segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

os boys estão velhos e querem deixar garantido o emprego dos netos


truques para evitar que a regionalização seja de novo chumbada e para que à oligarquia dos partidos e seus descendentes não faltem cargos nas próximas décadas
O processo de aprovação na secretaria da mesma regionalização que o povo chumbou em referendo em 1998 está em marcha desde Julho deste ano: nesse mês, João Cravinho, na condição de presidente da Comissão Independente para a Descentralização (uma comissão tão independente mas tão independente que todos os os seus membros são favoráveis à regionalização) apresentou um relatório cujo eixo de trabalho se pode resumir na seguinte máxima: truques para evitar que a regionalização seja de novo chumbada e para que à oligarquia dos partidos e seus descendentes não faltem cargos nas próximas décadas. Já de si é escandaloso que a João Cravinho, que assinou por baixo alguns dos maiores descalabros da nossa democracia, seja dada credibilidade para apresentar o que quer seja além de festas de Natal. O pior é que a regionalização, ao contrário das anteriores propostas de João Cravinho, não contribui apenas para falir o país, a regionalização compromete o futuro do país.
Portugal, cuja área é semelhante à de algumas das comunidades de Espanha (Andaluzia e Castela-Leão), tem as fronteiras mais antigas da Europa e desconhece as tensões regionais e linguísticas.
A História de Portugal é também a desta unidade. O que ganham Portugal e os portugueses com a atomização do país em regiões além de uma nova camada na máquina politico-administrativa? Nada.