A
construção da barragem de Girabolhos era um dos trabalhos previstos no projecto
da obra hidráulica do Mondego, concebida na segunda metade do século XX para
regularizar um rio que era conhecido como “o basófias”. No entanto, nunca
chegou a ser instalada entre os concelhos de Gouveia, Mangualde, Nelas e Seia,
como estava desenhado, e a Ordem dos Engenheiros vem agora sublinhar a sua
importância para a gerir a bacia hidrográfica do Mondego.[.]
Em
2016, quando foi anunciado o cancelamento desta estrutura que integrava o Plano
Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH), o ministro
do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, não detalhou o que tinha levado à
decisão, referindo apenas que foram tidos em conta critérios jurídicos e
financeiros. Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial do Ministério do Ambiente
acrescentou apenas que a decisão “surgiu no âmbito da revisão” do PNBEPH. No
entanto, a mesma fonte sublinhou a “aposta na continuidade fluvial sem
comprometer as metas de produção de energia a partir de fontes alternativas”. [.]
O
presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, diz que a obra não avançou em 2016
por “pressão política” do Bloco de Esquerda e do Partido Ecologista Os Verdes,
que queriam rever os termos do acordo que já tinha sido assinado. Assim, a
empreitada caiu. https://www.publico.pt/2019/12/27/sociedade/noticia/barragem-fundamental-gerir-mondego-cancelada-2016-1898664