quarta-feira, 6 de novembro de 2024

lembram-se do Norberto?

eu sei que não se lembram por isso aqui vai:
Que a eleição Trump (por quem a extrema-direita, portuguesa e internacional suspiram) vai ser um problema bicudo para a Europa, depois de ser para os EUA, também, é certo e sabido. Eleger um troglodita desses, por quem Putin reza para ser eleito, é um desastre para o Mudo livre e democrático.

sábado, 2 de novembro de 2024

"Os Invisiveis" ou a "realidade desfocada" que nos mostram

Dia 1, foi dia de Todos os Santos, dia em que lembramos os santos visíveis, mas sobretudo os invisíveis – os muitos que passaram por esta vida fazendo discreta e anonimamente o bem sem que a História, a Hagiografia ou esta nossa “realidade desfocada” os reconhecesse e os nomeasse.
Helena Matos muito justamente, a expressão “realidade desfocada” – ou mais precisamente “a demagogia desta realidade desfocada que estamos a viver” – a propósito de vítimas invisíveis ou que a demagogia torna invisíveis por estarem do lado errado da História. E lembrou Tiago, o motorista do autocarro incendiado em Loures.
Tem havido nestes dias, por cá, muitos “invisíveis”, vítimas de uma estranha conspiração de silêncio em que por equivocada estratégia de pacificação, alinhamento ideológico ou maniqueísmo fundamentalista, têm entrado os que têm o dever de nos informar.
O motorista do autocarro incendiado, os passageiros esfaqueados, os donos dos carros queimados são quase tão invisíveis e silenciados como os “jovens encapuzados” ou como os atiradores dos cocktails molotov que vão causando os distúrbios como que vindos do nada. Parece que há vítimas boas e vítimas más, carrascos bons e carrascos maus, conforme a causa, a ideologia, a etiqueta que se lhes vai colando.
É assim a narrativa quotidiana desta nossa “realidade desfocada” que tende a obedecer ao dogmatismo instalado, multiplicando as vítimas dos “maus” e ocultando as vítimas dos “bons”.
Os invisíveis da História
Há sempre dois (ou mais) lados na História, mas, entre nós, tem havido um lado com vítimas mais invisíveis. Tem sido assim desde o passado longínquo: os católicos e a Inquisição são acusados de grandes mortandades (em Portugal morreram 1200 pessoas em Autos de fé, em duzentos anos), porém, aparentemente, os católicos mortos pelos protestantes não existem. E morreram muitos, sobretudo na Inglaterra dos Tudor, a começar por São Thomas Moore, passando pelos massacres dos suecos de Gustavo Adolfo na Baviera, na guerra dos Trinta Anos, ou pelos dos puritanos de Cromwell na Irlanda católica.
Em nome da Democracia, da Liberdade e da Igualdade, os Marat, os Robespierre, os Fouquer-Tinville, os Carrier, prenderam, torturaram, guilhotinaram, afogaram muitos milhares de pessoas de todas as classes em França. E os republicanos franceses foram os pioneiros do genocídio contra os camponeses católicos da Vendeia.
Os crimes do nazismo e as barbaridades em nome da raça e da nação alemãs são crimes, são imperdoáveis e estão mais que estudados, historiados e ficcionados, como é devido. Em contrapartida, os crimes do comunismo, na Rússia de Lenine e Estaline, na China de Mao Tsé-Tung, na Europa Oriental, no Cambodja dos Kmers Vermelhos, são tendencialmente ignorados, branqueados, tornados invisíveis. E há cidadãos acima de toda a suspeita, como alguns dos lusos subscritores do recente Manifesto Vida Justa, que são, ou pelo menos foram e já em idade adulta, admiradores confessos das grandes figuras do socialismo que dirigiram a prática destes crimes.
Há uma explicação: é que os crimes dos comunistas e do comunismo – e em geral todos os crimes da Esquerda – são feitos em nome de ideais considerados superiores: a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, o Socialismo, a Nova Humanidade, a promessa de uma Vida Justa. Muitos destes valores, de resto, são trágicas e apressadas corruptelas de valores cristãos, como os do Sermão da Montanha.
O facto de estes paraísos na terra ou a sua promessa terem gerado realíssimos infernos, matando e vitimando mais almas do que as exterminadas por Hitler, permanece praticamente invisível ou é considerado o irrelevante dano colateral de um “imorredoiro ideal”. E no entanto, somando todos estes paraísos na terra, com o Holodomor ou a fome na Ucrânia e as campanhas agrícolas de Mao Tsé-Tung do “Grande salto em Frente”, chegamos facilmente aos 100 milhões de vítimas “invisíveis”; o equivalente, contabilisticamente, a vários holocaustos. Frank Dikötter, com base nos arquivos do Partido Comunista Chinês, fixou em 45 milhões o número de vítimas da Grande Fome da China, com múltiplos casos de canibalismo nas aldeias.

