terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Batalha das Linhas de Elvas-Guerra da Restauração


14 DE JANEIRO DE 1659

Já tinham passado mais de 18 anos sobre a Restauração da monarquia portuguesa, após a revolta de 1 de Dezembro de 1640 que terminou com seis décadas de “domínio filipino” espanhol, juntando as duas coroas, mas Filipe IV não esqueceu nem perdoou. Quis voltar a ser Filipe III de Portugal.
O primeiro rei depois da Restauração, Dom João IV (antes duque de Bragança), morrera há cerca de três anos, o seu herdeiro, Dom Afonso VI, ainda era menor e a regência do trono português estava entregue a uma sevilhana, a rainha viúva Dona Luisa María Francisca de Guzmán y Sandoval que irá enfrentar a violência imperialista do seu compatriota Filipe IV com estoicidade.
Quando ordenou o ataque à fortaleza de Elvas, Filipe IV fê-lo em grande e em força. Dez mil homens de infantaria e três mil de cavalaria espalharam-se por uma linha de cerco com 18 quilómetros. Mais: As trincheiras deles, que faziam a ligação a uma série de fortificações, estavam preparadas para suportar os ataques que vinham da fortaleza para fora e do nosso contingente de socorro – era uma força com dupla protecção”, diz o coronel Luís Albuquerque, director do Museu do Exército, em Lisboa. A isto somou-se a habitual inferioridade numérica dos combatentes portugueses: oito mil homens de infantaria e três mil de cavalaria. Sabe quem é Dom Sancho Manuel? Era o comandante da sitiada praça de Elvas. E Dom António Luís de Menezes? Era o chefe da força de socorro. São estes dois homens, quase ignorados na “grande” História, que vão liderar o confronto com o poderoso exército espanhol numa batalha que durou dez horas, das 9 horas da manhã até às 7 horas da tarde, e derrotá-lo. Segredo da vitória: atacaram um ponto da linha inimiga, com cinco fortins e outros tantos quilómetros, e furaram o cerco.
Mas, mesmo no final da batalha, o exército português perdeu um dos seus melhores oficiais à época. André de Albuquerque Ribafria, que comandava a força de socorro no terreno, não resistiu a um ferimento causado por um tiro de mosquete. (por J. PLÁCIDO JÚNIOR in “Os segredos das 6 batalhas que salvaram Portugal”)