quarta-feira, 31 de março de 2010

564 mil desempregados em Fevereiro

A taxa de desemprego na zona euro atingiu os 10% em Fevereiro, o valor mais alto desde Agosto de 1998 e 0,1 pontos percentuais acima do que se verificava em Janeiro. A taxa portuguesa manteve-se nos 10,3%, mas o número total de desempregados diminuiu ligeiramente, de 565 mil para 564 mil. Mesmo assim, a taxa continua acima da média da zona euro. Portugal é o oitavo país da União Europeia (UE) com maior nível de desemprego.
Os dados do Eurostat, gabinete de estatística da União Europeia indicam ainda que na UE a 27 a taxa de desemprego atingiu no mês passado 9,6%, também 0,1 pontos percentuais acima de janeiro. Trata-se do valor mais alto desde Janeiro de 2000.
O Eurostat estima que mais de 23 milhões de pessoas na UE-27, dos quais 15,74 milhões na zona euro, estavam desempregados em Fevereiro.
Há um ano, em Fevereiro de 2009, a taxa de desemprego na UE-27 era de 8,3% e na zona euro era de 8,8%.
Quanto a Portugal, a subida do desemprego nos últimos doze meses foi ainda mais significativa. Em Fevereiro de 2009, a taxa era de 8,8%, mas foi subindo ao longo deste período e encontra-se nos 10,3% desde Janeiro deste ano.
Os jovens continuam a ser os mais atingidos: 21% não tem emprego. Nas mulheres, a taxa é de 10,9 e nos homens é de 9,7%.
DN
A ministra do Trabalho, Helena André afirmou acreditar que Portugal já chegou ao pico do aumento do desemprego. tsf

terça-feira, 30 de março de 2010

o estranho caso dos submarinos



O consórcio industrial alemão Ferrostal, ao qual Portugal encomendou dois submarinos terá conseguido o contrato de venda no valor de 880 milhões de euros através de subornos e de negócios de consultoria falsos, avança hoje a revista alemã Der Spiegel que cita fontes da investigação.
Um membro da administração da empresa já foi detido e há mais uma dúzia de suspeitos.


A revista denuncia que a Ferrostal pagou mais um milhão de euros pelo envolvimento no negócio de um contra-almirante português e que há ainda uma firma de advogados portuguesa que terá feito lóbi para que o contrato dos submarinos lhe viesse a ser atribuído.
ler mais em Responsável da Ferrostaal preso na Alemanha

actualização 1:
Segundo um comunicado do gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o governo suspendeu hoje o cônsul honorário de Portugal em Munique, Jurgen Adolff, de «todas as funções relacionadas com o exercício do cargo», na sequência da investigação na Alemanha de suspeitas de corrupção na venda de submarinos,.
A revista alemã Der Spiegel havia noticiado que um cônsul honorário de Portugal, que não identificava, terá recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Man Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004.
Sol
actualização 2:
Sete portugueses e dois alemães acusados de falsificação de documentos e burla qualificada no caso submarinos/contrapartidas são ouvidos dia 27 de Abril no começo da instrução no Tribunal Central de Instrução Criminal, revelou hoje à Lusa fonte judicial. dn
O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo irá prestar "toda a colaboração" às autoridades judiciais no caso dos submarinos, notando, contudo, que o seu executivo está insatisfeito e considera "inaceitavelmente baixos os níveis de cumprimento das contrapartidas" . dn

segunda-feira, 29 de março de 2010

51 milhões por dia...


Em dois meses de 2010, a despesa com reformas rondou 3,1 mil milhões de euros, um aumento de 4,5 por cento. PIB deverá crescer 0,7 por cento.
As despesas com pensões estão a revelar, no início de 2010, um crescimento preocupante: só nos dois primeiros meses deste ano, os gastos com as reformas dos portugueses ascenderam a quase 3,1 mil milhões de euros, um aumento de 4,5 por cento face a igual período de 2009. Por dia, os pensionistas custam ao Estado 51,7 milhões de euros, mais 2,2 milhões por dia do que no período homólogo do ano passado.
Os últimos dados da Direcção-Geral do Orçamento revelam que as despesas com pensões registam uma subida acentuada quer na Caixa Geral de Aposentações (CGA) quer no regime geral da Segurança Social (SS): na CGA, os gastos totalizaram, em Janeiro e Fevereiro, quase 1,1 mil milhões de euros, um aumento de 5,2 por cento face a igual período de 2009, e na SS a despesa total rondou os dois mil milhões de euros, mais 4,2 por cento do que no período homólogo do ano passado.
E tudo indica que este ritmo de crescimento dos gastos com pensões tenderá a acentuar-se nos próximos meses, por força da corrida às reformas antecipadas no Estado e pela passagem à aposentação de muitos de-sempregados de longa duração que não conseguem encontrar trabalho. Só na CGA entraram nos últimos três meses quase vinte mil pedidos de reforma antecipada, quase tanto como o total de 22 500 reformas previsto para 2010.
Para conter as despesas com as reformas, o Governo antecipou para 2010 a convergência do regime de pensões da CGA com a SS. Por isso, a partir da entrada em vigor do Orçamento do Estado para este ano, os funcionários públicos reformados por antecipação perdem seis por cento no valor da pensão por cada ano que faltar para a reforma. E a partir de 2012 a idade da reforma sobe para os 65 anos de idade, contra os actuais 62,5 anos.
Mesmo assim, as últimas projecções indicam que, a partir de 2035, a SS já não terá dinheiro para pagar as pensões.


a unica coisa que não foi e devia ser dita é que Pensão é uma devolução dos descontos que foram feitos, com raras e conhecidas governamentais excepções, ao longo de uma vida de trabalho.

sábado, 27 de março de 2010

Passos Coelho as primeiras impressões


A vitória de Passos Coelho, e com mais de 60 por cento dos votos, revela que o PSD estava afinal muito mais unido do que se supunha - e mostra bem o erro brutal de Manuela Ferreira Leite quando o excluiu das listas.
Nos próximos dias, o novo líder terá de mostrar que não é um simples produto do aparelho, nem uma marioneta de ninguém. Costuma dizer-se que não há uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão e, na verdade, as semanas que se seguem serão decisivas para a afirmação do novo líder social-democrata.
Tal como já acontecera na vitória de Menezes, viu-se que há um PSD real muito diferente do PSD que se movimenta nos órgãos de informação e nos círculos bem pensantes. Apesar de apoios como os de Paula Teixeira da Cruz ou de Zita Seabra, quase todos os barões conhecidos estavam contra o líder agora eleito, que é também, aquele que mais se distancia de Cavaco Silva.
...
Finalmente, há que medir a forma como Passos Coelho fará oposição a José Sócrates. O discurso de campanha foi algo radical, mas a prática depois de eleito poderá ser mais dialogante. Para o seu posicionamento não deixará de contribuir, igualmente, o modo como Sócrates abordar a sua eleição. Se há quem diga que o novo líder do PSD é o que mais se aproxima de Sócrates no que diz respeito ao estilo e ao modo organizado de fazer política, é ainda imprevisível se isso poderá gerar entendimentos ou, pelo contrário, um afastamento ainda maior. Um erro, seria Passos Coelho, embalado com vitória tão expressiva, pensar que o PSD é o país. Igual erro será Sócrates pensar que pode tratar este líder como tratou aqueles que o precederam, quando o PS ainda tinha maioria absoluta.
Passos Coelho as primeiras impressões por Henrique Monteiro no Expresso.pt


este foi o melhor de todos os comentários que lí na impressa do dia...

sexta-feira, 26 de março de 2010

querem fechar o aeroporto para o Paraiso...


Confirmam-se as suspeitas levantadas há alguns meses sobre a possibilidade do aeroporto internacional de São Tomé e Príncipe vir a ser encerrado pela Organização Internacional da Aviação Civil.
Para além da reestruturação da corporação de bombeiros, o Primeiro-ministro, indicou a iluminação da pista, a construção de uma nova aerogare bem como a vedação do espaço aeroportuário. Recomendações que a ICAO já tinha feito em 2006 e que o estado são - tomense não cumpriu, e que foram repetidas sucessivamente.
Ainda «Há a questão da formação. Temos que formar pessoas para diversas áreas da indústria aeronáutica, desde os controladores aéreos, os inspectores, enfim. Temos muitos constrangimentos, mas vamos no quadro do orçamento geral do estado para este ano ver o que é que podemos fazer».


