O primeiro-ministro luxemburguês não poupou nas palavras: "Quem acredita que a eterna questão da guerra e paz na Europa não pode voltar a ocorrer, está completamente errado. Os demónios não desapareceram, estão apenas a dormir, como foi demonstrado pela guerra na Bósnia e no Kosovo", afirmou em entrevista publicada este domingo na revista alemã Der Spiegel.
Um alerta reforçado pela forma como a União Europeia, e especialmente a Alemanha, está a lidar com a crise grega: "A forma como alguns políticos alemães se têm referido à Grécia, um país severamente atingido pela crise, deixou feridas profundas na sociedade grega. Da mesma forma, assustou-me ver manifestantes em Atenas receber a chanceler alemã, Angela Merkel, envergando uniformes nazis".
"Também a campanha eleitoral italiana foi excessivamente anti-alemã e anti-europeia", considerou Juncker, analisando desta forma as eleições italianas: "Beppe Grillo é principalmente um crítico da classe política. Silvio Berlusconi prometeu baixar os impostos aos cidadãos. O partido que se posicionou em Itália fortemente contra o euro foi a Liga do Norte, que perdeu muitos votos.
Para Juncker, a saída da crise europeia só se conseguirá com mais união entre os países: "[A UE] é a única oportunidade de não ficarmos de fora do mundo. Os chefes de governo de França, Alemanha e Grã-Bretanha estão conscientes de que a sua voz apenas é ouvida internacionalmente porque é transmitido através do megafone da União Europeia".