É curiosa a argumentação de Ana Paula Vitorino: o TGV deve fazer-se porque há uns fundos comunitários para estourar nestas megalomanias, cujo objectivo é pôr os contribuintes europeus a subsidiar a Alshtom, Siemens & quejandos. Para a componente nacional, recorre-se ao endividamento junto do BEI, que sempre dará para enriquecer os construtores e consultores amigos. Também havia financiadores domésticos no grupo, mas a crise (bendita seja!) tratou de lhes secar o funding.
Mas o que verdadeiramente impressiona é que esta gente não é capaz de sair do paradigma que nos arruinou: a locomotiva do crescimento e do emprego passa pelo investimento público em mega-projectos, que se justificam pelo simples facto de a UE os subsidiar, muito embora se afirme com toda a ligeireza que eles “se sustentam a si próprios”. Por importante que seja o financiamento comunitário, existirá sempre a comparticipação nacional, esta sempre alavancada, directa ou indirectamente, por endividamento externo.
Um modelo baseado na lógica do consumo parasitário. Só podia resultar na Troika… por LR no Blasfémias