14 DE JANEIRO DE 1659
Já tinham passado mais de 18 anos
sobre a Restauração da monarquia portuguesa, após a revolta de 1 de Dezembro de
1640 que terminou com seis décadas de “domínio filipino” espanhol, juntando as
duas coroas, mas Filipe IV não esqueceu nem perdoou. Quis voltar a ser Filipe
III de Portugal.
O primeiro rei depois da
Restauração, Dom João IV (antes duque de Bragança), morrera há cerca de três
anos, o seu herdeiro, Dom Afonso VI, ainda era menor e a regência do trono português
estava entregue a uma sevilhana, a rainha viúva Dona Luisa María Francisca de Guzmán y Sandoval que irá enfrentar a violência imperialista do seu compatriota Filipe IV com estoicidade.
Quando ordenou o ataque à fortaleza
de Elvas, Filipe IV fê-lo em grande e em força. Dez mil homens de infantaria e
três mil de cavalaria espalharam-se por uma linha de cerco com 18 quilómetros.
Mais: As trincheiras deles, que faziam a ligação a uma série de fortificações,
estavam preparadas para suportar os ataques que vinham da fortaleza para fora e
do nosso contingente de socorro – era uma força com dupla protecção”, diz o
coronel Luís Albuquerque, director do Museu do Exército, em Lisboa. A isto
somou-se a habitual inferioridade numérica dos combatentes portugueses: oito
mil homens de infantaria e três mil de cavalaria. Sabe quem é Dom Sancho Manuel?
Era o comandante da sitiada praça de Elvas. E Dom António Luís de Menezes? Era o
chefe da força de socorro. São estes dois homens, quase ignorados na “grande”
História, que vão liderar o confronto com o poderoso exército espanhol numa
batalha que durou dez horas, das 9 horas da manhã até às 7 horas da tarde, e derrotá-lo.
Segredo da vitória: atacaram um ponto da linha inimiga, com cinco fortins e
outros tantos quilómetros, e furaram o cerco.