terça-feira, 27 de março de 2007

Mercado das obras perde 700 milhões


Construção: Algumas empresas operam no exterior

A construção portuguesa perdeu 700 milhões de euros no ano passado, comparando com 2005. A produção do sector totalizou 18,8 mil milhões de euros em 2006, menos 3,72 por cento que no ano anterior. CM 2007-03-27 - 00:00:00

Caparica


Milhões atirados ao mar

Sobe para perto de trinta milhões o dinheiro necessário para evitar que a Costa de Caparica seja engolida pelo mar. Contudo, as marés vivas registadas segunda e terça-feira parecem ditar que a força das ondas podem deitar tudo a perder. A organização ambientalista Quercus defende mesmo que “deve ser bem ponderada a decisão de aplicar 15 milhões de euros” para alimentar de areia a Caparica. CM 2007-03-25 - 00:00:00

Túnel do Marquês II


Uma paragem de sete meses...
A obra foi adjudicada por 18 milhões de euros, mas a paragem de sete meses – na sequência da providência cautelar colocada pelo vereador José Sá Fernandes – levou o consórcio Tâmega/CME a pedir 4,1 milhões de euros de indemnização. A Câmara pretende pagar apenas 1,5 milhões de euros. O diferendo está num tribunal arbitral. “As contas finais far-se-ão quando terminar a obra”, disse fonte da autarquia. CM 2007-03-27 - 00:00:00

Túnel do Marquês será o mais seguro do País


Obras: Abertura está prevista para Abril
Quem espreita para os acessos ao Túnel do Marquês, em Lisboa, rapidamente percebe que o essencial da obra está feito. Com dois anos e sete meses de atraso, aquela que foi a obra emblemática do mandato de Pedro Santana Lopes – e herança de peso para o actual presidente, Carmona Rodrigues – estará concluída até ao fim da semana.Apesar dos atrasos, e dos encargos financeiros associados, o Túnel do Marquês vai figurar na história das obras públicas portuguesas por outros motivos: “O túnel será o mais seguro e mais bem equipado do País”, disse ao CM fonte da autarquia, que apetrechou o túnel rodoviário com “equipamentos de ponta”. “Tem o que há de melhor, usando como referência outros túneis da Europa.”É exactamente isso que o vereador Pedro Feist, responsável pelo pelouro das Obras Municipais, vai apresentar esta semana, numa visita de apresentação aos jornalistas. CM 2007-03-27 - 00:00:00

Salazar é último ponto do currículo do 9º ano


O Estado Novo e a influência de António Oliveira Salazar na história de Portugal são temas que constam dos programas curriculares desde o 1º ao 12 º ano, mas o ensino dessa matéria é gradual e nem sempre estruturada. Se no primeiro ciclo não há uma alusão clara ao ditador, no fim do secundário os professores já recebem a indicação de que essa matéria deverá ser aprofundada porque "geralmente sai nos exames nacionais", explicou ao JN António Anes do Sindicato de Professores da Grande Lisboa.No 9º ano também é suposto os alunos aprenderem quem foi "o presidente do Conselho, antes ministro das Finanças e mestre da teoria do Fascismo", assim como a acção da PIDE e a existência do Tarrafal, referiu outra docente ao JN. O problema é que o currículo dessa parte da história é apenas desenvolvido no 3º ciclo, mas só no fim do programa. A consequência é que muitos docentes, "se não a maioria", "só conseguem chegar à implantação do Estado Novo". Principalmente, acusa António Anes, depois de o tempo da disciplina ter sido reduzido de três para duas aulas e os programas se terem mantido inalteráveis.


Aprender a História

A excepção é o programa de "História A" (área de "Humanidades"), em que os docentes dedicam quase 20 aulas para o ensino das opções totalitárias e do Estado Novo. Em causa está o desenvolvimento das crises, embates ideológicos e mutações culturais na primeira metade do século XX. Já o currículo para os estudantes de económicas ("História B") não é tão pormenorizado - a referência a Salazar é feita pela análise à situação económica do país durante o Estado Novo, explicou António Anes. Quanto aos curriculos para o primeiro ciclo, não fazem uma alusão clara a Salazar ,mas é suposto os professores fazerem referências aos episódios e figuras mais relevantes da história nacional. O programa do 6º ano prevê que sejam leccionadas cinco aulas sobre o golpe militar de 28 de Maio, Salazar e o Estado Novo, a oposição ao regime e a guerra colonial.O ex-presidente do Conselho é leccionado pela sua acção no saneamento financeiro e pela sua política de obras públicas. Os professores são aconselhados a sublinhar como características da ditadura salazarista a ausência de liberdades de expressão e de reunião, a censura, a acção da polícia política, a repressão ao movimento sindical e a existência de um partido único. JN Terça-feira, 27 de Março de 2007Alexandra Inácio

