Tenho estado ausente do FB por razões compreensíveis. Tenho continuado a escrever o que me comprometi, a ler o livro que recebi (atentamente, recorrendo a outras fontes para recortar a informação), bem como outras situações da minha vida, nomeadamente do foro do "caruncho" típico da idade. Mas hoje não posso deixar de cá vir. A operação lançada pelo Mossad israelita foi um estouro. Mortos até agora 9, feridos: largos milhares. Destruída uma linha de comando que levou anos a construir. Deve estar eminente um ataque ao Líbano e à Síria.
Mas vamos a factos. De uma observação superficial dá para perceber que não foram as pilhas que explodiram. Apesar dos jornaleiros o dizerem em todas as TV e noticiários que até agora vi. Qualquer pessoa com dois dedos de testa percebe que explodirem todas em simultâneo (em áreas tão distantes) implica um sinal electrónico sincronizado. Além de mais nem todas as pilhas reagem a qualquer sobreaquecimento. E emitem calor (muito calor). Quem já utilizou um "pager" sabe perfeitamente isso. Sente-se o calor junto da pele. Basta desligar o aparelho e tudo fica bem. Além do mais o tipo de explosão das pilhas não provoca tantas efeitos como o demonstrado nos vídeos dos supermercados que já vimos. A carga explosivo deve ser equivalente a uma carga explosiva entre 10 e 40 gramas de TNT (o equivalente a uma vela de 25 gramas de TNT. O explosivo teve de ser inserido de forma dissimulada) no fabrico dos "pagers". Made in Taiwan. Exportados para o Líbano e Síria. Serviu para o Hezbolah e para civis (médicos e vendedores especialmente).
A operação foi muito cara para Israel. Implicou a utilização de uma empresa com fábrica na Formosa. Houve modificação do modelo Gold Apollo ar 924. Houve a introdução de um comando no software que permitiu o detonar simultâneo de tantos milhares de aparelhos. A empresa Gold Apollo é americana. Está arrumada. Nunca mais será rentável. Foi uma operação muito bem feita. Cara (sem dúvida), mas eficaz. Exigiu muito tempo e muito esforço. Muitos dedos perdidos. Muitas lesões junto dos cintos em que normalmente os "pagers" são transportados. Os hospitais do Líbano em crise. Mecanismos de informação e comando rebentados. Apesar de não ser partidário dos genocidas israelenses tenho que reconhecer que foi uma operação muito eficaz. (José Carlos C Lopes)