terça-feira, 31 de dezembro de 2019

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

"Sim, Sr. Juiz Ep 3


... Sócrates nega que o imóvel de luxo de Paris, adquirido por Carlos Santos Silva, seja seu!


domingo, 29 de dezembro de 2019

"Sim, Sr. Juiz Ep 2


a circulação de dinheiro entre Sócrates, a mãe e o Carlos Santos Silva


sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

"Sim, Sr. Juiz!" Ep 1


Sócrates diz a Ivo Rosa que se riu da falência do BES porque era uma "justiça divina" que lhe vinha dar "razão politicamente".


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Bloco de Esquerda e do Partido Ecologista Os Verdes, que queriam rever os termos do acordo que já tinha sido assinado. Assim, a empreitada caiu....


A construção da barragem de Girabolhos era um dos trabalhos previstos no projecto da obra hidráulica do Mondego, concebida na segunda metade do século XX para regularizar um rio que era conhecido como “o basófias”. No entanto, nunca chegou a ser instalada entre os concelhos de Gouveia, Mangualde, Nelas e Seia, como estava desenhado, e a Ordem dos Engenheiros vem agora sublinhar a sua importância para a gerir a bacia hidrográfica do Mondego.[.]
Em 2016, quando foi anunciado o cancelamento desta estrutura que integrava o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH), o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, não detalhou o que tinha levado à decisão, referindo apenas que foram tidos em conta critérios jurídicos e financeiros. Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial do Ministério do Ambiente acrescentou apenas que a decisão “surgiu no âmbito da revisão” do PNBEPH. No entanto, a mesma fonte sublinhou a “aposta na continuidade fluvial sem comprometer as metas de produção de energia a partir de fontes alternativas”. [.]
O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, diz que a obra não avançou em 2016 por “pressão política” do Bloco de Esquerda e do Partido Ecologista Os Verdes, que queriam rever os termos do acordo que já tinha sido assinado. Assim, a empreitada caiu. https://www.publico.pt/2019/12/27/sociedade/noticia/barragem-fundamental-gerir-mondego-cancelada-2016-1898664

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

os boys estão velhos e querem deixar garantido o emprego dos netos


truques para evitar que a regionalização seja de novo chumbada e para que à oligarquia dos partidos e seus descendentes não faltem cargos nas próximas décadas
O processo de aprovação na secretaria da mesma regionalização que o povo chumbou em referendo em 1998 está em marcha desde Julho deste ano: nesse mês, João Cravinho, na condição de presidente da Comissão Independente para a Descentralização (uma comissão tão independente mas tão independente que todos os os seus membros são favoráveis à regionalização) apresentou um relatório cujo eixo de trabalho se pode resumir na seguinte máxima: truques para evitar que a regionalização seja de novo chumbada e para que à oligarquia dos partidos e seus descendentes não faltem cargos nas próximas décadas. Já de si é escandaloso que a João Cravinho, que assinou por baixo alguns dos maiores descalabros da nossa democracia, seja dada credibilidade para apresentar o que quer seja além de festas de Natal. O pior é que a regionalização, ao contrário das anteriores propostas de João Cravinho, não contribui apenas para falir o país, a regionalização compromete o futuro do país.
Portugal, cuja área é semelhante à de algumas das comunidades de Espanha (Andaluzia e Castela-Leão), tem as fronteiras mais antigas da Europa e desconhece as tensões regionais e linguísticas.
A História de Portugal é também a desta unidade. O que ganham Portugal e os portugueses com a atomização do país em regiões além de uma nova camada na máquina politico-administrativa? Nada.