Os Grandes Portugueses


65.290 votam em Salazar
Em dez semanas de concurso, a RTP recebeu 214.972 chamadas que custaram 129 mil euros ao público, mas a audiência da final deu só o 16.º lugar no domingo, muito atrás do ‘Gato’ e de Marcelo.
Foi como a RTP quis. O ‘salvador ou ditador?’ afixado em cartazes do promoção do concurso ‘Os Grandes Portugueses’ acabou por ganhar com 65 290 votos a eleição em que participaram menos de 160 mil telespectadores. Muito abaixo dos 656 300 que de acordo com os estudos de audiência viram o programa de domingo à noite. A manipulação da História acabou por valer pouco, apesar de se calcular que os votantes gastassem no total cerca de 129 mil euros. Para o historiador Fernando Rosas, a intenção foi no entanto “montar uma grande final sangrenta entre Cunhal e Salazar, com muito sangue e muitos telespectadores”.Confirmado o resultado previsto, as reacções são variadas. Desde quem lastime o falhanço na Educação que provoca um desconhecimento da História de Portugal e dá uma atenção exagerada ao que é mais recente e ainda não se pode apreciar como perspectiva histórica, a quem, como o Rosado Fernandes, que no concurso defendia o Marquês de Pombal, aponta que o resultado da votação é “um protesto indignado de quem se sente inseguro por não terem sido concretizadas as promessas feitas nos mais de trinta anos de democracia”. Para este professor da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa, e também proprietário de extensos terrenos agrícolas no Alentejo, “Salazar não foi votado por salazaristas que quase já não existirão, mas por pessoas muito inquietas com o seu dia-a-dia e o seu futuro, por causa dos ataques às classes mais pobres, os cortes nas reformas e o desemprego”, que tanto afectam os portugueses. Na opinião de Rosado Fernandes, “há muitos portugueses que estariam dispostos a sacrificar uma parte da sua liberdade individual por um pouco de mais segurança em todos os aspectos, principalmente quanto ao emprego”.Logo nas primeiras reacções após o anuncio dos resultados por Maria Elisa, o prof. Rosado Fernandes foi o que mais aproveitou a situação para clamar com o estado de coisas na democracia portuguesa. Depois de dormido, interpelado pelo CM, acentuou as mesmas posições afirmando-se como um inconformado com a situação desde o sistema errante do ensino à falta de atenção aos campos e ao “desemprego que faz as pessoas desejarem ditadores”. A atitude crítica manteve-a mesmo quando confrontado com o facto de como proprietário agrícola ser dos portugueses mais beneficiados com os apoios comunitários. E retorquiu:“Posso ser dos portugueses a receber mais subsídios, mas recebo a quinta parte do que beneficia um francês com a mesma extensão de propriedades. Os subsídios são para reparar a falta de rendimentos. Tem de se pagar a quem trabalha e ninguém cava com as mãos, mas com tractores que custam oito mil contos.”Para quem considera um resultado negativo que o ditador do Estado Novo acabasse o mais votado no concurso da RTP, a culpa é da forma como a RTP promoveu o concurso.“Países com ditadores recentes como Salazar em Portugal pensaram melhor este tipo de situações”, observou Fernando Rosas ao lembrar que na Alemanha não se permitiu a entrada de Hitler no concurso e na Espanha e Itália decidiram não fazer este passatempo criado pela BBC britânica e que ele considera acabar com “uma vergonha para a democracia” que podia ser evitada.


REACÇÕES
"MISTIFICAÇÃO E DETURPAÇÃO DA HISTÓRIA"

Para o historiador Fernando Rosas, que se recusou a participar em qualquer evento do concurso ‘Os Grandes Portugueses’, o resultado final foi “o consumar da farsa manipulatória que se viu desde o lançamento do programa, com o esperado primeiro lugar de Salazar”. O docente universitário responsável pelo Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa considera que “ a RTP prestou um péssimo serviço à historiografia e contribuiu apenas para a mistificação e deturpação do que é a História’, o que podia ser evitado.

"REFLECTE INCULTURA" (Victor Ramalho PS)Reflecte uma incultura geral dos portugueses. E isso é grave. Na escola e na formação dos jovens foi descurada a nossa História.

"SINAL DE MAL-ESTAR" (Angelo Correia PSD)É um sinal de mal-estar e de desencanto de muitos portugueses com o andamento da democracia. É uma forma de protesto.

"PROFUNDO LAMENTO" (João Rebelo CDS)Lamento. Não foi de certeza a figura mais importante da História de Portugal, quando há D. João II ou D. Afonso Henriques. CM 2007-03-27 - 00:00:00

Polémica: ‘Os Grandes Portugueses’


Salazar não ganha sondagem da RTP
A RTP, consciente do impacto que “a provável vitória de Salazar no concurso poderá ter junto da opinião pública”, decidiu encomendar um estudo à Eurosondagem, cujo resultado, sabe o nosso jornal, não dá a vitória ao antigo presidente do Conselho, garante-nos fonte da TV pública. De resto, Salazar não é o primeiro em nenhum estudo de opinião. D. Afonso Henriques, sim, foi o preferido na sondagem encomendada pelo CM à Aximage e divulgada em Janeiro. O primeiro rei de Portugal acabou, igualmente, por ser o vencedor numa sondagem da Marktest, cujo resultado foi conhecido ontem.
A sondagem encomendada para a RTP, onde “o receio do impacto do desfecho da gala de domingo é enorme”, diz-nos fonte da estação, foi realizada entre terça e quinta-feira. A cada um dos mil entrevistados pessoalmente perguntou-se em que nome – dos dez ‘Os Grandes Portugueses’ – votava. Os resultados serão divulgados amanhã à noite, dia em que a televisão estatal exibe a gala final do polémico concurso, cuja votação é feita pelo telefone, permitindo o denominado sindicato de voto. Salazar está, desde o princípio, no topo.
CM 2007-03-24 - 00:00:00
http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/SondagemGrandesPortugueses.pdf

"Os Grandes Portugueses"


Salazar eleito "o maior português de sempre" em programa da RTP
Nem D. Afonso Henriques, nem D. João II, nem Camões, nem mesmo o Infante D. Henrique. António de Oliveira Salazar foi o nome escolhido pela maioria dos telespectadores da RTP1 que votaram na eleição do "maior português de sempre", no âmbito do programa "Os Grandes Portugueses".
No segundo lugar ficou o líder comunista Álvaro Cunhal e o terceiro mais votado foi o cônsul português Arsitides de Sousa Mendes.
D. Afonso Henriques e Luís Vaz de Camões acabaram por ocupar os quarto e quinto lugares, respectivamente.
No estudo de opinião elaborado pela Eurosondagem para a RTP, publicado no site da estação pública, D. Afonso Henriques, Luís Vaz de Camões e o Infante D. Henrique são os nomes mais repetidos em resposta à pergunta "Da lista de 10 finalistas do concurso da RTP 'Grandes Portugueses', qual é o maior Português de sempre?"
O programa "Grandes Portugueses", um modelo original da BBC, já foi realizado em vários países. Em França foi eleito Charles De Gaulle, em Inglaterra Winston Churchill e nos Estados Unidos Ronald Reagan.

