiridores...quando o que interessava é que estes inquéritos , e outros, fossem judiciais.

terça-feira, 13 de março de 2012

Henrique Gomes. Quem mexe na energia?

...
O fim das rendas excessivas pagas a alguns sectores que se alojaram na produção de energia em Portugal é uma necessidade imperiosa da nossa economia. O memorando com a troika é também absolutamente claro a esse respeito: entre as reformas estruturais a concretizar, uma das mais relevantes é a do sector da energia e do seu financiamento clientelar. 

A batalha nos bastidores tem andado aí, de forma mais ou menos surda. Mas a última avaliação trimestral pela troika insistiu novamente na questão. Por todos, basta recordar, hoje, o Jornal de Negócios de há duas semanas apenas: Terceira Avaliação - Troika "passa" Portugal mas critica rendas na energia. O recado é claro: «é preciso ir mais longe no combate às margens de lucro do sector energético.» 

Por isso, a demissão de Henrique Gomes pode vir a ter efeitos positivos. O tema saltou, de vez, dos bastidores para a primeira linha do palco. Entrou de vez no radar geral e, desta vez, não sairá do écran sem uma resposta política absolutamente clara. Antes da quarta avaliação da troika, o balanço terá de ser feito. Quem manda em Portugal? Quem é que mexe na energia? 

Entretanto, os números são claros: pagam as famílias, pagam as empresas, sofre a economia. O Dinheiro Vivo acaba de publicar mais um balanço. A substituição de Henrique Gomes aumentou a atenção geral sobre o problema. por José Ribeiro e Castro no Avenida da Liberdade

segunda-feira, 12 de março de 2012

ministro e empresário

O caso do duplo pagamento à Lusoponte revela, independentemente das questões  legais, o que é a triste realidade das empresas e dos empresários portugueses. Talvez  essa seja uma das razões maiores para hoje nos encontrarmos na situação em que estamos.
A Lusoponte é administrada, é bom lembrar, pelo engenheiro Joaquim Ferreira do Amaral, ex-ministro das Obras Públicas do Governo de Cavaco Silva, cargo em que negociou com a Lusoponte a parceria público-privada que permite a esta empresa explorar as duas pontes: Vasco da Gama e 25 de Abril.
O engenheiro Ferreira do Amaral foi nomeado administrador da Lusoponte, pouco tempo depois de ter abandonado as suas funções governativas, o que já de si deixa grandes dúvidas éticas.
Agora, à frente da Lusoponte, o engenheiro Ferreira do Amaral demonstra um zelo e um profissionalismo na defesa dos interesses da Lusoponte que, infelizmente, não demonstrou quando defendia os interesses de todos os portugueses.
É pena. E é uma pena ainda maior porque o engenheiro Ferreira do Amaral não é, infelizmente, um caso único no país. Se não fosse o contributo destes senhores, talvez o país não estivesse agora a braços com a ruína das PPP’s, que comprometem o nosso futuro e o dos nossos filhos. Raquel Abecasis mediaserver

queixa – crime contra vários ministérios

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) vai apresentar ao Ministério Público uma queixa – crime contra vários ministérios do Governo de José Sócrates. Tudo por causa de dúvidas relativas à utilização de dinheiros públicos com cartões de crédito e telefones móveis e fixos. No anterior executivo, a maioria dos gabinetes dos governantes usava cartão de crédito. O primeiro-ministro José Sócrates, por exemplo, tinha cartão de crédito e o seu gabinete contava com um fundo de maneio de 30 mil euros por mês. asjp

domingo, 11 de março de 2012

o risco de bancarrota segundo o Die Welt

Portugal sucederá à Grécia nas preocupações com a crise das dívidas soberanas na Europa, refere o Die Welt, reportando fontes não identificadas do governo de Berlim a prever que será necessário um segundo resgate ainda este ano, refere o Jornal i que ainda transcreve daquele jornal alemão a previsão de Clemens Fuest, um professor de economia da Universidade de Oxford, de que "Os Estados não conseguirão pagar as suas dívidas se não lograrem ter crescimento económico, e até agora não há sinais de retoma nenhuma nos países em crise". A restruturação da dívida grega, após o acordo alcançado com os credores privados, dá algum tempo à zona euro para respirar, mas no Outono o risco de bancarrota de países da moeda única em dificuldades financeiras, como a Grécia e Portugal, voltará a agudizar-se, remata Fuest, segundo os mesmos jornais.