Os que não deixam ver
Os grandes media ainda são, por agora, quem dá e tira visibilidade a vítimas e carrascos, mas a realidade desfocada que nos mostram torna-se cada vez mais evidente.
Na América, a consciência pública desta demagógica desfocagem é crescente. Num inquérito da Gallup deste ano, a confiança dos americanos na imparcialidade dos mass media – jornais, TV e rádio –, baixou de 72% em 1976 para 31% em 2024, sendo a desconfiança total (“no trust at all”) de 36% e a relativa desconfiança (“not very much confidence”) de 33%.
Foi Jeff Bezos, proprietário do Washington Post desde 2013, que citou este inquérito para lembrar que a fé da população nos jornalistas caiu de tal forma que o último lugar da fiabilidade deixou de ser dos políticos. E acrescentou no Washington Post de 28 de Outubro: “o Post e o New York Times ganham prémios mas falam cada vez mais para uma pequena elite, para si mesmos”.
Quando Bezos, talvez por boas e más razões, se recusou a fazer o endosso oficial do jornal à candidatura de Kamala Harris para presidente, 8% dos assinantes cancelaram a assinatura e vários colunistas saíram em sinal de protesto.
De qualquer forma, com ou sem endosso oficial, o apoio do Washington Post ou do New York Times a Kamala Harris contra “o mal absoluto”, o próprio Hitler (sem que as vítimas passadas e presentes das utopias e narrativas que a dupla democrata de facto secunda sejam sequer referidas ou ganhem qualquer visibilidade), nunca foi segredo para ninguém; muito menos para os inquiridos que expressaram a sua desconfiança na imparcialidade dos grandes media e dos jornalistas em geral. Ainda assim, e porque nos Estados Unidos os media são, tradicionalmente, politicamente alinhados, trata-se ali, geralmente, de uma desfocagem da realidade mais ou menos declarada.
Aqui não, aqui a lente é teoricamente exacta e a “montra” neutra, isenta e objectiva – talvez por isso a desfocagem seja ainda mais demagógica e a invisibilidade de algumas vítimas, carrascos e realidades mais densa.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

É a política ao nível do reality show, à medida das televisões...

O jogo orçamental é uma invenção do presidente da república. Foi ele, em 2021, quem decidiu que haveria eleições sempre que um orçamento não fosse aprovado. O jogo tem dois pressupostos: 
O primeiro é que um orçamento de Estado está acima das divergências políticas, e pode e deve ser viabilizado por partidos que querem coisas diferentes. Basta que se “entendam”. 
O segundo pressuposto é que os eleitores não gostam de votar muitas vezes, e castigarão em novas eleições quem delas passar por responsável. 
Posto isto, o jogo consiste em cada jogador tentar endossar aos outros a culpa por não haver entendimento orçamental. 
É um jogo que faz esquecer opções políticas, e concentra a atenção no jeito ou sorte dos concorrentes. Convida ao psicodrama e à manipulação. É a política ao nível do reality show, à medida das televisões.