1º António de Oliveira Salazar - 41,0 por cento
2º Álvaro Cunhal - 19,1
3º Aristides de Sousa Mendes - 13,0
4º D. Afonso Henriques - 12,4
5º Luís de Camões - 4,0
6º D. João II - 3,0
7º Infante D. Henrique - 2,7
8º Fernando Pessoa - 2,4
9º Marquês de Pombal - 1,7
10º Vasco da Gama - 0,7

PUBLICO 26.03.2007 - 10h22
http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/

segunda-feira, 26 de março de 2007

Um Grande Português


Fernando DaCosta
Respondendo a uma pergunta da apresentadora do Concurso Os Grandes Portugueses:

" Não me surpreendeu absolutamente nada porque eu sou uma pessoa inteligente! Sou uma pessoa que tem contacto com povo portugues que conheço bem... isto foi tudo um voto, não no próprio Salazar, mas sim um voto contra o falhanço daqueles que se opuseram a Salazar, como é o meu caso, que prometeram aos portugueses um País mais livre, mais feliz, mais seguro e esse País não se cumpriu.
O que estamos a assistir é á emergência, através deste capitalismo selvagem em que estamos, ( á emergência ) de um País, dum Portugal do tempo de Salazar, das contabilidades publicas, dos déficits, de miséria...
Tão violento é prender uma pessoa pelo seu pensamento, pela sua ideologia, como despedir uma pessoa pela sua idade, o que está nossa volta a milhares de pessoas
."
É também importante ler "O jornalismo morreu" http://www.rvj.pt/ensino/2006/jan2006/entrevista.html

domingo, 25 de março de 2007

A casa que resiste ao betão


Um casal chinês recusa-se a abandonar a sua residência no centro da cidade de Chongqing, se não receber uma indemnização que lhe permita adquirir uma casa no mesmo local.
A empresa cavou um fosso com cerca de 10 metros de profundidade em torno da residência numa tentativa de pressão sobre o casal, que se vê agora forçado a uma escalada de cada vez que regressa a casa.
Depois da imobiliária ter conseguido adquirir todas as casas na zona, um tribunal ordenara a saída do casal até quinta-feira, mas ontem ainda não fora executado o despejo. O tribunal indicou que não autorizava a demolição e divulgará esta semana os fundamentos da decisão.
O caso está a adquirir uma dimensão nacional, tendo o casal dado ontem uma conferência de imprensa bastante concorrida. Os média estão a apresentar a situação como um teste às novas garantias sobre a propriedade recentemente consagradas na Constituição chinesa.
DN Domingo, 25 de Março de 2007

Pinho acusa políticos de maledicência

O ministro da Economia, Manuel Pinho, disse ontem em Paços de Ferreira que alguns políticos fizeram comentários “desgraçados” enquanto decorria o processo negocial entre o Governo e a Swedwood (empresa que detém a IKEA) para instalação de uma fábrica em Portugal.
O ministro disse que “este investimento é uma lição para os políticos da oposição que se deviam dedicar mais à função da imagem do País e do investimento nacional e estrangeiro em vez da maledicência”. CM 2007-03-25 - 13:00:00



O ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, criticou ontem o comportamento dos políticos que prejudicam a imagem de Portugal com a sua "maledicência", em vez de ajudarem a promover a captação de investimento estrangeiro, do emprego e das exportações. A crítica foi feita à margem da cerimónia de assinatura do contrato para a instalação três unidades fabris da IKEA em Paços de Ferreira.
"Eu chamava aqui a atenção para alguns políticos que andaram numa maledicência a dizer que isto não passava de folclore", referiu Manuel Pinho, afirmando que a assinatura ontem efectuada entre o grupo sueco Swedwood e o município de Paços de Ferreira é a prova de que Portugal tem capacidade para atrair investimento estrangeiro. "Isto não é folclore, é algo de muito importante para uma indústria que emprega mais de 60 mil trabalhadores", frisou.
Escusando-se a citar nomes, o ministro, questionado pelos jornalistas, não negou, no entanto, estar a referir-se ao presidente do PSD, Marques Mendes. "Não quero citar nomes". E mais não disse.
DN Domingo, 25 de Março de 2007

Fugiram à GNR com carro da PSP


Dois homens, de 19 e 20 anos, foram detidos pela GNR após uma perseguição que começou junto à Amadora, percorreu quase todo o IC19 (Lisboa-Sintra) e só terminou em Rio de Mouro, já perto de Sintra. Os suspeitos, residentes no bairro de Santa Filomena, na Amadora, roubaram um carro do Corpo de Segurança Pessoal (CSP) da PSP. CM 2007-03-25 - 13:00:00

Polícia esfaqueado no Cais da Ribeira


A crer na versão de populares, o problema ocorreu às três e meia da madrugada, numa zona de bares, quando o agente da PSP, que se encontrava de folga, saiu do carro onde seguia com dois casais, para se inteirar dos motivos da paragem de um automóvel. A dada ocasião disse que era agente da PSP, o que irritou um dos dois ocupantes da viatura, a ponto de este sair do veículo e desferir ao polícia duas facadas no lado esquerdo do abdómen.
A partir daí tudo se precipitou: os indivíduos fugiram no automóvel e o polícia, que segundo testemunhas ficou inconsciente e a esvair-se em sangue, foi socorrido pelo INEM. A PSP controlou os acessos ao Porto, mas eles conseguiram escapar.

De acordo com o oficial de dia da PSP do Porto, sabe-se apenas que “o agressor era de raça negra e fugiu num automóvel de matrícula estrangeira”. O caso passou já para a alçada da Polícia Judiciária, estando sob a investigação da sua Brigada de Homicídios, que ontem à noite ainda não tinha identificado os agressores.De acordo com uma fonte da PJ, a única informação é que se trataria de dois africanos, que fugiram num “Renault Laguna”, com matrícula luxemburguesa, não se sabendo se a chapa era falsa ou verdadeira.
CM 2007-03-25 - 13:00:00

Superpolícia

Superpolícia contestado por inspectores
PJ recusa comando de secretário-geral
A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) recusa que a Polícia Judiciária seja comandada pelo secretário-geral do Serviço Integrado de Segurança Interna (SISI), uma nova figura criada pelo Governo.
Ontem, durante o primeiro dia do Congresso da ASFIC, o presidente da associação foi peremptório ao afirmar que “um comando unificado de todas as forças policiais colocará em causa as hierarquias e a forma de actuação das várias polícias”.
...
Outra das questões abordadas no primeiro dia do congresso da ASFIC foi a composição do Conselho Superior de Investigação Criminal, um organismo que ficará na dependência do primeiro-ministro, e onde terão assento o ministro da Justiça e da Administração Interna, para além do procurador-geral da República (PGR) e dos comandantes das várias forças policiais.A ASFIC considera que nenhum político deveria estar representado naquele organismo. De acordo com Carlos Anjos, “o Conselho Superior de Investigação Criminal deveria ser presidido pelo PGR, integrando apenas representantes das forças policiais”. “Trata-se de uma solução que protege os próprios políticos”, acrescentou aquele responsável, que considerou incompatível a presença do poder político num organismo que pode estar a investigar questões em que estejam envolvidos membros do Governo.
CM 2007-03-25 - 13:00:00

quarta-feira, 21 de março de 2007

vale a pena ler...


