Sócrates acaba de dizer na RTP1,
no tempo de antena que o senhor da Ponte lhe arranjou, que o primeiro-ministro
na declaração que hoje prestou, encarou o tribunal Constitucional como um
inimigo político e que tal constitui um erro porque o tribunal até "foi
muito tolerante" para com o governo.
Só isto basta para dizer que este inenarrável nada mudou. Dizer que o tribunal
"foi muito tolerante com o governo" é uma patacoada de tal ordem que
desqualifica este indivíduo para comentar seja o que for.
Sócrates volta ao assunto da licenciatura...para se demarcar do caso Relvas.
Para dizer que fez a sua licenciatura sem carecer de qualquer equivalência...e
conclui que a sua licenciatura foi investigada pelo Ministério Público e que
não lhe detectou qualquer irregularidade. Este aldrabão ( neste caso é mesmo
disso que se trata) nem percebeu que o MP não investigou estritamente a tal
regularidade da licenciatura ( tal poderia ser feito pelo tribunal
administrativo se o seu ministro Gago tivesse feito o que o ministro Crato fez
em relação a Relvas, mas não fez porque o processo ficou logo encerrado e
fechado a sete chaves com o encerramento da universidade, numa jogada adequada
a tal efeito). O que o MP investigou foi a ocorrência de eventual crime. Ora
nem tal se apurou porque nem foi devidamente investigada a falsificação de
documento e uso de documento falso ocorrido na AR com a ficha biográfica do
então deputado José Sócrates. Sobre isso que tem Sócrates a dizer? Que não se
lembra?
"Qualquer comparação ofende-me", acaba por dizer este Inenarrável.
Comentário: o professor Rui Verde deveria ser entrevistado a seguir para aquela
coisa que os jornalistas conhecem: fact checking. Do you understand miss
Esteves?