As gentes e a beleza do país não merecem! Quem dá uma ajuda?
O equivalente a um, apenas um, parecer que pagamos a um dos tais "escritórios" era suficente para lhes resolver os problemas.

o humor existe: CODEX VARAPAU/MARATONA


- Está lá, és tu Varapau?!
- Sim, estou! Sou eu, o Maratona!
- Já foste correr hoje?
- Não, não me apeteceu. Estou um bocado em baixo com aquela história da Leninha...
- Ah sim, parece que querem vender a aparelhagem toda lá da clínica incluindo as máquinas de escrever...
- Pois, pois! Sabes que os exames correram mal... tens de saber o que se passou... parece que o Ruizinho fala muito e depois estraga as radiografias e as análises...
- Fica descansado que eu vou tratar-lhe da saúde... olha lá, quem é esse Carlos brasileiro que atendeu o telefone?
- É um amigão... sabes como é, tenho de ter uma companhia que me disfarce bem de empresário brasileiro para que não pensem aqui na praia que eu sou o que sou...
- Ah!... estou a perceber, mas se a clínica não for comprada pelos teus médicos a doença pode piorar, não é Maratona?
- Claro, Varapau! Mas não te esqueças de dizer ao enfermeiro Ruizinho que não anda a dar bem as injecções e que há muitos doentes a queixarem-se!
- Está descansado, Maratona! Vou já chamar o Penedolas e o menino enfermeiro vai mudar de bata para outro Tagus... quando é que voltas aí da ilha Madalhorca?
- Ainda não sei porque estou à espera que o Kadafinhos dê um puxão de orelhas ao Chaves do Carro...
- Tá lá?... Como?... na Marta do Carmo? Quem é essa, que não faz parte do nosso codex?
- É pá, andas surdo ou quê, Varapau?!... Eu disse Chaves do Carro, o falsário que nos tramou o negócio com a Leninha, tás a perceber?!
- Ah, desculpa! Estava a ver que já andava aí alguém infiltrado do tipo da Pastel de Belém...
- Essa também, parece que nos anda a trair com o Alegrete e com os patrões dos Genéricos, não achas?
- Acho, Maratona!... Olha lá, e tu achas que este nosso codex passa mesmo ao lado dos pescadores de Aveiro?
- O quê, daqueles atrasados mentais de Aveiro?... Já nem me preocupo com eles... o chefezinho Pintainho Montanelas já tratou de tudo e as ligaduras sujas lá da clínica já foram para o lixo...
- (ruídos) Ó Maratona, estás o ouvir estes ruídos no telefone?
- Mau, Varapau! É melhor desligarmos não vá estar por aí a secreta da Manelinha à procura de mais um atentado contra o Estado de Direito...

por joãoeduardoseverino em
Pau Para Toda A Obra: CODEX VARAPAU/MARATONA

Parabéns JES! Sem dúvida herdeiro desse saudável humor d'outros tempos que aparecia em seu maior fulgor em tempos de crise...os Parodiantes de Lisboa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

gestores públicos sem prémios ou bónus aos até 2011


O Governo decidiu não atribuir quaisquer prémios ou bónus aos gestores públicos em 2010 e 2011, orientação que o Estado também irá também recomendar nas empresas participadas em que esteja em posição minoritária, medida que se insere no Programa de Estabilidade e Crescimento para a contenção da despesa e para a distribuição dos esforços de consolidação orçamental.


curiosidade:
Para os mais "esquecidos" relembro que a proposta do CDS-PP de alteração ao Orçamento do Estado que proíbe a atribuição de bónus aos gestores públicos irá ser aprovada com os votos favoráveis do PSD, BE e PCP, disseram à Lusa fontes destes partidos a 4 de Abril.

quarta-feira, 24 de março de 2010

PS e Assis votaram contra resolução PSD/CDS para PEC em 2004


O actual líder parlamentar do PS, Francisco Assis, foi um dos deputados socialistas que em 2004 votaram contra um projecto de resolução da então maioria PSD/CDS de suporte ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
A acta da reunião plenária de 05 de Fevereiro de 2004, fornecida à agência Lusa pelo CDS, mostra que em votação final global o projecto de resolução de revisão do PEC apenas teve os votos favoráveis da maioria governamental, PSD e CDS-PP, tendo sido rejeitado por PS, PCP, Bloco de Esquerda e "Os Verdes".
...
Em relação à acusação de Francisco Assis de que o CDS assumiu um comportamento "irresponsável" por decidir votar contra a resolução de suporte ao PEC, o líder parlamentar democrata cristão, Pedro Mota Soares, devolveu a acusação.
"Infelizmente, sou forçado a corrigir o dr. Francisco Assis. Ao contrário do que tem dito, em 2004, o PS votou contra o projecto de resolução do PSD e CDS que suportava a revisão do PEC junto da União Europeia", declarou Pedro Mota Soares.
DN

terça-feira, 23 de março de 2010

estamos lixados: Constâncio descarta nova recessão


O governador do Banco de Portugal defendeu hoje, em Bruxelas, que a economia portuguesa não está em risco de entrar novamente em recessão devido à falta de medidas de estímulo económico no PEC.
"Não se antecipa propriamente, neste momento, uma nova recessão. Portanto, penso que esse risco, tal como pode ser avaliado neste momento, não existe", disse Vítor Constâncio em resposta a uma pergunta sobre se a "dureza" do Programa de Estabilidade e Crescimentos poderia fazer mergulhar o país, novamente, numa recessão.
Portugal registou uma queda de 1 por cento no último trimestre do ano passado, face ao período homólogo de 2008, e caiu 0,2 por cento face ao terceiro trimestre do ano passado, interrompendo dois trimestres de crescimento.
O Instituto Nacional de Estatística reviu a 11 de Fevereiro último, em baixa, a previsão inicial de estagnação nos últimos três meses do ano passado, "reflectindo sobretudo nova informação sobre o comércio internacional (valores nominais e deflatores)", de acordo com o organismo oficial das contas nacionais.
DN

PS requer audição de Ferreira Leite

O Partido Socialista, deputado Ricardo Rodrigues, requereu a audição da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, na comissão de inquérito do negócio PT/TVI para que fundamente porque acha que José Sócrates mentiu.

Factura duplica de 2013 para 2014

Os encargos líquidos do Estado com as Parcerias Público Privadas vão duplicar após o final deste Programa de Estabilidade e Crescimento, passando de 0,4 por cento em 2013 para 0,8 por cento em 2014
Isto é, aquelas parcerias nas vertentes rodoviárias, ferroviárias e com saúde deverão rondar os 0,4 por cento do PIB até 2013, dobrando o seu peso no PIB de 2013 para 2014, por força de um aumento dos encargos líquidos do Estado com as Parcerias Público Privadas rodoviárias, que passarão a representar 0,5 por cento do PIB em 2014, quando em 2013 deverão representar apenas 0,2 por cento.


a Indústria da greve continua a crescer...


Os trabalhadores do sector ferroviário iniciaram à meia-noite uma greve de 24 horas. Esperam-se grandes confusões nos centros urbanos.
O congelamento dos salários nas empresas do sector empresarial do Estado, recomendado pelo Governo, está na origem da paralisação que, segundo o sindicato, pode abranger um universo de 10 mil trabalhadores da CP e da Refer.


segunda-feira, 22 de março de 2010

primeiras páginas


José Sócrates, le Portugais ensablé

Rien ne va plus pour le Premier ministre socialiste, dont le nom est associé à des affaires de corruption sur fond de crise économique majeure.