A História ri e passa ao lado
Quais os problemas que enfrenta a Europa ocidental? Os jornais são claros. Portugal passou os últimos meses num aceso debate sobre o aborto. Este será apenas o primeiro passo. Em França, que legalizou a prática em 1975, 25 anos depois o célebre "caso Perruche" atribuiu a uma criança deficiente uma indemnização por "não ter sido abortada". Os pais viram aceite a queixa contra o médico que não deu a informação que permitiria eliminar aquela vida. As ramificações obrigaram o Parlamento a publicar em 2002 a chamada "lei anti-Perruche", proibindo alguém de ser indemnizado pelo "prejuízo de ter nascido". Noutros países fala-se em retirar o apoio de segurança social aos pais que recusem abortar um feto a quem foi detectada deficiência grave.Na Grã-Bretanha vive-se uma enorme discussão sobre o Equality Act 2006, o qual, proibindo às empresas e organizações discriminar contra homossexuais no acesso a bens e serviços, obriga todas as agências de adopção, incluindo da Igreja Católica, a colocar crianças em casais do mesmo sexo. Isto conflitua com o direito dessas instituições de seguir os seus princípios morais.Em Itália, um médico que fez eutanásia acaba de ser ilibado. Entretanto, o Governo de Zapatero, cheio de dificuldades nos problemas de Espanha, tem como único sucesso a introdução do casamento de homossexuais e outras questões fracturantes. Um tribunal holandês legalizou o ano passado um partido pedófilo. A União Europeia está a terminar a negociação do plano chamado Roma III, para conciliar as leis de divórcio dos Estados membros. Clonagem, reprodução artificial, manipulação genética estão ao virar da esquina.Que problemas ocupam a Europa? Será aborto, homossexualidade, eutanásia, pedofilia, divórcio? Bem, de facto, não. Os problemas realmente graves são a falência da segurança social, o envelhecimento da população, desemprego, perda de competitividade, integração da onda crescente de imigrantes. Não são os temas que se discutem, porque se trata do aborto, eutanásia, pedofilia, divórcio. Mas são esses os problemas relevantes.O mais curioso é que se esconde que as questões que se discutem são as causas das questões relevantes.A Europa vive uma acentuada decadência populacional. A taxa média de fertilidade na União Monetária caiu para menos de 1,5 filhos por mulher, muito abaixo do nível de reposição das gerações. A taxa de casamentos é quase metade da de 1970, enquanto a de divórcios subiu para mais do triplo. Estes valores referem-se não a europeus mas aos residentes na Europa. Se fossem retirados os imigrantes, que são quem mais casa e mais filhos tem, seriam muito piores.Quais as consequências desta catástrofe demográfica? Naturalmente, a falência da segurança social, envelhecimento da população, dificuldades na integração dos imigrantes, perda de dinamismo face às outras regiões do mundo, que, em boa parte, causa o desemprego e os problemas na produtividade. A decadência familiar também motiva muito do crime, droga, depressão, suicídio.Quais as causas desta calamidade geracional? Evidentemente, uma falta de atenção, e até franca hostilidade, face à família. A família é precisamente o elemento central na atitude dos EUA, do mundo árabe e, em geral, de todo o mundo.Todo o mundo menos a Europa, onde quem defender a "família tradicional" e o casamento é motivo de ridículo e acusado de tonto e reaccionário. Porque os temas da moda, os sinais da modernidade são o aborto, eutanásia, homossexualidade e divórcio.Os temas da moda europeia parecem-se perigosamente com os sinais de decadência civilizacional. Foi assim na queda do Império Romano, onde também os tradicionais valores familiares pareciam tolices obsoletas e maçadoras, pois o que era excitante e divertido era o adultério e o deboche, numa sociedade que se abandonava ao hedonismo. Perante as famílias bárbaras, a antiga Roma não teve hipóteses.A globalização actual não é o mundo de há 1500 anos e os mercados emergentes não são bárbaros. Mas os grandes desafios da História que decidem o futuro estão a ser enfrentados, com grandes dificuldades, pela China, Índia, Islão, EUA, África, América Latina. Entretanto a Europa perde relevância e entra em vias de extinção. Porque, achando-se inovadora e progressiva, gasta o seu tempo a promover aborto, homossexualidade, eutanásia, pedofilia, divórcio. Perante isto, a História ri (ou chora?), encolhe os ombros e passa ao lado. DN João César das Neves http://dn.sapo.pt/2007/03/19/opiniao/a_historia_e_passa_lado.html

o Opio do Povo!!!


terça-feira, 20 de março de 2007

...espanhol triplica

Ensino de espanhol triplica no Alentejo em dois anos
A procura do castelhano disparou nas escolas públicas do Alentejo e já atinge números considerados "surpreendentes" pelos próprios professores. No total, existem 2477 alunos a estudarem espanhol, repartidos por 280 turmas, quando em 2004 não iam além dos 786 estudantes e 48 turmas, segundo dados revelados pela Direcção Regional de Educação. Ou seja, o ensino de espanhol triplicou em dois anos.
A procura do castelhano disparou nas escolas públicas do Alentejo e já atinge números considerados "surpreendentes" pelos próprios professores. No total, existem 2477 alunos a estudarem espanhol, repartidos por 280 turmas, quando em 2004 não iam além dos 786 estudantes e 48 turmas, segundo dados revelados pela Direcção Regional de Educação. Ou seja, o ensino de espanhol triplicou em dois anos.A intenção de seguir um percurso académico em Espanha explica o fenómeno, numa altura em que o francês entrou em declínio.
DN Segunda, 19 de Março de 2007 Roberto Dores

