O Tribunal Mahon, na Irlanda, deu finalmente a conhecer as suas conclusões sobre o nível de corrupção na classe política irlandesa e em especial no Fianna Fail, partido de centro-direita que esteve 61 anos, dos últimos 79, no poder. Afinal o popular Bertie Ahren (...), primeiro-ministro de 1997 a 2008, era um refinado mentiroso, e até o ex-Comissário europeu Padraig Flynn desviou fundos para comprar uma quinta onde gozar a reforma de uma vida de falcatruas. As três mil e tal páginas do Mahon Report são uma vergonha e um susto mas bem reveladoras da cultura política predominante naquele país.
Mas pelo menos houve ali um tribunal, ouviram-se mais de 600 depoimentos e fez-se alguma luz sobre a promiscuidade entre os empreiteiros activos à volta de Dublin nos anos 80 e 90 e uma classe política muito beata e muito corrupta.
Nós cá nem sequer isso podemos dizer: dezenas de dirigentes políticos multiplicaram os pães e os peixes desde que chegaram perto da caixa registadora, acumulam contas bancárias dentro e fora e arruinaram a Câmara, a empresa, o banco ou o país sem que nada lhes aconteça, a não ser talvez um convite para a administração da PT ou para o Conselho da EDP ou outra do género. por douro no nortadas