sábado, 10 de março de 2012

Chorar por Sócrates

Cavaco Silva tem um grande problema: não se chama Jorge Sampaio. Se Cavaco fosse dado à lágrima fácil e ao abate de governos sem justificação ou aviso, o Presidente podia escrever o que entendesse sobre Sócrates. O país inteiro, comunicação social incluída, aplaudiria o gesto sem esforço. 
Mas o país, numa espécie de ‘síndrome de Estocolmo’ que só a psiquiatria explica, continua a sentir uma gratidão sincera pelo exilado de Paris que nos levou a todos para o buraco: um homem que, nas palavras de Cavaco (indesmentidas e temo que indesmentíveis), mentiu e manipulou as contas públicas; e, pior, adiou o pedidode ajuda financeira para não perder as eleições. Estas acusações, que estão para lá do imaginável, foram consideradas ‘deselegantes’ pela maioria dos opinativos; e trouxeram mesmo alguns órfãos socráticos, tipo Lello ou Silva Pereira, a chorarem em público pela memória do seu defunto. Um país que ainda respeita Sócrates não merece grande destino. João Pereira Coutinho, em A Voz da Razão no Correio da Manhã

como era de esperar

Enquanto não se realiza uma romagem de saudade e de desagravo a Paris, os acólitos - e alguns opinadores que se publicam, ouvem e vêem, aparentemente esquecidos do que representou, para o sector onde trabalham ou peroram, o consulado em causa - andam por aí "indignados", sem a demonstração de um pingo de vergonha, num misto de evidência da histórica estupidez do indígena (para usar palavras de V. Pulido Valente no Público de hoje) e de manha como se coisas tipo a Parque Escolar nunca tivessem acontecido. Mas como escreveu um leitor, «já está em marcha a campanha seguinte: esmiuçar até à exaustão o facto de o Presidente ter dito o que aconteceu, omitindo o conteúdo das acusações, que é gravíssimo, a começar por um PM que brincou com o interesse nacional para benefício eleitoral próprio e do partido. Isto sim, deveria estar a passar nos telejornais. Até agora, não houve um único comentador a referir-se a isto, que é apenas a substância. Como de resto era de esperar.» por João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos

ah! Essa falsa cultura...

...
Entre os participantes vai estar a associação ambientalista Geota. A presidente Joanaz de Melo explicou à TSF que ainda acredita que é possível travar este projeto, até porque em causa está Património da Humanidade classificado pela UNESCO.
...
o desconhecimento mostrado aqui na tsf (ou talvez genero já não tenha nada a ver com o sexo)

sexta-feira, 9 de março de 2012

a seca... e as secas!

"então é assim:"
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reclamou em comunicado medidas excepcionais que compensem os agricultores pelos prejuízos causados pela seca, considerando que o governo está a subestimar “a gravidade da situação”. 22 Fev. 2012
De imediato vem José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura,  informar ue o Governo «vai pedir à Comissão Europeia a possibilidade de antecipação de ajudas comunitárias», à semelhança do que aconteceu em França e Espanha o ano passado e anunciaroutras medidas imediatas de apoio aos agricultores «como derrogações para que possam adaptar os seus modos de produção ao facto de haver seca, nomeadamente poder ter o mesmo apoio público da política agrícola mesmo que não utilize um certo número de prémios porque reduz o efetivo pecuário». 01 Mar 2012
Mas alguém estava distraido e não ouviu, viu ou leu, e disso é exemplo o Mestre Pisoeiro de Freitas de Faro, deputado socialista, que apelou ao Governo para que declare formalmente o estado de seca em Portugal e acusou os ministros do CDS de terem rapidamente esquecido a importância da lavoura em Portugal. Aproveitou para acrescentar que Paulo Portas, porque ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, é o primeiro responsável de Portugal ao nível diplomático na relação de Portugal com a Comissão Europeia e acusou a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, de ser «incapaz de antecipar soluções» para o problema da seca. 08 Mar 2012
Por isso a ministra Assunção Cristas, disse hoje, em Bruxelas, que vai pedir à Comissão Europeia a duplicação do teto mínimo das ajudas de Estado a conceder aos agricultores por causa da seca para os 15 mil euros porque "esse tecto (de 7.500 euros por exploração durante três anos) tem que subir", disse a ministra, lembrando que em França, no ano passado e numa situação de seca, Bruxelas permitiu que duplicasse. IG. Lusa 9 Mar 2012

claro que niguém a vai ouvir e por isso estas secas vão continuar... mesmo que venha chuva!

ficará registada na história?

O director do “Expresso”, Ricardo Costa, comenta a afirmação do Presidente da República, Cavaco Silva, que diz que o ex-primeiro-ministro José Sócrates dissimulou informação sobre a crise.




Tratou-se de uma falta de lealdade institucional que ficará registada na história da nossa democracia.  Cavaco Silva Prefácio do Livro Roteiros 

politicamente blogando...