Extrema-Direita está a aumentar a pressão


PSP age na universidade para evitar confrontos
A Extrema-Direita está a aumentar a pressão propagandística na Faculdade de Letras de Lisboa
Há cerca de duas semanas que a tensão tem vindo a crescer entre os membros do Partido Nacional Renovador (PNR) e os da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) que frequentam a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na Cidade Universitária. Uma tensão que paira no ar e que até à tarde de quinta-feira apenas se traduzira numa troca de palavras mais acesa e nas mensagens inscritas nas paredes junto ao bar da Associação de Estudante. "A chama queima e o comunismo mata" e "100 milhões de mortes! Obrigado, comunas!" são apenas duas dessas frases.
Na tarde de quinta-feira, porém, tudo mudou. Na véspera, a URAP tinha convocado os alunos para a pintura de um mural alusivo ao 25 de Abril de 1974. Assim que a informação começou a circular, soaram ameaças por parte dos elementos do PNR e o Conselho Directivo da faculdade decidiu proibir a pintura do mural. "Vimos a situação como potencialmente perigosa", explicou, ao JN, Álvaro Pina, presidente daquele órgão, justificando o porquê da medida.
Mas nem a proibição evitou que os dois grupos ficassem frente-a-frente, junto ao pavilhão novo, onde o mural ainda começou a ser pintado. O que obrigou ao reforço dos meios policiais. Não chegou a haver confrontos, mas gritaram-se alguns insultos e houve quem fizesse a saudação nazi.
A PSP identificou alguns elementos afectos ao PNR e acompanhou-os até à estação de Metro mais próxima. "Felizmente, estas situações não têm afectado o bom funcionamento da faculdade", sublinhou Álvaro Pina.
A maioria dos alunos não se terá apercebido da situação, mas todos conhecem a tensão que existe entre os dois grupos rivais. "Nós vemo-los na faculdade, mas eles sempre respeitaram quem não pertence a nenhum dos grupos. Por isso, fiquei muito surpreendido quando me contaram o que se passou", afirmou, ao JN, Bruno Silva, um estudante de 25 anos.Vanessa Costa, 24 anos, é mais crítica "Os jovens são rebeldes por natureza. Cada um tem a sua ideologia, mas a partir do momento em que se viola a liberdade individual de cada um já é outra história".
Há duas semanas, apareceram pintados no acesso ao bar da Associação de Estudantes (AE) um conjunto de símbolos fascistas. Dois dias depois, alguém pintou por cima sinais de proibição. A AE reconhece o problema, mas diz que pouco pode fazer. "Oficialmente, não nos foi apresentada qualquer queixa. Sabemos, por conversas de corredor, que já têm existido alguns confrontos, mas não podemos acusar ninguém", disse, ao JN, António Baptista, dirigente da AE, prometendo "Vamos estar atentos!"
A mesma promessa faz o Conselho Directivo. "Não hesitaremos em pedir reforço policial se houver necessidade", garante Álvaro Pina. A PSP, por sua vez, mantém o nível de vigilância sobre os vários elementos que poderão vir a entrar em confronto, e a atenção está virada para a Extrema-Direita quer para elementos de Extrema-Esquerda.
JN Segunda-feira, 19 de Março de 2007 José António Domingues e Fátima Mariano

Requalificação de secundárias começa hoje


...
O programa será executado em parceria com as autarquias, de acordo com o anúncio de José Sócrates. Na terça-feira, em Castelo Branco, a ministra da Educação também já havia defendido a transferência de novas competências para as câmaras municipais e um maior apoio destas ao Governo "na renovação do parque das escolas básicas".
...
A execução da requalificação cabe à Parque Escola. A nova Entidade Pública Empresarial, presidida por João Sintra Nunes, coordenará o programa de modernização, controlará os custos, indicará as fontes e modelos de financiamento e garantirá, ainda, a manutenção das intervenções.
O programa arranca no início do próximo ano lectivo nas escolas Oliveira Martins e Rodrigues de Freitas, no Porto, e D. João de Castro e D. Dinis, em Lisboa.
Além deste grupo de escolas-piloto,o ministério já anunciou que as escolas Pedro Nunes, Machado de Castro e Passos Manuel, em Lisboa, serão objecto de projectos especiais, previstos para 2008. A tutela, aliás, já garantiu que o levantamento de todas as intervenções necessárias já está feito, restando, apenas, à nova empresa Parque Escolar a calendarização de todas as obras de requalificação. O Governo garante que o programa de modernização estará concluído no início do ano lectivo de 2011/2012.
JN Segunda-feira, 19 de Março de 2007

Cada português deve 12,8 mil euros ao estrangeiro


Só no ano passado, cada português pagou ao estrangeiro 16,7 mil euros em juros e amortizações de empréstimos. Nesta conta, claro, estão também incluídos os rendimentos - de salários e propriedades - transferidos para fora de fronteiras, mas a parte de leão refere-se aos juros do endividamento das famílias, com a compra de casas e empréstimos ao consumo. DN Segunda, 19 de Março de 2007 Rudolfo Rebêlo e Paulo Spranger (imagem)

Ministro manda calar chefias militares


A crise da intervenção dos tribunais civis na aplicação da disciplina militar levou ontem o ministro da tutela a impor silêncio público às chefias, declarando que a resolução do problema compete ao Governo e ao Parlamento.
"É uma questão demasiadamente grave para se tratar com declarações avulsas na praça pública", frisou Nuno Severiano Teixeira, depois de várias posições públicas das chefias militares, nas últimas semanas, e de vir a público uma mensagem interna do comandante da Marinha.
DN Segunda, 19 de Março de 2007 Manuel Carlos Freire e Nuno Fox (imagem)

Híperes baixam preço da gasolina

Comprar gasolina nas auto-estradas nacionais pode custar em média mais 2,3 cêntimos por litro do que nos postos situados em hipermercados. Uma diferença que é ainda maior quando se fala de gasóleo – 2,8 cêntimos a mais por litro quando comprado nas auto-estradas. Esta é uma das conclusões do Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Combustíveis Líquidos e Gasosos relativo ao ano passado, que o presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Abel Mateus, divulga hoje.

Procura de combustível cai em 2006
Tal como já tinha sido denunciado ao longo de 2006, o relatório faz notar uma quebra de 2,8 por cento no consumo global de combustíveis durante o ano que passou. CM 2007-03-19 - 00:00:00

"Vão-se embora daqui ou ainda os roubam!"