O picante do jogo deste ano era a suposição de que havia um PRD, à custa de quem o governo esperava reforçar-se, atrelando-o à sua minoria parlamentar, ou canibalizando-o em eleições. Como o PRD em 1987 era um partido recente, com um crescimento eleitoral súbito, muitos pensaram que o papel estava agora destinado ao Chega. Mas talvez conviesse estudar melhor a história. O PRD era feito de votos do PS. Em 1987, o PSD herdou votos do PS, embora através do PRD. 
E agora, são também os votos do PS que o governo tem em vista. Daí os aumentos para pensionistas e funcionários e o abraço de 22 milhões de euros às empresas de televisão virem embrulhados num fervor woke que, indo além da incerteza sobre o que é uma mulher, até inclui uma ponta de ódio a Israel. 
Não é um cocktail político a pensar em eleitores de direita. Corresponde ao que as direcções do PSD acreditam desde 2017: que o PS descobriu como se manda em Portugal, e que o PSD precisa de ser igual ao PS para lhe herdar o poder.
As cartas pareciam na mão do governo: ou levava o PS a viabilizar o orçamento, e tinha pelo menos um ano para consolidar a ideia de que o PSD é o novo PS; ou levava o PS a romper, mostrando aos dependentes do Estado que os socialistas, afinal, não cuidam dos seus interesses. A ironia da história é que nada disto seria possível sem a existência de um Chega com que o PSD não quer acordos. É porque o Chega impede as maiorias de esquerda que permitiriam ao PS governar, neste parlamento e provavelmente no que saísse de uma nova eleição, que o PS tem pouco interesse em ir a votos. É porque o Chega concentra agora em si, como uma espécie de para-raios, a demonização de que a esquerda é capaz, que os socialistas reconheceram que o PSD, por contraste, não é bem de direita, é até uma espécie de meio-irmão. O Chega que poderia ter servido ao PSD para formar uma maioria reformista. Serve-lhe em vez disso para consolidar uma maioria situacionista.
Tratava-se de saber se os. socialistas iriam descobrir como sair daqui. Não descobriram, como Pedro Nuno Santos confirmou ontem. Vão, portanto, deixar governar Luís Montenegro. 
Ainda não sabemos se o PSD conseguirá mesmo “cumprir o seu ideal”, como o Brasil no fado de Chico Buarque, e ver funcionários, pensionistas, artistas pró-Palestina e comentadores de televisão reconhecerem-no como o novo PS. O que já sabemos é que governar em Portugal continuará a ser sinónimo de fazer despesa pública, isto é, distribuir através do Estado uma riqueza que os governantes não mostram nenhuma preocupação em deixar crescer. Bem pode o país divergir há vinte e cinco anos da UE. Bem podem Mario Draghi e Christine Lagarde, apavorados com o futuro, pedir “reformas estruturais”. O poder em Portugal é socialista, com ou sem PS.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

MOSSAD. Atague aos pager's

Tenho estado ausente do FB por razões compreensíveis. Tenho continuado a escrever o que me comprometi, a ler o livro que recebi (atentamente, recorrendo a outras fontes para recortar a informação), bem como outras situações da minha vida, nomeadamente do foro do "caruncho" típico da idade. Mas hoje não posso deixar de cá vir. A operação lançada pelo Mossad israelita foi um estouro. Mortos até agora 9, feridos: largos milhares. Destruída uma linha de comando que levou anos a construir. Deve estar eminente um ataque ao Líbano e à Síria.
Mas vamos a factos. De uma observação superficial dá para perceber que não foram as pilhas que explodiram. Apesar dos jornaleiros o dizerem em todas as TV e noticiários que até agora vi. Qualquer pessoa com dois dedos de testa percebe que explodirem todas em simultâneo (em áreas tão distantes) implica um sinal electrónico sincronizado. Além de mais nem todas as pilhas reagem a qualquer sobreaquecimento. E emitem calor (muito calor). Quem já utilizou um "pager" sabe perfeitamente isso. Sente-se o calor junto da pele. Basta desligar o aparelho e tudo fica bem. Além do mais o tipo de explosão das pilhas não provoca tantas efeitos como o demonstrado nos vídeos dos supermercados que já vimos. A carga explosivo deve ser equivalente a uma carga explosiva entre 10 e 40 gramas de TNT (o equivalente a uma vela de 25 gramas de TNT. O explosivo teve de ser inserido de forma dissimulada) no fabrico dos "pagers". Made in Taiwan. Exportados para o Líbano e Síria. Serviu para o Hezbolah e para civis (médicos e vendedores especialmente). 
A operação foi muito cara para Israel. Implicou a utilização de uma empresa com fábrica na Formosa. Houve modificação do modelo Gold Apollo ar 924. Houve a introdução de um comando no software que permitiu o detonar simultâneo de tantos milhares de aparelhos. A empresa Gold Apollo é americana. Está arrumada. Nunca mais será rentável. Foi uma operação muito bem feita. Cara (sem dúvida), mas eficaz. Exigiu muito tempo e muito esforço. Muitos dedos perdidos. Muitas lesões junto dos cintos em que normalmente os "pagers" são transportados. Os hospitais do Líbano em crise. Mecanismos de informação e comando rebentados. Apesar de não ser partidário dos genocidas israelenses tenho que reconhecer que foi uma operação muito eficaz. (José Carlos C Lopes)