L’inimitié d’une bonne partie des médias, une crise politique qui tourne au blocage institutionnel, une situation sociale explosive, un fiasco économique obligeant à des mesures drastiques à court terme… Comme si cela n’était pas suffisant, le bouillant José Sócrates (mollement réélu aux législatives de septembre 2009) doit désormais affronter une fronde du Parlement qui pourrait le forcer à la démission ou amener sa famille socialiste à lui trouver un successeur à la tête du gouvernement. Aujourd’hui commencent à Lisbonne les travaux d’une commission d’enquête parlementaire qui, pour la première fois depuis la fin de la dictature de Salazar, implique directement un Premier ministre. Et va le contraindre à comparaître physiquement, au mieux par écrit. «Le Portugal est un bateau ivre dans lequel le capitaine est le plus suspect de tout l’équipage», a asséné un chroniqueur de la chaîne privée SIC.
D’après les économistes, de tous les pays européens au bord du «décrochage», le Portugal est certainement le maillon le plus faible. Plus encore que la Grèce, le petit pays ibérique souffre de maux structurels, d’exportations en berne, d’une dette extérieure record et d’un déficit public de 9,3%. Bruxelles attend de Lisbonne des mesures concrètes pour respecter le «plan d’austérité» auquel José Sócrates s’est engagé. Mais ces mesures, qui promettent d’être draconiennes, se font attendre… D’autant que José Sócrates est encore affaibli par ses problèmes politico-judiciaires.
«réformateur». Ce qui ressemble fort à un procès politique est lié à un supposé cas d’interventionnisme. Pendant deux mois, un groupe de députés tentera de faire la lumière sur le rôle qu’a joué José Sócrates dans la tentative du géant Portugal Telecom (PT, contrôlé par le gouvernement socialiste) de racheter la télévision TVI, hostile au pouvoir. Il s’agit en somme de savoir si le leader socialiste a manœuvré pour placer la chaîne sous son joug. En juin 2009, devant le Parlement, Sócrates avait solennellement assuré ne rien savoir de telles tractations. Si cette commission d’enquête, qui va auditionner des dizaines de témoins, fait la preuve que le Premier ministre a menti, les jours de celui qui promettait de «transformer le Portugal en profondeur» seront comptés.
«Alors qu’il a pu être une partie de la solution pour le pays, Sócrates est aujourd’hui une partie du problème», résume José Manuel Fernandes, ancien directeur du quotidien de référence Público, dont le départ tient à ses relations tendues avec le leader socialiste. Comme d’autres nombreux détracteurs, Fernandes reconnaît que le tonitruant Sócrates a été, au début de son premier mandat - de 2005 à 2007 -, un chef de gouvernement courageux, qui a ramené un gros déficit à 3% (aujourd’hui de nouveau autour de 10%), réformé le système des retraites (âge légal et temps de cotisation augmentés), accru les recettes fiscales, créé 150 000 emplois, fait le ménage au sein de la haute administration… «Un bon bilan de réformateur volontariste, qui a su contenir à sa gauche et rassurer à sa droite, dit le politologue Manuel Villaverde Cabral. Il a mis à la porte pas mal de gens dans les hautes sphères, qui sont aujourd’hui autant d’ennemis.» Mais, si José Sócrates est autant ébranlé, c’est aussi parce que son parcours est jalonné de zones d’ombres et d’agissements suspects.
Depuis ses premiers pas municipaux dans la région de Beira Baixa, à l’est du pays, il a été mêlé à une dizaine de scandales. Un diplôme d’ingénieur obtenu dans des conditions suspectes, des permis de construire douteux accordés au sein de la municipalité de Castelo Branco, l’affaire «Face occulte» (des écoutes téléphoniques le lient avec un homme d’affaire véreux ayant un quasi-monopole sur les friches industrielles)… Ou encore l’affaire «Freeport», une société britannique ayant installé un centre commercial à Alcochete, en banlieue de Lisbonne, sur un terrain protégé… grâce au feu vert de Sócrates, alors ministre de l’Environnement ! «En réalité, à chaque fois, il n’y a aucune preuve formelle, dit José Manuel Fernandes. Mais rien n’est vraiment clair avec lui.»
jeune loup. Energique et charismatique, doté d’une audace qui a électrisé une vie politique ankylosée, José Sócrates apparaît aussi comme un leader intransigeant, autoritaire et irascible, dont l’ambition dévorante en irrite plus d’un. «Son parcours, c’est celui d’un jeune loup sans idéologie, opportuniste, un pur produit d’appareil qui a escaladé les échelons la tête froide, le décrit Fernando Rosas, historien et député du Bloc de gauche. Il a toujours eu un côté borderline. Et puis ses accès d’autoritarisme lui valent une piteuse image dans des médias qui ne sont pas tendres avec lui.» Sócrates le leur rend bien : plusieurs journalistes de télé vedettes (Mário Crespo, Manuela Guedes…) ont dénoncé «la censure» exercée sur eux par le Premier ministre. Une commission d’éthique s’est mise en place en janvier pour éclaircir la question. «L’un des grands problèmes de Sócrates, c’est qu’il a perdu le soutien des élites, analyse José Manuel Fernandes, l’ancien patron de Público. On ne lui fait plus confiance, tout le monde a peur d’être trompé par ce personnage trouble et ambigu.»
Dans un sérail politique dominé par des doctores, ce socialiste sans titre prestigieux agace et rompt avec le statu quo. A la manière d’un Sarkozy portugais, Sócrates est un fonceur, un communicateur zélé qui a phagocyté son parti et personnalisé à l’extrême l’exercice du pouvoir. Autres similitudes : il ne craint pas de tailler dans le vif, supporte mal les critiques, perd facilement ses nerfs et cultive la perméabilité entre la sphère politique et celle des affaires - à l’instar de Jorge Coelho, un de ses proches, ancien ministre socialiste entré avec sa bénédiction dans le conseil d’administration du géant du BTP Mota-Engil.
A force de jouer avec le feu, José Sócrates se retrouve-t-il sur un siège éjectable, six mois seulement après sa difficile réélection (une courte majorité au Parlement) et alors que sa cote de popularité chute allègrement ? «A priori, tous les éléments l’accablent, explique Ricardo Costa, directeur adjoint de l’hebdo Expresso.Heureusement pour lui, les circonstances le protègent.» De l’avis général, le président de la République, Cavaco Silva, mentor du grand parti de la droite (PSD), n’a pas intérêt à convoquer des élections anticipées. Par souci de stabilité institutionnelle, et aussi parce qu’un scrutin aujourd’hui ne changerait sûrement pas beaucoup la donne. Jusqu’à janvier 2011, date de la présidentielle, Sócrates ne risque donc pas sa peau. Sauf si, bien sûr, la commission d’enquête parlementaire qui s’ouvre aujourd’hui exige sa démission.
sacrifices. Même s’il reste en place, tous lui pronostiquent toutefois un chemin de croix jusqu’à la fin 2010. Après avoir concédé des largesses sociales, Sócrates va devoir appliquer d’ici peu le plan d’austérité dicté par Bruxelles via des coupes claires dans les dépenses sociales (santé, indemnités chômage, subventions, accès au RMI…). «Depuis dix ans, le pouvoir exige que les Portugais fassent des sacrifices, explique Manuel Villaverde Cabral, le politologue. Je ne crois pas qu’ils supporteront plus longtemps.»
José Sócrates, pris entre l’enclume sociale et le marteau financier ? «Il est pieds et poings liés, renchérit José Manuel Fernandes. Le modèle industriel portugais, vieux de cinquante ans, est moribond, et rien ne le remplace. Le pays ne produit qu’entre 30 et 40% de ce qu’il consomme. La marge de manœuvre de Sócrates est très faible.»
Pourra-t-il rebondir ? Ricardo Costa, de l’Expresso, et d’autres observateurs en sont convaincus : «Ce type a plus de vies qu’un chat. Il est très dur, très résistant, il sait encaisser les coups. Une vraie bête politique qui sait sortir ses griffes lorsqu’il est le plus affaibli.»
José Sócrates, le Portugais ensablé no Libération Par FRANÇOIS MUSSEAU envoyé spécial à Lisbonne

sábado, 20 de março de 2010

primeiras páginas


um «escândalo para saúde da República»