"Vão-se embora daqui ou ainda os roubam!", apelaram alguns moradores, à equipa de reportagem do JN. "Aqui, até a Polícia leva e não pode fazer nada", continuaram. Depois, revelaram que sabiam e tinham assistido aos distúrbios. "Mas aqui não lhes conto, só se forem atrás de mim e falamos fora daqui", garantiu, ao JN, um morador dentro do carro.No entanto, nem a garantia de anonimato convenceu as suas acompanhantes que, com receio de represálias, recusaram a informação, e acabaram todos por ir embora sem dizer mais. JN Segunda-feira, 19 de Março de 2007 joão girão

Sacavém: Desacatos na Quinta da Fonte


Gang apedreja polícia
Os graffitis nas paredes do bairro de realojamento social da Quinta da Fonte, em Sacavém, concelho de Loures, não são convidativos para a polícia. Desejam-lhe a morte e não lhe mostram medo. Anteontem à noite, um grupo levou as inscrições à prática: agrediu um agente da PSP e protagonizou uma série de actos de vandalismo pelo bairro. Depois incendiou uma viatura e apedrejou polícia e bombeiros, só dispersando quando a PSP disparou para o ar.

Ajuste de Contas
Dois homens foram feridos à facada e a tiro de caçadeira, no mês passado depois de se envolverem numa alegada guerra de gangs, que teve como cenário o bairro da Quinta do Mocho, em Sacavém, no concelho de Loures. Os ajustes de contas entre a Quinta do Mocho e a Quinta da Fonte são frequentes.


FUGITIVOS

A Quinta da Fonte, em Loures, foi palco de duros confrontos entre moradores e polícia. Os locais – com o objectivo de protegerem quatro fugitivos – cercaram os elementos da GNR, apedrejaram-nos e chegaram mesmo a disparar alguns tiros na direcção dos militares, em Março do ano passado.


BALEADO

Em Fevereiro do ano passado, um rapaz de 14 anos foi atingido a tiro numa perna no bairro Quinta da Fonte. O disparo partiu de dentro de um carro que a PSP encontrou, minutos depois, na Quinta do Mocho. CM 2007-03-19 - 00:00:00 Sónia Simões

sábado, 17 de março de 2007

Carapaus para os pobrezinhos



Numa sociedade inundada de legislação, são cada vez mais raros os cantos da nossa existência onde nos podemos esconder do longo braço do Estado, que insiste em tomar conta de nós. A gigantesca máquina burocrática alimenta-se a si própria produzindo regras, debitando leis, sempre, claro, para nossa protecção. Veja-se o caso dessa extraordinária Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que no espaço de ano e meio se transformou no mais activo departamento do Estado português, numa orgia de fiscalizações altamente fotogénicas. A gente assiste e os sentimentos misturam-se. Por um lado, como criticar um departamento hiperactivo, que faz o seu trabalho - coisa tão rara em Portugal - em ritmo de alta competição? Mas, por outro, como aplacar esta insinuante sensação de exagero, de duvidoso fascínio mediático, de fiscalizações feitas à medida da televisão?A intervenção de quinta-feira na lota de Setúbal, pelo que se viu, já teve todas as características de um excesso de zelo tão perigoso quanto a falta de controlo sobre os alimentos. Passo por cima da imagem de um inspector da ASAE de caçadeira e cara tapada, como se estivesse num perigoso bairro onde se trafica droga a céu aberto. Passo até por cima do conceito - mais do que duvidoso - de megafiscalização comemorativa, por ser dia do consumidor. Centro-me apenas na tese de quem apreendeu uma tonelada de carapau não por ele estar em más condições, mas por estar albergado em caixas de madeira que já antes tinham sido utilizadas. Nada percebo nem de carapau nem de caixas de madeira, mas o meu queixo caiu quando a senhora inspectora da ASAE afirmou que o peixe apreendido ia ser doado ao Banco Alimentar contra a Fome. Os pobrezinhos que o comam? Explicação: "O peixe tem condições para ser consumido, só não tem condições para ser comercializado." Ou seja, o peixe podia ser comido. Só não podia ser vendido para ser comido. Há momentos em que sentimos ter perdido o comboio da civilização. E que temos de voltar aos livros de Filosofia para entender tão subtis distinções. A senhora inspectora importa-se de repetir, mas devagarinho? DN Sábado, 17 de Março de 2007 João Miguel Tavares

nota:
Qual foi o aumento do preço do carapau nesse dia?
Quem e quanto ganhou com esta acção (que, mais uma, partiu de uma denuncia anónima)?

... que se passa?



Falta de pagamento ameaça funcionamento de associações

Juntas em risco de "falir" devido a atrasos da câmara

Câmara de Faro sem dinheiro para dívidas

foto Camara Municipal de Faro
DN Sábado, 17 de Março de 2007

Relatório contraria dados do Governo

NAV chumba aeroporto da Ota
Um relatório da Navegação Aérea de Portugal (NAV) ‘chumbou’ o novo aeroporto da Ota com um relatório que contraria os estudos apresentados até ao momento. Segundo a entidade que gere o espaço aéreo nacional, o futuro aeroporto terá uma validade de 13 anos e não de 50, como previsto pelo Governo, segundo a edição deste sábado do jornal ‘Sol’.

De acordo com a versão mais recente do estudo, que data de Janeiro, à qual o semanário teve acesso, não será possível efectuar aterragens e descolagens simultaneamente, apesar do novo aeroporto ter duas pistas, e o máximo de aviões permitido por hora é de 70, menos dez do que os desejados pelo Governo.
O relatório da NAV dá ainda conta de que o espaço aéreo da Ota colide com os corredores aéreos da base da Força Aérea de Monte Real. Segundo o ‘Sol', os ministros das Obras Públicas, Mário Lino, e da Defesa, Severiano Teixeira, encomendaram novos estudos ao organismo que gere o espaço aéreo português, “de forma a conciliar os interesses da Ota com a operacionalidade” da base da Força Aérea.Recorde-se que esta semana, o Presidente da República, Cavaco Silva, lembrou que a União Europeia exige estudos de “custos-benefício” para projectos da envergadura do futuro aeroporto da Ota. No entanto, o chefe de Estado português escusou-se a comentar sobre a localização do novo aeroporto, considerando tratar-se de “uma decisão técnica”.
CM 2007-03-17 - 11:32:00

Tribunal absolve multado


Pressão ilegal na estrada

O Tribunal de Coimbra absolveu um condutor multado por excesso de velocidade (ia a 153,97 quilómetros por hora) por considerar que a multa foi aplicada “de modo insidioso” por militares da BT que estavam a cometer a mesma infracção num carro descaracterizado. O juiz considerou que a BT “pressionou” o condutor ao ir atrás da sua viatura a uma velocidade elevada.