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Isabel, para memória futura

Zé falar sobre nós ainda me é muito difícil. Por cá para fora o que tivemos , o que fizemos e como o sentimos é algo que guardo para mim porque foi tão grande. Tão rico de experiências e sensações e de tanta aprendizagem que temo não conseguir encadear um texto que se possa assemelhar ao que tivemos e ao que até Acabamos por aprender
Sabe bem que foi o homem da minha, para não dizer que ainda o é
Está colado em mim como uma parte minha que a vida me roubou e não posso recuperar Mesmo que eu .não queira a nossa história está colada em mim e assim ficará Para sempre porque se tornou uma parte de mim, de nós que sinto que me roubaram e não posso recuperar. Se um dia nós reencontrarmos, o que infelizmente não irá acontecer certamente espero receber um dos seus largos e únicos para mim, abraços. A esta distância continuo a amà-lo como aconteceu na nossa história. Desde então não amei mais ninguém nem posso porque o seu coração está em mim. Nunca saiu de lá. Amo- como então igualzinho
.espero só que tenha perdido algum peso. Gostaria de lhe dizer muitas coisas mas não consigo. A nossa história foi a maior prenda da minha vida.
O pior é que continuo a amá-lo mesmo a esta distância e ainda consigo senti- lo dentro de mim. Um enorme abraço e obrigada por ter estado na minha vida. Pode continuar lá. Se lhe apetecer. Eu recebo sempre bem. Se um dia nós reencontrarmos perceberá. Ainda o tenho dentro de mim. Chega por hoje. Vou tratar do almoço .amor não alimenta barrigas. Continue em mim
Tem um lugar cativo. Se um dia precisar de uma viúva tem aqui uma , já viúva desde a pandemia . Mesmo assim continua a ama- l0.

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

domingo, 10 de março de 2024

O eleitor-tipo

Partido Socialista: O PS é apontado como sendo um partido que tem um eleitorado mais velho e também fiel aos socialistas. De acordo com o levantamento feito por Pedro Magalhães e João Cancela, o maior número de votos, em 2022, foi de mulheres, apesar de ser um dos partidos com menos eleitorado feminino e menos instruído.

Partido Social-Democrata: O eleitorado do PSD é parecido ao do PS. Mas há mais homens a votar no PSD, em vez de mulheres: Em 2005, houve uma maioria absoluta do PS. Em 2009 foi maioria relativa. Em 2011 o PSD e o CDS têm uma maioria. Isto é no espaço de seis anos, os eleitores transitaram de uma maioria absoluta do PS para o PSD/CDS.

CHEGA: Com um crescimento acentuado nas últimas eleições, o partido conseguiu conquistar votos dos eleitores descontentes. É também muito mais votado por homens do que por mulheres (praticamente dois em cada três eleitores são do sexo masculino). É entre as pessoas com o ensino secundário que o Chega teve mais votos.

Iniciativa Liberal: A par do Chega, do PAN e do Livre, a IL é um dos partidos mais recentes do panorama político. E juntamente com o Livre e o PAN foi um dos partidos preferidos dos jovens. A maioria dos votantes da IL são também mais instruídos (9% dos votantes com ensino superior). Apenas 1% daqueles que têm menos que o ensino secundário escolheram os liberais.

Bloco de Esquerda: É outro dos partidos preferidos dos mais jovens (8% dos votantes jovens foi para os bloquistas). Em termos de crescimento eleitoral, as características do partido acabam por ser semelhantes às que se verificam na IL, 55% dos votantes dos bloquistas eram do sexo feminino.

PCP/CDU: Os comunistas foram um dos partidos com mais percentagem de voto masculino. Apesar de não ter muitos eleitores jovens, a CDU teve um melhor resultado entre os 18 e os 24 anos, em pessoas sem o ensino secundário. De acordo com os investigadores, alguns dos votantes comunistas habituais podem ter transitado para o PS.

rui.godinho@dn.pt