truques
para evitar que a regionalização seja de novo chumbada e para que à oligarquia
dos partidos e seus descendentes não faltem cargos nas próximas décadas
O
processo de aprovação na secretaria da mesma regionalização que o povo chumbou
em referendo em 1998 está em marcha desde Julho deste ano: nesse mês, João
Cravinho, na condição de presidente da Comissão Independente para a
Descentralização (uma comissão tão independente mas tão independente que todos
os os seus membros são favoráveis à regionalização) apresentou um relatório cujo
eixo de trabalho se pode resumir na seguinte máxima: truques para evitar que a
regionalização seja de novo chumbada e para que à oligarquia dos partidos e
seus descendentes não faltem cargos nas próximas décadas. Já de si é
escandaloso que a João Cravinho, que assinou por baixo alguns dos maiores
descalabros da nossa democracia, seja dada credibilidade para apresentar o que
quer seja além de festas de Natal. O pior é que a regionalização, ao contrário
das anteriores propostas de João Cravinho, não contribui apenas para falir o
país, a regionalização compromete o futuro do país.
Portugal,
cuja área é semelhante à de algumas das comunidades de Espanha (Andaluzia e
Castela-Leão), tem as fronteiras mais antigas da Europa e desconhece as tensões
regionais e linguísticas.
A
História de Portugal é também a desta unidade. O que ganham Portugal e os
portugueses com a atomização do país em regiões além de uma nova camada na
máquina politico-administrativa? Nada.