A decisão, “inédita” segundo o porta-voz da BT, Lourenço da Silva – que garantiu desconhecê-la – é anterior ao Decreto-Lei 207/2005, de 29 de Novembro, que regulamenta o sistema de videovigilância nas estradas portuguesas.Segundo o Tribunal, “não parece que os meios de prova recolhidos pela GNR-BT sejam admissíveis, porquanto o veículo utilizado pelas autoridades estava descaracterizado e circulava a velocidade superior à que é imputada ao arguido”. O Tribunal considerou provado que o registo foi feito “a partir de um radar do sistema ‘Provida’ num veículo descaracterizado da GNR-BT, que circulava à velocidade de 160 km/h, que se aproximava do veículo do arguido levando este a sentir-se pressionado”.

Mais: “Tal comportamento corresponde à violação do bem jurídico que dizem pretender defender e que a norma tutela sem distinção entre a autoridade policial (portanto, o Estado) e os demais cidadãos”, lê-se na sentença de Julho de 2005, que transitou em julgado em Outubro do mesmo ano, uma vez que o Ministério Público não recorreu.
Assim, o Tribunal considerou que valorizar como prova um registo obtido por meio insidioso “corresponderia à violação dos princípios constitucionais da legalidade do Estado de Direito”, do processo equitativo e das garantias de defesa. Em causa estava um condutor multado em Maio de 2004, por circular a 153,97 quilómetros por hora na A1 (junto a Coimbra), onde o limite de velocidade era e continua a ser de 120 km/h.
O automobilista, segundo o Tribunal, era “experiente” e não tinha cadastro. E não ficou provado “que o veículo do arguido circulava à velocidade de 153,97 km/hora”, apesar de a BT ter apresentado fotogramas.
Lourenço da Silva, porta-voz da BT, lembrou que estas viaturas estão a operar “há mais de dez anos”, quando ainda não havia legislação específica sobre videovigilância rodoviária, e frisou que “nunca ninguém questionou” a sua legalidade.
Contactada pelo CM, fonte judicial concordou que a BT “não pode passar de agente encoberto a agente provocador”. Mas, sobre o caso em apreço, considerou que “a sentença não terá apreciado correctamente a conduta dos agentes de trânsito pois ao circularem àquela velocidade agiram da única forma possível que lhes permitiria controlar a velocidade do carro do arguido, ou seja pelo menos igualando a sua velocidade”.
O CM tentou falar com o director-geral de Viação, Rogério Pinheiro, que se mostrou indisponível
.


ESPANHA 'DEFENDE' 260KM/HORA
A condução a 260 quilómetros/hora não é necessariamente perigosa, considera um tribunal espanhol, numa decisão que foi elogiada ontem pelo presidente da Associação Portuguesa de Escolas de Condução, Alcino Cruz, apanhado, em 2002, a conduzir a mais de 200 km/h na A6 (Lisboa/Elvas). A decisão em causa, do tribunal da província de Burgos, considera que um condutor que circulava a 260 km/h não cometeu delito porque “a visibilidade era boa e a circulação reduzida”.
Ou seja, não houve “qualquer circunstância perigosa concreta”. Alcino Cruz aplaude a decisão por considerar que o limite de velocidade não deve ser encarado de forma estanque. O próprio, quando foi apanhado a 200 km/h não foi sancionado quando recorreu da decisão da Direcção-Geral de Viação e da primeira instância do Tribunal de Évora.


87 VIATURAS À PAISANA
Em Portugal há 87 viaturas policiais descaracterizadas (62 da PSP e 25 da BT) equipadas com sistemas de videovigilância que permitem medição de velocidade, segundo registos da Comissão Nacional de Protecção de Dados. Além da videovigilância móvel, a BT já autuou desde 2006 “umas dúzias” de automobilistas com base em imagens recolhidas nas “centenas” de câmaras de vídeo instaladas nas estradas portuguesas, referiu Lourenço da Silva, lembrando, nomeadamente, os casos de contramão. As imagens são obtidas através da Estradas de Portugal (EP) e das concessionárias das auto-estradas, que, desde 2006, estão a gravar e a disponibilizar às polícias as imagens obtidas pelas suas câmaras de vídeo. Também anterior à vigência da lei é o sistema de controlo de velocidade através de radar, que só fotografa as matrículas dos veículos em excesso de velocidade. Este sistema está a funcionar na Via de Cintura Interna do Porto e, em breve, em Lisboa, faltando o ‘ok’ da Comissão Nacional de Protecção de Dados. CM 2007-03-17 - 00:00:00

sexta-feira, 16 de março de 2007

Ministério admite vender 17 escolas


Dezassete secundárias das zonas de Lisboa e Porto, de uma lista de vinte estabelecimentos actualmente encerrados (ver caixa), poderão ser vendidas se não forem encontradas soluções para a sua reabilitação. O anúncio foi feito ontem pela ministra da Educação, numa audição na Assembleia da República.
Da lista de vinte secundárias actualmente encerradas, há três que o ministério promete reabrir: Machado de Castro e D. João de Castro, em Lisboa, e Oliveira Martins, no Porto. Estas escolas, a par de outras quatro que se mantêm em funcionamento, já foram transferidas para a posse da Parque Escolar EPE, uma empresa pública criada para gerir a requalificação da rede do secundário. E apesar de esta entidade ter poderes para vender imóveis, a possibilidade está fora de questão: "Integram o projecto-piloto de reabilitação. E não faria sentido intervir para depois vender", afirmou ao DN Rui Nunes, assessor de imprensa do ministério.


"Já não são escolas"
No extremo oposto estão instalações que, segundo Rui Nunes, "já não são escolas há muito tempo", como as secundárias lisboetas Veiga Beirão (no Largo do Carmo) e D. Maria I (Calçada do Combro) e E.S. Cidade Universitária (Alvalade). Todas elas "dificilmente" recuperáveis para o ensino. Quanto aos outros casos, dependerão da utilidade que as escolas tiverem para a rede: "As equipas de avaliação estão no terreno e vai-se decidir com base nas suas conclusões", explicou. DN 15Mar07 Pedro Sousa Tavares

Novos equipamentos para vigiar o tráfego


Estradas de Portugal instala câmaras na Marginal
As Estradas de Portugal (EP) estão a instalar na Avenida Marginal, ente Cascais e Lisboa, mais sete câmaras de vídeo, três painéis de mensagens e sete sensores de tráfego, de forma a vigiar o trânsito, revelou esta sexta-feira fonte da empresa.
Além da Marginal, a empresa está também a reforçar os meios de vigilância em tempo real das condições de circulação e informação ao utente em outras dez estradas. No total, a empresa colocará mais de 20 painéis de mensagens, 33 câmaras de vídeo e 29 sensores de tráfego.