domingo, 1 de dezembro de 2019

Cuidado com as aparências


Aparentemente Portugal e a Catalunha estiveram lado a lado em 1640. Mas há que ter cuidado com as aparências: nem Portugal era um principado nem a Catalunha um estado.
“Portugal se levantou sem dinheiro, sem armas, sem munições, sem artilharia, sem gente e sem capitães para disporem; e elegeu para rei a um homem parvo, mau e traidor por natureza. Veja Vossa Excelência agora como poderá ter isto um bom fim.” – escreve a seu pai, a 12 de Fevereiro de 1641, dom Pedro de Mascarenhas, um dos nobres que se mantém fiel a Filipe III. Dias antes, a 7 de Fevereiro de 1641, dom Pedro de Mascarenhas fora um dos seis nobres que com as suas famílias deixaram secretamente Portugal com destino à corte de Felipe IV. Não acreditam na Restauração e temem o momento em que Felipe IV reconquiste o reino. Dentro de uma caixa (ao que se diz de marmelada o que torna o caso mais apetitoso) levam informações importantes e cartas daquela que fora vice-rainha em Portugal de Filipe III (ou IV consoante a perspectiva), a duquesa de Mântua, por essa altura presa em Lisboa, no convento de Xabregas.
A decisão dos conjurados do 1º de Dezembro está longe de ser consensual entre os seus, como se percebe pela fuga de várias famílias para Espanha e pelas execuções, no Verão de 1641, de vários acusados de conspiração contra a coroa portuguesa: entre os executados contavam-se nobres como o duque de Caminha, o marquês de Vila Real e o conde de Armamar.
Na versão mais ou menos empolgada que aprendemos na escola do 1º de Dezembro de 1640 não tivemos tempo para ouvir falar de homens como dom Pedro de Mascarenhas ou até da conspiração de 1641 pois oficialmente o país estava com os 40 conjurados que no dia 1 de Dezembro de 1640, depuseram a duquesa de Mântua.
A esta versão um pouco omissa de 1640 juntou-se nos últimos tempos uma versão solidário-criativa. Estipula ela que a Catalunha só não é independente porque em 1640 a Espanha entendeu ser mais importante reprimir a revolta da Catalunha que a conjura que a 1 de Dezembro desse mesmo ano estalara em Lisboa. Pasmo com a comparação pois para lá dos argumentos que se usem a favor ou contra o direito à independência pela Catalunha convém que os portugueses se poupem e poupem Portugal a este infundado exercício de subalternização. Para ser solidário com a independência da Catalunha não é necessário fazer de conta que Portugal era um principado ou outras patetices similares.
 
Em 1580 Portugal era um reino com séculos de história como estado independente. Entre 1580 e 1640 Portugal teve como rei o rei de Espanha. Nada disto ou sequer parecido acontecia na Catalunha, um principado integrado no reino de Aragão, cuja autonomia variara ao longo do tempo. Não é difícil perceber que 1640 não podia ter sido ao contrário porque Portugal e a Catalunha não estavam ao mesmo nível.
A esta diferença no momento da revolta outras se juntam: na Catalunha estamos perante uma revolta popular, com aspectos de violência descontrolada. Em Portugal, teve lugar uma conjura palaciana. Os conjurados não ignoravam o que estava a acontecer em várias localidades do país e muito particularmente o que acontecera em Évora, durante a chamada revolta do “Manuelinho”, em que a contestação aos aumentos de impostos ordenados por Espanha, acabara a virar-se contra os notáveis portugueses da cidade. Estes viram as suas casas saqueadas, a cadeia assaltada e a vida da cidade tumultuada durante meses. Não por acaso no 1º de Dezembro de 1640, a violência existe mas é muito menor que na Catalunha e simbolicamente fulanizada na figura do português Miguel de Vasconcellos, secretário da vice-rainha duquesa de Mântua: em Dezembro de 1640, em Portugal, não só foi aclamado um novo rei como se neutralizou a revolta popular.
E sobretudo 1641 é completamente diferente em Portugal e na Catalunha: Portugal vai iniciar uma guerra real e diplomática pela sua independência. Na Catalunha foi declarada a República que incapaz de se defender se colocou sob a protecção da França. Por outras palavras, a Catalunha trocou a Espanha pela França, cujo rei acabou Conde de Barcelona.

A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado – diz o provérbio.
A processos independentistas até com convite deve pensar-se duas vezes antes de ir. E no caso da Catalunha, os portugueses devem ouvir muito, falar pouco e sobretudo não esquecer donde vêm. (in “Cuidado com as aparências” por Helena Matos)