O candidato a Presidente da República considerou, esta sexta-feira, «um escândalo para a saúde da República» os prémios dos gestores públicos, enquanto o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) impõe o congelamento dos salários na função pública.
«Não me parece que haja neste PEC um suficiente esforço de partilha», disse Manuel Alegre, em Bragança, num jantar com apoiantes em que comentou o PEC apresentado pelo Governo. Para o histórico socialista, «o esforço de contenção que é pedido pelo PEC é desigualmente distribuído».
Manuel Alegre criticou também a prevista privatização de serviços públicos, «ainda por cima rentáveis», com a qual entende «não se está a pretender uma melhoria da sua gestão e uma resposta ao interesse público, mas apenas querer obter rapidamente uma receita extraordinária». «Também me parece que um país como o nosso não pode prescindir de uma transportadora aérea nacional que garanta a ligação com o Brasil, Estados Unidos da América e os países lusófonos de África», disse.
O candidato a Presidente da República defende que o que Portugal precisa «não é do código de conduta das medidas orçamentais impostas pelo Banco Central Europeu, mas de uma austeridade republicana exemplar, a partir de cima», desde «os titulares dos órgãos de soberania aos administradores de empresas públicas».
Alegre considerou ainda ser necessário «repensar os critérios monetaristas que estão a contaminar a Europa» e criticou a falta de controlo do dinheiro que a União Europeia incentivou os Estados-membros a introduzirem nos bancos. «Nenhum constrangimento vindo de fora pode pôr em causa serviços públicos essenciais ao povo português como a Segurança Social, a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde», afirmou.
Manuel Alegre frisou ainda que não renegará os seus valores para condicionar apoios à sua candidatura.
O candidato disse ainda o que pensa ser a função presidencial. «O papel de um Presidente da República não é de gerir silêncios nem de dizer apenas o que lhe convém quando lhe convém. A magistratura de influência do Presidente da República implica a utilização da pedagogia da palavra como um instrumento ao serviço do país», declarou. «Falar mas nada dizendo, pronunciar-se mas nada propondo ou intervir mas nada acrescentando é um exercício vazio ou nulo de propósito», acrescentou.

sexta-feira, 19 de março de 2010

prendas de Natal


O tipo de presente, os valores e os nomes dos destinatários – classificados de A a F, em função da importância que cada um assumia para Manuel Godinho – constam de centenas de documentos, com datas compreendidas entre 2002 e 2007, que foram apreendidos pela Polícia Judiciária (PJ) nas buscas às empresas e a casa do empresário.
...
Nos documentos apreendidos pela PJ, o nome do primeiro-ministro surge duas vezes: nas listas dos presentes de Natal de 2004 (altura em que Sócrates era já líder do PS) e nas de 2006.
O sucateiro destina-lhe um decantador de cristal com base em prata (no valor de 685 euros) no primeiro ano, e uma caneta Montblanc e um relógio (sem referência ao que custam), no segundo.
A classificação atribuída pelo sucateiro ao líder socialista, num ano e no outro, é AAA – ou seja, tão importante como Armando Vara e Jorge Coelho (outros dirigentes socialista a quem Godinho pretendeu dar presentes de Natal), António Mexia, presidente da EDP, ou a ex-secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino (cujo nome só surge uma vez, em 2006).
Sol

até "eles" não concordam...


Os jornais revelam hoje que, nas reuniões do Conselho de Ministros, houve contestação quanto aos cortes nas prestações sociais e no investimento público.
A imprensa desta sexta-feira avança que nem todos os ministros terão concordado com algumas das medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) para 2010, analisado em Conselho de Ministros.
Segundo alguns jornais, os cortes nas prestações sociais e no investimento público, bem como o plano de privatizações provocaram contestação no Governo, contra as ideias defendidas pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
O ministro da Economia, Vieira da Silva, terá sido uma das vozes que se levantou contra algumas das medidas do PEC. O ministro da Economia foi um dos ideólogos do rendimento mínimo num Governo de António Guterres e não terá gostado, segundo os jornais i, Diário de Noticias (DN) e Público, dos anunciados cortes no subsídio de desemprego e nos tectos de despesa com o Rendimento Social de Inserção.
O argumento de Vieira da Silva terá sido o de que estas propostas «põem em causa o património ideológico e programático do Governo».
Segundo o DN, outros ministros como Helena André (ministra do Trabalho), Alberto Martins (ministro da Justiça) e Ana Jorge (ministra da Saúde) apoiaram as posições de Vieira da Silva.
O jornal i antecipa que também a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, e o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, levantaram objecções. No caso do ministro das Obras Públicas, devido aos cortes no investimento público.
O DN afirma que Sócrates manteve sempre o apoio ao plano de Teixeira dos Santos, e que terá mesmo dito que «fará o que tiver de ser feito para que o PEC seja aprovado por Bruxelas».
O Público adianta que foi devido às «vozes divergentes» que o chefe do Governo marcou uma outra reunião do Conselho de Ministros para analisar o PEC.
TSF

Mais de 100 mil pessoas para “Limpar Portugal”

Mais de 100 mil pessoas determinadas a deixar o país «num brinco» são esperadas, no próximo sábado, na operação “Limpar Portugal”. TSF
SÓ?

primeiras páginas


quinta-feira, 18 de março de 2010

comissão de inquérito parlamentar ao negócio PT-TVI

O PS está a preparar estratégias para responder à grande ofensiva da oposição na comissão de inquérito sobre o negócio da tentativa de compra da TVI pela PT.
O primeiro indício de que o PS pretende enfrentar tudo e todos reside na escolha dos deputados que vão integrar a comissão, todos figuras de primeira linha da bancada:
Ricardo Rodrigues, que irá coordenar os trabalhos, Ana Catarina Mendes, Manuel Seabra, Sónia Fertuzinhos, Miguel Laranjeiro, Vitalino Canas e Osvaldo de Castro. Os quatro primeiros são vice-presidentes do grupo parlamentar; Laranjeiro, ex-jornalista, pertence à Comissão de Ética; Canas foi porta-voz do PS; e Osvaldo é presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais.
O PSD além de Mota Amaral, que presidirá, apresenta Pedro Duarte que será o coordenador de um grupo composto por Pacheco Pereira, Agostinho Branquinho, Francisca Almeida e Carla Rodrigues.
O PCP será representado por João Almeida (Bernardino Soares, líder da bancada, será suplente) e o BE por João Semedo (José Manuel Pureza, presidente da bancada, será também suplente).
O CDS, por ora, revelou apenas um dos dois nomes: Cecília Meireles. PUBLICO.PT

outras rolhas


Narciso Miranda acusou, esta quinta-feira, o Partido Socialista (PS) de estar a seguir práticas «estalinistas» quando expulsa militantes que não apoiaram os candidatos do partido nas últimas eleições autárquicas. Em declarações à TSF, Narciso Miranda sublinha que a «atitude» do PS é «muito pior» do que a chamada “lei da rolha” aprovada pelo PSD.
«O que há no PS é muito pior do que a lei da rolha. É limpar dezenas de pessoas dos cadernos porque vai haver eleições internas. São estas atitudes, de autêntica purga, são estalinistas. Condena-se primeiro e depois diz-se:agora defenda-se», criticou.
Narciso Miranda sublinhou também que o PS ainda não concretizou a sua expulsão do partido porque tem «medo» das reacções.
«Até este momento, eu ainda não recebi carta nenhuma, mas os meus apoiantes receberam. Isso acontece, talvez porque tenham medo de se instalar um processo e daquilo que eu tenho para dizer», sugeriu.
O presidente da distrital socialista do Porto – onde o processo está em curso – recusou estas críticas. Em declarações à TSF, Renato Sampaio afirmou que não está a fazer mais do que quando a distrital era liderada por Narciso Miranda.
«Não há nenhuma purga no PS. Nunca houve porque o PS é um partido democrático. E o PS Porto só está a fazer aquilo que sempre fez, mesmo quando o Narciso Miranda era presidente, em que também foram expulsos um conjunto de militantes que se candidatou contra o PS», afirmou.
Renato Sampaio garante ainda que a distrital também propõe a expulsão de Narciso Miranda do partido, explicando que este só não foi notificado até à data porque está «sempre a mudar de morada».

um Valter satisfeito...


De acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal aumentou 0,2 por centro entre Janeiro e Fevereiro, uma situação que aquela entidade interpreta como sendo «uma estagnação do desemprego», ainda que «sazonal e positivamente anómala».
Segundo os dados divulgados pelos IEFP, no final de Fevereiro encontravam-se inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas 561.315 desempregados, mais 1003 do que no mês anterior.

mas o Governo está satisfeito…
O secretário de Estado do Trabalho, Valter Lemos afirma que estes dados mostram um desemprego «praticamente estagnado» e sublinhou que, «apesar de tudo, há muitos meses que não tínhamos um sinal tão positivo».
«São números que nos satisfazem porque significam praticamente a estagnação do número de empregados inscritos face ao mês de Janeiro. Em algumas zonas já temos uma diminuição face a Janeiro, como é o caso dos Açores e da Região Centro», considerou.

As centrais sindicais fazem uma avaliação diferente da do Executivo.
O secretário geral da UGT, João Proença, considerou, esta quinta-feira, positiva a existência de dados que indicam que o desemprego poderá estar a estagnar, embora questione se esses sinais serão sustentados ou pontuais.
«Temos níveis de desemprego insustentáveis em Portugal. estes dados do IEFP são dados de um mês e não traduzem uma evolução sustentada por vários meses. É evidente que é positivo que, em Fevereiro, não tenha havido um grande aumento do desemprego, mas continua a haver aumento», afirmou.
Por sua vez, Arménio Carlos, da Comissão Executiva da CGTP-IN considera que falar-se em «estagnação do desemprego» não passa de uma “falácia”.
«O que nós assistimos aqui é, mais uma vez, o Governo a enterrar a cabeça na areia e a não querer reconhecer que o desemprego está a aumentar. Não passa de uma falácia porque, nos últimos tempos, o desemprego afectou milhares de trabalhadores», referiu.

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A obediência consentida

Temos assistido, na nossa sociedade, a um permanente ataque a todos os atributos, instrumentos e manifestações da Autoridade.
Apoucam-se os símbolos nacionais, degrada-se a função política, defende-se a irrelevância das Forças Armadas, desprestigia-se a Justiça, desrespeita-se sistematicamente a polícia, ignora-se a relevância da missão formadora e socializadora da família, destroi-se a tarefa educadora dos professores.
Em alguns casos têm sido os próprios agentes dessas funções públicas a contribuir para a presente situação negativa.
O resultado de tudo isto é a degradação funcional dos instrumentos da Autoridade, a qual é já bem visível nas instituições políticas do Estado, nos tribunais, nos estabelecimentos de ensino e na própria acção policial.
...
Vem isto a propósito do trágico falecimento recente de um automobilista que foi mandado parar também numa operação Stop, mas que não obedeceu à ordem policial, optando por fugir e só sendo imobilizado alguns quilómetros depois.
Claro que a sua morte é lamentável e estou certo que o polícia que desferiu os tiros (creio que primeiro dois para o ar e só depois um para o veículo em fuga) estará profundamente consternado com o desfecho do caso.
Mas a verdade é que não compreendo, não posso compreender como é que um condutor, à ordem policial de paragem, não obedece e se põe em fuga.
Que razões ponderosas o levaram a fugir à polícia, perguntar-se-á sempre qualquer agente minimamente zeloso? Será um assassino? Um terrorista? Um ladrão? Um raptor? Um violador? Ou um qualquer outro criminoso não subsumível nas referidas categorias?
Não esqueçamos que, ainda ontem,
um agente da polícia foi morto por um terrorista da ETA que levantara suspeitas por conduzir em excesso de velocidade…
Os cidadãos têm pois de perceber que, quando fogem à polícia numa operação Stop, se colocam à margem da lei, sendo lícitas todas as suspeitas sobre o seu comportamento.
Obedecer às ordens policias não significa apenas respeito pela Autoridade. É também um pressuposto do salutar convívio numa sociedade livre e democrática, como é o nosso caso.
Daí que o que aconteceu, sendo obviamente de lamentar, deve, no entanto, servir de aviso para todos aqueles que, não sendo lobos, tenham a tentação de lhe querer vestir a pele…
por Rui Crull Tabosa em
A obediência consentida no Corta-fitas

terça-feira, 16 de março de 2010

Branqueamento de José Sócrates


Por vezes leio análises sobre a situação política portuguesa de pessoas que não gostam do governo socialista, e fico surpreendido com o pensamento dos seus autores.
Por exemplo, existe uma linha, minoritária é certo, que defende que não se deve atacar José Sócrates pelo seu envolvimento nas suas permanentes trapalhadas, como no Freeport, ontem renascido, as casinhas da Guarda, a licenciatura "independente" ou a tentativa de controlo de parte da comunicação social, caso este que vai ser investigado por uma Comissão de Inquérito. Que se deve concentrar o ataque às políticas (correcto), e esquecer estes "pequenos" pormenores e defeitos do senhor Sócrates. Isto é a mesma coisa que defender que, por exemplo, durante o consulado Bush, os democratas não tivessem atacado a Administração pelo escândalo da agente da CIA Valerie Plame ou das ligações duvidosas entre a Enron e Dick Cheney. Indo mais longe, no caso do Watergate, onde os Democratas derrubaram um Presidente mentiroso.

Outra das linhas de raciocínio mais interessante que tenho lido é o pedido para a não concentração no ataque a José Sócrates, mas sim ao PS. Sendo verdade que o principal problema de Portugal são últimos 15 anos de governos socialistas, também é verdade que os últimos 5 anos foram terríveis e completamente desastrosos, não só em termos de governação, mas também no ataque à credibilidade das instituições democráticas. E esta desgraça tem uma assinatura: José Sócrates. E isso não tinha sucedido no também infeliz consulado Guterres. Voltando a dar um exemplo americano, será que Barack Obama fez mal durante a campanha em centrar as suas críticas em George W. Bush? Se José Sócrates desaparecer, os problemas de Portugal não se resolvem, concordo. Mas, ao mesmo tempo que se vai denunciando a desastrada governação dos socialistas em Portugal, os partidos da oposição à direita não podem fazer de conta que essa governação não tem um responsável, de seu nome José Sócrates. Isso seria uma tentativa de "ofuscar" e branquear as suas responsabilidades, inadmissível a meu ver. por Nuno Gouveia em
Branqueamento de José Sócrates no 31 da Armada um dos mais notáveis blogs nacionais

GAMA INDEPENDENTE


O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, decidiu a favor da oposição e tirou um deputado ao PS na comissão de inquérito para saber se o primeiro-ministro mentiu no negócio da compra da TVI pela PT.

A questão foi levantada por uma carta do presidente da comissão de inquérito, Mota Amaral, do PSD, que fez contas e descobriu que os socialistas fariam maioria com qualquer partido da oposição, mesmo os mais pequenos, como o PCP e o Bloco. E não respeitava o princípio do paralelismo com a representatividade dos grupos parlamentares. Era o que argumentava Mota Amaral numa carta enviada a Gama.

A discussão foi longa na conferência de líderes de hoje. O PS opôs-se a esta mudança, lembrando que já há uma comissão de inquérito em funcionamento (a da fundação dos “Magalhães”) e que nenhum dos partidos da oposição se manifestou contra. O que levou a deputada Ana Catarina Mendes, do PS, a questionar o critério da oposição, que, assim, dependeria do objecto do inquérito.

Com a composição inicialmente prevista, o PS poderia servir para aprovar um relatório ou as conclusões do inquérito e não apenas com o PSD e CDS-PP.

Depois de ouvir os partidos, Jaime Gama decidiu a favor dos partidos da oposição, sob protestos dos socialistas. Assim, o PS ficou com sete deputados, “perdeu” um para o CDS, que passa a ter dois. O PSD fica com seis e Bloco e PCP com um cada. joão eduardo severino em o Pau Para Toda A Obra

Jaime Gama "independente" ou Jaime Gama para "presidente"?

