Com as medidas draconianas deste governo, sobretudo contra os funcionários públicos e os pensionistas, abriu-se a caixa de pandora contra salários, pensões e outras mordomias dos políticos, no activo e no passivo. A presidente do Parlamento, Assunção Esteves, por exemplo, vê os seus vencimentos dissecados ao cêntimo, desde a reforma aos 42 anos até às outras remunerações que aufere e outras mordomias. Um a um, quem exerceu cargos políticos e beneficiou legalmente de estatutos de reforma e de pensões escandalosas para as vítimas do Orçamento de Estado de 2012, é-lhes apontado o dedo acusador. Há em toda esta denúncia uma boa dose de populismo, mas atenção: se os portugueses vivem acima das suas possibilidades deve-se começar a diminuir consideravelmente as remunerações e pensões de quem recebe mais e não de quem recebe menos. E, nos tempos difíceis que correm, era de bom-tom que quem recebe mensalmente mais de 5 a 6 mil euros evitasse escrever nos jornais ou comentasse na televisão que os portugueses vivem acima das suas possibilidades e que devem fazer sacrifícios de «reajustamento». Senão, qualquer dia salta a tampa da panela de pressão. por Tomás Vasques no Hoje há Conquilhas