O caso do duplo pagamento à Lusoponte revela, independentemente das questões legais, o que é a triste realidade das empresas e dos empresários portugueses. Talvez essa seja uma das razões maiores para hoje nos encontrarmos na situação em que estamos.
A Lusoponte é administrada, é bom lembrar, pelo engenheiro Joaquim Ferreira do Amaral, ex-ministro das Obras Públicas do Governo de Cavaco Silva, cargo em que negociou com a Lusoponte a parceria público-privada que permite a esta empresa explorar as duas pontes: Vasco da Gama e 25 de Abril.
O engenheiro Ferreira do Amaral foi nomeado administrador da Lusoponte, pouco tempo depois de ter abandonado as suas funções governativas, o que já de si deixa grandes dúvidas éticas.
Agora, à frente da Lusoponte, o engenheiro Ferreira do Amaral demonstra um zelo e um profissionalismo na defesa dos interesses da Lusoponte que, infelizmente, não demonstrou quando defendia os interesses de todos os portugueses.
É pena. E é uma pena ainda maior porque o engenheiro Ferreira do Amaral não é, infelizmente, um caso único no país. Se não fosse o contributo destes senhores, talvez o país não estivesse agora a braços com a ruína das PPP ’s, que comprometem o nosso futuro e o dos nossos filhos. Raquel Abecasis mediaserver