No que o PEC vai mexer nos nossos bolsos

Apesar de se sucederem notícias sobre redução de benefícios fiscais no IRS, das deduções com despesas de saúde e educação, ou da criação de um novo escalão , as consequências das medidas previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) na carteira dos portugueses ainda não são claras para muitas famílias.
O DN foi falar com vários contribuintes, para perceber como vão ser afectados pelo PEC: do administrador Jorge Armindo, que faz parte dos 1% de portugueses com rendimentos superiores a 150 mil euros e que vão pagar a nova taxa de 45% de IRS; a Paulo Inácio, que ganha 500 euros por mês; passando por Carlos Soares, um médico com oito filhos; ou José Duarte, que aguarda a revelação de quanto vão passar a custar as SCUT.
E mesmo sem contas feitas, há preocupações que se repetem: as famílias que falaram com o DN temem perder poder de compra e ver as suas dificuldades económicas agravadas. Ou as do País, onde não é difícil reconhecer os efeitos da crise. Uma crise que vai ser paga sobretudo pela classe média, dizem os fiscalistas. Joaquim Escoval, técnico da Autoeuropa, já tinha essa certeza: "Lá está a classe média a pagar a crise."
DN

Jorge Armindo, presidente executivo da Amorim Turismo, afirma que vai ser penalizado com a nova taxa de IRS prevista no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC). "Vou ter um aumento de taxa. É algo que já tem acontecido nos últimos anos, vou ter um agravamento de 5% no IRS", diz o gestor.
No entanto, Jorge Armindo concorda com esta medida que aumenta a taxa de imposto para quem ganha mais de 150 mil euros ao ano: "Significa que tenho um nível de vida acima da maioria dos portugueses", salienta o responsável, que aceita ter de pagar mais imposto ao Estado.

"Não ser abrangido pelo PEC é sinal que ganho muito pouco", dispara Paulo Inácio, de 30 anos, quando indagado sobre a medida. Casado e com dois filhos, o sapador florestal da Câmara de Vila Nova de Paiva leva "para casa, no final do mês, 500 euros" a que junta os 450 que a mulher, a trabalhar na hotelaria, ganha.
Sobre as medidas de austeridade, impostas pelo Programa, condescende que "talvez sejam necessárias, mas caem sempre sobre os mesmos. No meu caso, que nem chego a atingir rendimentos para majorar as deduções, pouca diferença faz, mas não é uma boa notícia é antes o reconhecimento que ganho mal".

José Duarte ainda não sabe qual será o valor das portagens na A42 e A41, que ligam respectivamente Felgueiras e Paços de Ferreira ao litoral nortenho. Porém, este comerciante de peixe, residente em Marecos (Penafiel), acredita que se os valores forem semelhantes aos que são praticados na A4, então vai ter de despender uma verba mensal na ordem dos 73 euros para pagar os cerca de 70 quilómetros diários que faz nestas vias.
Aos 45 anos, e com um agregado familiar de quatro pessoas, não tem dúvidas em afirmar que "isto está muito complicado". Os 750 euros mensais que aufere da actividade já representam um salário curto para o orçamento familiar. "Da maneira que isto está, tenho de pensar o que vou fazer", conta este comerciante. Que admite mesmo deixar a actividade. "Se meterem portagens talvez deixe de vender peixe. Não só eu como vários familiares meus que se dedicam ao mesmo", acrescenta.
um trabalho intereesante no DN

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segunda-feira, 15 de março de 2010

Tempos difíceis para os mais pobres

Embora caiba à classe média a maior parte do esforço de correcção das contas públicas nos próximos anos, o sacrifício vai estender-se à camada mais carenciada da população.
Nos próximos quatro anos, a população mais dependente de ajudas do Estado perderá 7% do poder de compra, graças ao congelamento das prestações sociais que o Governo anunciou na versão preliminar do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), segundo cálculos do SOL.
Os especialistas admitem que a pobreza aumente, atingindo mais de dois milhões de pessoas.
O PEC prevê o congelamento de todas as prestações não contributivas até 2013. Esta medida abrange o Complemento Solidário para Idosos (CSI), que tem 243 mil beneficiários, o Rendimento Social de Inserção (RSI), pago a 385 mil pessoas, e a pensão social, atribuída a cerca de 80 mil reformados.
mais no Sol

Boysada

Mais uma originalidade portuguesa: o Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social vai ser marcado pelo empobrecimento – ou até mesmo pelo extermínio – da classe média.
Ou seja, o contributo de Portugal para o combate europeu à pobreza vai ser a produção de mais pobres. As palavras cruzadas no discurso político e mediático são arrepiantes e esboçam um cenário futuro para Portugal que ninguém de bem gostaria de deixar aos filhos: desemprego, precariedade, desamparo.
Mais eis que uma luz brilha nas trevas de um país desgovernado por décadas de verborreia, mediocridade e sujeição a interesses não sufragados e até mesmo ocultos. Enquanto o País mergulha na maior das angústias, que é a da incerteza do futuro, há uma casta simplesmente preocupada em saber qual o melhor dos lugares ao sol que lhe é proporcionado. Abrem a boca e saem erros de gramática, numa língua de trapos, semeada de neologismos e estrangeirismos, que são o chamado "português técnico", provavelmente uma cadeira que se tira ao domingo numa Universidade de papel. As preocupações do comum dos cidadãos não os atingem. Não é que tenham habilitações ou bens de raiz à prova de crise. O que tiveram foi simplesmente um cartão da ‘Jota' e um curso instantâneo de subserviência à figura do líder e de adaptação às conveniências do aparelho. São a ‘boysada', um insulto a um país cuja juventude olha o presente e o futuro com a maior aflição. São especialistas de coisa nenhuma e peritos em questões gerais: dão para o frete que for preciso em cada momento. E no momento seguinte embolsam mais uma recompensa e mudam de poleiro, prontos para outra. Estão na moda e na mó de cima. Sempre. Não são uma pecha da democracia. Já existiam antigamente. Só se apresentavam com outras fardas. João Paulo Guerra em
Boysada in Económico

domingo, 14 de março de 2010

primeiras páginas


Mais difícil rejeitar oferta de emprego


O Governo vai apertar as regras para quem está desempregado. O conceito de "emprego conveniente" vai ser revisto, com o objectivo de acelerar o reingresso na vida activa. Quem estiver sem trabalho, terá mais dificuldade em rejeitar propostas de emprego.
Teixeira dos Santos anunciou que pretende rever a relação entre subsídio de desemprego e o rendimento anterior na vida activa e tornar mais "exigentes" as condições de oferta de emprego a uma pessoa que esteja sem trabalho e a receber subsídio.
Admitiu, assim, rever as regras do "emprego conveniente". "No domínio do subsídio de desemprego, pretende-se criar um estímulo para que os desempregados possam com maior rapidez voltar à vida activa".
JN

600 professores pediram ajuda


Desde 2006, ano de abertura do SOS Professores, que cerca de 600 docentes se queixaram à linha por serem vítimas de actos de violência. Às agressões físicas e verbais, juntam-se situações de indisciplina como aquelas que terão estado na origem do suicídio de um professor de Música de uma escola de Fitares.
Os alunos são a principal razão de queixa (58,4%), mas também os encarregados de educação agridem os docentes (25,5%). Da análise aos dados da linha - uma iniciativa da Associação Nacional de Professores (ANP) -, constata-se ainda que são sobretudo as mulheres que procuraram apoio. As faixas etárias dos 40 aos 49 anos e dos 50 aos 59 representam quase metade das chamadas efectuadas.
Os dados da linha demonstram também que são os alunos do terceiro ciclo - precisamente o nível de escolaridade da turma que alegadamente agredia o professor de Fitares -, com 50 queixas, e do secundário (46) que motivam mais problemas. Desde 11 de Setembro de 2006 até 19 de Junho de 2009, a linha recebeu 353 contactos, dos quais 184 foram efectuados durante o ano lectivo de 2006/2007, 136 em 2007/2008 e 33 em 2008/ /2009. A estes 353 contactos juntam-se mais dez efectuados entre 10 de Setembro de 2009 e 10 de Janeiro de 2010. Houve ainda o acompanhamento de 228 situações, o que perfaz um total de 581 serviços prestados.
DN
vale a pena ler o livro de José Gil...