... incorrecto
Falar claro
Há precisamente um ano Cavaco Silva tomava posse como Presidente da República para um segundo mandato. Reeleito à primeira volta, o Presidente proferiu na altura um notável discurso sobre o "estado da nação". No prefácio ao sexto volume dos Roteiros, Cavaco retoma o registo eminentemente político da sua magistratura. Faz bem. É para isso que elegemos o Chefe de Estado, desde 1976, por sufrágio directo, universal e secreto. Apesar de algumas infelicidades circunstanciais neste primeiro ano do novo mandato, Cavaco Silva estará sempre acima da tagarelice e do frenesim dos fazedores de opinião fácil. Intuiu o fundamental, como se viu nas eleições de 5 de Junho de 2011, e a vida pública nacional precisa, mais do que nunca, de um PR "político" que fale claro. Parabéns. por João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos
... correcto
É uma tentação
E poucos são aqueles que têm sabido resistir-lhe: ajustar contas com o passado (ou com os adversários) escrevendo autobiografias que só servem para alimentar o ego e relatar episódios que, em princípio, são desconhecidos do grande público.
Há também esta moda dos presidentes compilarem discursos e, moda mais recente, de tentarem fazer um balanço autobiográfico das suas viagens, passeios ou "roteiros". Aquilo que deveria ser o tronco essencial das "memórias" reparte-se assim por vários volumes, de consulta e efeito rápidos.
O caso de Cavaco Silva torna-se mais grave, pois decidiu-se a "fazer história" num prefácio de duvidosa oportunidade. Para quem acompanhou o "casamento" entre o actual Presidente e o anterior Primeiro-Ministro, o azedume vindo agora a lume não faz sentido e só pode indiciar que Cavaco Silva se prepara para fazer política dura, ele que se se diz pouco talhado para a política. Aguardemos pelos próximos capítulos dos roteiros de Cavaco Silva onde ficaremos a conhecer melhor os contornos desta coabitação com Passos Coelho. E Espera-se que o Volume 7 de Roteiros não tenha prefácio. Para bém de todos nós. por João Espinho no Forte Apache

... neutro
José Sócrates num parágrafo
"O anúncio do “PEC IV” apanhou-me de surpresa. O Primeiro-Ministro não me deu conhecimento prévio do programa, nem me tinha dado conta das medidas de austeridade orçamental que o Governo estava a preparar e da sua imprescindibilidade para atingir as metas do défice público previstas para 2011, 2012 e 2013. Pelo contrário, a informação que me era fornecida referia uma situação muito positiva relativamente à execução orçamental nos primeiros meses do ano. O Primeiro-Ministro não informou previamente o Presidente da República da apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento às instituições comunitárias. Tratou-se de uma falta de lealdade institucional que ficará registada na história da nossa democracia. O Presidente da República, nos termos constitucionais, deve ser informado acerca de assuntos respeitantes à condução da política interna e externa do País."
Cavaco Silva, que assim deixa às próximas gerações a nota de rodapé com que Sócrates será lembrado nos livros de História de Portugal. por Paulo Pinto Mascarenhas no abc do PPM

quinta-feira, 8 de março de 2012

Os intocáveis

Este caso da Lusoponte é importante para demonstrar o poder que estas empresas têm para com o Governo: os contratos foram feitos de forma a que os interesses das empresas privadas e dos bancos que as financiam estivessem completamente assegurados e o Governo não pode tocar em nada sem extremo cuidado, sob pena de ver accionadas cláusulas indemnizatórias que prejudicariam ainda mais o contribuinte.
A coisa torna-se exasperante quando o cidadão comum vê serem-lhe retirados direitos que tinha por adquiridos e há a percepção geral de que muitas destas empresas recebem rendas pagas pelo contribuinte manifestamente exageradas. 
Tenho para mim que será sempre um falhanço deste Governo se não conseguir tocar em alguns destes interesses instalados e protegidos, mas não ignoro quem negociou a maior parte destes contratos, nem me esqueço dos muitos aplausos que se ouviram pela demonstração de obra feita, ou pela aposta de futuro na área da energia, por exemplo.
Foi uma pena na altura não ter existido qualquer escândalo por tanta asneira feita. n’ Os Comediantes

terça-feira, 6 de março de 2012

growing together

Uma mulher branca consegue dominar três homens (um asiático, um africano e um indiano) que se preparam para a atacar apenas com o olhar. Um conceito que pretendia passar uma mensagem de unidade mas que foi acusado de ser racista, o que obrigou a União Europeia a retirar o vídeo promocional colocado no youtube na semana passada.


O objectivo do vídeo seria mostrar que a união faz a força, que os estados membros se devem unir e dialogar para se tornarem mais fortes.
Mas houve quem visse nas imagens a ideia de que a raça branca é superior. Seguramente um racista...