Não tem sentido, não faz sentido...

"Não compreendo como é que se vai privatizar os CTT, uma companhia de bandeira como é a TAP, ou outras companhias assim".
"Quando o país está em dificuldade e é preciso que o Estado tenha poder e capacidade monetária, que venha não somente de fora mas de dentro, para resolver o problemas que afectam as classes mais desfavorecidas - e é para isso que nós socialistas servimos, para servir as classes mais desfavorecidas -, é evidente que não podemos estar assim a desbaratar o nosso próprio património. Não tem sentido, não faz sentido".
Mário Soares sobre as privatizações previstas no PEC

sexta-feira, 12 de março de 2010

os "boys" de Oeiras ou Saudades de Marques Mendes em tempo de Congressos


Isabel Meirelles, que encabeçou a lista do PSD em Oeiras, suspendeu o mandato de vereadora, considerando que o seu partido tem uma «relação de promiscuidade política» com Isaltino Morais.
Isabel Meirelles vai, entretanto, ser substituída pelo líder da JSD do concelho. Ricardo Júlio Pinho, que assumiu funções no início deste mês, já se mostrou disponível para trabalhar com o executivo de Isaltino e assumir a gestão de pelouros na Câmara de Oeiras – à semelhança do outro vereador eleito pelo PSD em funções.
Sol

Que saudades tenho do Marques Mendes… nestes tempos de congressos e directas.

profissão de alto risco e desgaste rápido: professor


Segundo os jornais Publico e i, o professor, com 51 anos e licenciado em Sociologia, vivia com os pais em Oeiras e foi colocado nesta escola no início deste ano lectivo.
A 9 de Fevereiro, o professor parou o carro na Ponte 25 de Abril, em Lisboa, no sentido Lisboa/Almada, e atirou-se ao Tejo.
No seu computador pessoal, noticiam os dois diários, deixou um texto que afirmava: «Se o meu destino é sofrer, dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim, não tendo outras fontes de rendimento, a única solução apaziguadora será o suicídio».
De acordo com o i, os problemas do professor ocorreram com «um grupo de alunos do 9º ano», que o insultavam na aula, e que motivaram «pelo menos sete» participações do professor à direcção da escola, «alertando para o comportamento de um aluno em particular».
«Colegas e familiares do professor asseguram que a direcção não instaurou nenhum processo disciplinar», escreve ainda o i.
Sol

começa a ser habitual o silencio da ministra... e dos "outros"

quinta-feira, 11 de março de 2010

"money for the boys" incendeia plenário


Na discussão e votação do Orçamento do Estado de 2010, hoje no Parlamento, Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, decidiu-se por um comentário ao debate em torno de uma proposta do PCP (artº 35 e 35ª) que prevê um aumento em 5 milhões de euros das transferências do Orçamento do Estado para as Juntas de Freguesia.
O argumento dos comunistas era o de que algumas Juntas de Freguesia nem dinheiro têm para pagar as senhas de presença aos presidentes eleitos.

Porém, numa curta intervenção, Teixeira dos Santos comentou: "Isto é money for the boys".
E o plenário incendiou-se. Expresso

Dr. Sócrates e os pacóvios

"José Sócrates deve achar que somos um país de pacóvios". Bagão Félix dixit. Assino por baixo. O primeiro-ministro vive dentro da propaganda. Não sabe o que é a realidade.
I. Ontem, na SIC-N, Bagão Félix desmontou, sem papas na língua, as mentiras económicas do primeiro-ministro. Em primeiro lugar, o ex-ministro disse que as eleições de Setembro foram realizadas sobre uma mentira económica. E tem toda a razão. No verão, José Sócrates escondeu a realidade ao país; pintou Portugal com tons de rosa para conseguir ganhar umas eleições. Depois, com o poder de novo no bolso, virou o bico ao prego. Em Março de 2010, Sócrates negou tudo aquilo que disse em Setembro de 2009. Mas a realidade é a mesma, não mudou. O PS é que escondeu a realidade do país.
Esta mentira económica é quase tão grave como a mentira política da TVI/PT.
II. Em segundo lugar, Bagão Félix afirmou que, mais uma vez, Sócrates faltou às suas promessas eleitorais: dizia que não aumentava impostos, mas aí estão os aumentos de impostos. E, de forma clara, citando um documento oficial de 2007, Bagão Félix provou como a mentira está instituída na cultura de governação deste PS.
Os documentos "oficiais" não são retratos exactos do país. São peças de propaganda.
III. Em terceiro lugar, Bagão Félix falou da incompetência deste PEC. Não há apenas propaganda. Há também incompetência.
Isto porque este plano, como também salienta André Macedo, não aponta para o crescimento. Não se vêem medidas destinadas a fomentar o crescimento. Não se vêem medidas destinadas a fomentar o investimento privado.
IV. Dr. Sócrates, escreva no quadro quarenta vezes: "investimento privado". Henrique Raposo in
Dr. Sócrates e os pacóvios no Expresso.pt

TVI: comissão de inquérito toma posse dia 18 de Março


A comissão de inquérito sobre a actuação do Governo no negócio da TVI terá a duração de 60 dias e será constituída por 17 deputados: 8 do PS, 6 do PSD, 1 do CDS-PP e 1 do BE e 1 do PCP.
A comissão de inquérito foi criada por iniciativa do PSD e do BE e terá por objecto “apurar se o Governo, directa ou indirectamente, interveio na operação conducente à compra da TVI e, se o fez, de que modo e com que objectivos” e “apurar se o senhor primeiro-ministro faltou à verdade ao Parlamento, na sessão plenária de 24 de Junho de 2009”, quando disse desconhecer este negócio.
PUBLICO.PT

Sobre o "caso", Cavaco Silva, na entrevista á RTP, deixou claro que, da sua experiência como primeiro-ministro, considera que uma tal operação não podia acontecer “sem o conhecimento prévio do Governo”.
publico.pt

um dia na via de JES e de Portugal: o 11 de Março de 1975



Na manhã de 11 de Março de 1975 recebi ordens superiores para me deslocar com uma equipa de operadores de imagem e de som para o Regimento de Artilharia Nº 1 (RAL 1), Sacavém, às portas de Lisboa. O chefe de redacção José Manuel Marques disse-me que "parece-me que há para lá sarilhos dos grandes. Tem cuidado contigo. Nada de heroísmos".Partimos para a minha unidade militar porque o RAL 1 foi o quartel onde eu passei à disponibilidade do Exército como artilheiro. Um quartel que conhecia como as minhas mãos. E conhecia também o "manda-chuva" que na altura comandava os militares revolucionários que se opunham aos spinolistas. Anos antes, o capitão Dinis de Almeida cruzara-se comigo na Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas.Quando chegámos ao local, o operador de imagem chamou-me a atenção que o ambiente era grave. Aviões sobrevoavam o quartel, um morteiro tinha sido disparado e atingiu uma das camaratas. Um soldado morreu. Filmámos o sangue junto à sua cama. Viemos para o portão do quartel e Dinis de Almeida estava desvairado. Tudo poderia acontecer. As chaimites foram estacionadas na parada e muitos civis tentaram entrar no quartel para recolherem armas. O "inimigo" eram os pára-quedistas que se encontravam a umas centenas de metros posicionados de forma a poder atacar quando recebessem ordens possivelmente enquadradas em mais disparos aéreos.Com o passar do tempo, iniciaram-se negociações entre as partes, mas sempre com os gritos das vozes revolucionárias pelo meio a ouvirem-se continuamente e com Dinis de Almeida sem saber bem o que decidir.O operador de imagem volta a dizer-me: "Puto Jones, isto está muito quente! Muito perigoso! Temos de estar preparados para levar com algum balázio em cima". Na força dos meus 25 anos e com o entusiasmo da "revolução" nem sequer me lembrei dos dois bebés que tinha em casa, um já nascido e o outro que viria ao mundo no Maio seguinte.A reportagem foi realizada pela nossa equipa da RTP em plenitude, com esforço, dedicação, inteligência, experiência militar e coragem. A equipa durante todo o dia não tinha ingerido qualquer alimento e telemóveis não existiam. Cerca das 17.00 horas, chegou uma outra equipa de reportagem chefiada por Adelino Gomes, para que a nossa pudesse regressar à Alameda das Linhas de Torres e para que o material recolhido fosse sendo montado para posterior transmissão no telejornal.Cheguei à redacção e o director Álvaro Guerra passou a ter conhecimento de todo o material exclusivo que eu possuía. Um manancial de gritos, de correrias, de apelos à guerra, à luta, à morte. Conversas acesas entre militares. Políticos e militantes de forças de extrema-esquerda à porta do RAL 1. Pára-quedistas quase na boca do lobo, enfim, um vasto espólio histórico que haveria de deixar marca. Em quem? Em mim.Quando me apercebi do que se passava na redacção já era tarde para agir. Adelino Gomes que tinha regressado à base com umas meras imagens de aviões a sobrevoarem o quartel RAL 1, dirigiu-se à sala de montagem com indicações de Álvaro Guerra, a fim de juntar todo o material e apresentar uma peça global. Com o meu trabalho, Adelino Gomes passava a ser o jornalista-herói. Desde esse dia, nunca mais parou na ribalta. Desde esse dia que eu compreendi que o jornalismo também é uma máfia.© jes Jornal do Pau Para Toda A Obra

«Não sei se os portugueses estão esclarecidos»

O Presidente da República afirmou quarta-feira em entrevista à RTP que «numa sociedade democrática, a compra de uma televisão não pode deixar de ser transparente», considerando que o Parlamento «está a cumprir a sua função fiscalizadora»
Cavaco Silva recusou antecipar «conclusões políticas» da comissão de inquérito ao negócio PT/TVI, considerando que as mesmas «serão tiradas em primeiro lugar na Assembleia da República».
«A Assembleia da República está a utilizar a sua competência para promover o inquérito, e tirará depois as suas conclusões», declarou o Presidente em entrevista à RTP.
Cavaco, que entende que o Parlamento «está a cumprir a sua função fiscalizadora», afirmou ter «o direito de pedir transparência e ética nos negócios do mercado».
«Por de trás da crise financeira internacional está a violação de regras éticas. Insisto muito nos princípios éticos», disse em Belém, justificando o seu pedido de esclarecimentos sobre o negócio.
«Não sei se os portugueses estão esclarecidos», acrescentou.
«Penso que numa sociedade democrática a compra de uma televisão não pode deixar de ser transparente. Não só não pode acontecer sem o conhecimento do governo, como sem o conhecimento da opinião pública. Deve ser uma operação muito transparente», reforçou.

um resumo do
Sol da entrevista que não tive paciência ver e pode ser lido aqui

terça-feira, 9 de março de 2010

medidas «adequadas ao objectivo» ?

O governador do Banco de Portugal considera as medidas do PEC «adequadas ao objectivo».
Vítor Constâncio afirmou ainda que «espera que a Comissão de Bruxelas venha a aprovar o nosso programa e que Portugal esteja disposto a fazer tudo o que for necessário para cumprir o objectivo em 2013 de ter o défice abaixo dos três por cento».
Esta meta é essencial, considera ainda o governador, para o futuro de Portugal.
TSF

segunda-feira, 8 de março de 2010

Programa de Estabilidade e Crescimento: aumentam os impostos em IRS

O PEC prevê limitações às deduções – Saúde, Educação, etc – nos escalões intermédios, o que só por si, significa aumento de imposto. “Não vamos propriamente mexer em cada um dos benefícios. Vamos, isso, sim, defenir um tecto”, declarou Teixeira dos Santos ao apresentar o PEC 2010 – 2013.
Os rendimentos colectáveis acima dos 150 mil euros ficam sujeitos a um novo escalão de 45% e as mais valias realizadas em Bolsa passam a pagar impostos de 20%.
A linha de alta velocidade Lisboa-Porto, com abertura prevista para 2015, fica assim adiada para 2017, enquanto a linha Porto-Vigo só estará concluída em 2015.
Os aumentos salariais dos funcionários públicos até 2012 serão abaixo da inflação. "Congelámos os salários este ano, e não podemos assumir o compromisso de alinhar o andamento dos salários com o andamento da inflação, vamos ter, de facto, que prosseguir o caminho da forte contenção salarial", adiantou aquele ministro.
DN

O governo não diz se o PEC será sujeito a votação. É um dos segredos mais bem guardados do PEC.
Ao longo da última semana, ninguém no Governo se atreveu a dizer se o documento vai, ou não, ser sujeito a votos na Assembleia da República. É certo que nada o obriga - por tradição, ele é apenas sujeito a discussão -, mas a procura de um apoio alargado ao PEC, para ter valor reforçado em Bruxelas, é um objectivo declarado do primeiro-ministro.
Porém, com a esquerda definitivamente afastada de um potencial acordo, nem PSD nem CDS garantem qualquer apoio ao documento.
DN

primeiras paginas


Subsídios de desemprego sobem 58%


Em Janeiro, o número de pessoas que pediram subsídio de desemprego inicial e tiverem deferimento, quase duplicou face a Dezembro, passando de 12 346 para 22 323, de acordo com os últimos dados, agora publicados pela Segurança Social. Este universo corresponde aos cidadãos que perderam emprego. Se forem tidos em conta também os pedidos de subsídio social de desemprego - que baixaram -, então o aumento registado foi de 58%. Aqueles dados estão em linha com o aumento da taxa de desemprego apurada naquele mês, tanto pelo INE (10,1%) como pelo Eurostat (10,5%).
A tendência de crescimento naquela prestação mantém-se na comparação homóloga, com mais 1656 novos subsídios registados face a Janeiro do ano passado, reflectindo, assim, o impacto de longo prazo da crise económica, que tem levado ao encerramento de muitas empresas e à redução de postos de trabalho noutras. E que deverá continuar a reflectir--se no emprego, mesmo após os primeiros sinais de recuperação económica (?).

Do total de 563 300 desempregados apurados pelo IEFP em Janeiro, há 203 931, ou seja, mais de um terço, que não têm acesso a nenhuma das modalidades de subsídio de desemprego. De acordo com os últimos dados disponibilizados pela Segurança Social, os beneficiários apoiados somavam cerca de 320 mil em Janeiro. Destes, só 243 354 acediam ao subsídio clássico. Os outros repartiam-se pelo subsídio social (66 670), subsídio subsequente (49 301) e a receber o prolongamento da prestação encontravam-se 41(?) indivíduos. A percentagem de excluídos eleva-se se contarem os cerca de 586 mil apurados nas estatísticas do Eurostat e ainda mais significativamente se forem considerados todos os que apesar de estarem desempregados já deixaram de o procurar. DN

sábado, 6 de março de 2010

formação para “patrões”


A ministra do Trabalho lembrou hoje que "Portugal padece de um deficit de qualificação" e que a formação é uma "prioridade nacional", durante a assinatura de protocolos para a formação de empresários.
A ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, assinou hoje protocolos de parceria com as confederações patronais, associações empresariais e universidades e politécnicos para pôr de pé o programa Formação para Empresários.
A iniciativa, que deverá entrar em vigor este ano e prolongar-se até 2011, vai abranger mais de 5000 formandos e representa um investimento de 12 milhões de euros do Estado.


Cada vez que "aparece" um governo PS vem a reboque um programa de formação para gestores, ou melhor para “patrões” que os gestores formam-se noutros sítios...
Quantos “patrões” foram formados, por exemplo, nos programas inPME ou no REDE que lhes eram destinados?
Certamente que alguns milhares sem resultados visíveis.
Visíveis sim foram os resultados obtidos por milhares de “formadores” e centenas de empresas de formação, algumas criadas para o efeito, por funcionários públicos da arte...