Segundo a EP, os novos equipamentos permitirão reforçar os meios necessários a uma maior redução da sinistralidade rodoviária.
CM 2007-03-16 - 16:22:00

Mulheres: ganham mais!!!

Portuguesas ganham mais na função pública
a verdadeira noticia:
As mulheres empregadas na administração pública portuguesa recebem, em média, salários superiores aos dos homens. Segundo um estudo divulgado pelo Banco de Portugal no final de 2005 com base em dados de 1999 - os últimos conhecidos -, a diferença é significativa e patente em quase todos os níveis salariais. Em média, as mulheres têm salários superiores em 26%. Nas carreiras mais mal pagas, o diferencial é de 5,3% e, nas mais bem pagas, é de 9,3%. Só mesmo nos extremos, ou seja, nos cargos com a remuneração mínima ou máxima, é que os homens conseguem superar as mulheres em matéria de salários.
... e a exploração jornalistica:
Mas será mesmo assim?, questiona o leitor mais céptico. Bem, o assunto merece esclarecimentos adicionais. É que as mulheres ganham mais porque têm melhores qualificações, que exigem, naturalmente, remunerações superiores. Exemplo disso, é o peso esmagador das mulheres no ensino e na saúde, precisamente em funções que exigem geralmente níveis superiores de escolaridade e cujos vencimentos são bem superiores à média praticada na função pública.

Aliás, se descontarmos este efeito da qualificação, ou seja, se a comparação for feita entre homens e mulheres com igual nível de escolaridade, conclui-se que as mulheres são mais mal pagas. Conforme refere o mesmo estudo de Mário Centeno e Manuel Coutinho Pereira, "as mulheres têm um retorno salarial inferior ao dos homens no que se refere às características individuais". O fenómeno é ainda mais pronunciado nos escalões mais altos de remuneração, reflectindo o facto de a estrutura dirigente da administração pública ser dominada pelos homens.
DN Sexta, 16 de Março de 2007 Manuel Esteves

"capataz do regime"

Sócrates é o "capataz do regime"
O ex-ministro da Justiça do PSD José Pedro Aguiar-Branco acusou ontem o Governo de ter embarcado numa "deriva securitária que eleva o primeiro-ministro a capataz do regime".

Em causa está o novo modelo do Sistema Integrado de Segurança Interna e do Conselho Superior de Investigação Criminal. Para o deputado social-democrata, o novo desenho da segurança interna "maltrata a imprescindível separação de poderes, promove a promiscuidade indesejável ao nível da investigação criminal e fere a indispensável autonomia do Ministério Público na perseguição criminal".
DN 15Mar07 Susana Pinheiro

Sampaio arriscou ficar com "cara de parvo"


A dissolução do Parlamento é um "poder exercido em dueto" entre o Presidente da República (PR) e o eleitorado, entende Jorge Sampaio. E se, em vez de estarem em sintonia, a votação confirmar a mesma maioria política de deputados na Assembleia da República (AR), então o Chefe do Estado "fica com cara de parvo, com vontade de se meter debaixo da mesa".

Na primeira das três aulas que vai ministrar na disciplina de Sistemas Políticos na Universidade Nova de Lisboa, o ex-presidente não só avançou, ontem, com este conceito de poder em dueto - da autoria de Jorge Novais, o professor de Direito Constitucional que foi seu consultor em Belém - como lembraria a angústia com que esperou até às 20.00 do dia 20 de Fevereiro de 2005 para saber os resultados.

Caso o veredicto popular tivesse sido distinto da análise que fizera da situação, admite que o resto do mandato teria sido completamente diferente. Mas os portugueses não reconfirmaram a maioria parlamentar ao PSD e CDS, que sustentava o Governo de Santana Lopes, antes optaram por dar uma maioria absoluta ao PS de Sócrates.

Apesar de ir abordar os poderes presidenciais "de grande impacto" só na última das lições, a dissolução serviu a Sampaio para ir explicando o figurino constitucional do nosso semipresidencialismo, esse conceito, popularizado por Maurice Durverger, que significa um modelo híbrido entre o presidencialismo e o parlamentarismo puros - e que autores como Gomes Canotilho e Vital Moreira designam por "sistema misto parlamentar-presidencial" ou "sistema misto com dominante parlamentar".

Voltando a centrar a sua intervenção no ano turbulento de 2004, quando se pedia a dissolução em Junho e se criticou a mesma decisão em Novembro, Jorge Sampaio estranhou que ninguém se lembrasse já da revisão constitucional de 1982. Desde essa altura, "não há responsabilidade política do Governo perante o PR"; enquanto "a dissolução da AR" é uma livre competência do Chefe do Estado.

E, para dar aos alunos de Ciência Política e Relações Internacionais uma nota pessoal, revelava que, consultando os seus arquivos, descobrira a declaração de voto que fizera na AR, contestando aquela diminuição de um poder presidencial - apesar de ter votado a favor, "por disciplina partidária".

De resto, lembrava que em 30 anos de Constituição, além do "movimento pendular entre a moda presidencialista e a moda decorativista" (o PR como uma "espécie de Rainha de Inglaterra ou notário do regime"), apenas houve três dissoluções - uma com Eanes, outra com Soares, a última com Sampaio. E não pode ser porque o PR "acorda maldisposto, há muitas nuvens no céu, que chega a Belém e resolve dissolver", ironizava.

Ao desenvolver o sumário da primeira aula, contrariava ainda três ideias correntes entre os analistas políticos: não subscreve a teoria de que a prática presidencial seja diferente do primeiro para o segundo mandato; contesta a ideia de coabitação entre Belém e S. Bento; rejeita a tese de que o sistema eleitoral português está esgotado.

No primeiro caso, as "muito controversas" leituras em que se dá conta que o PR tem mais cuidado no primeiro mandato porque quer ser reeleito baseiam-se, em seu entender, numa atitude quantitativa ("comparam-se números de vetos ou de mensagens"), em vez de atenderem "à diversidade dos factos" concretos em apreciação.

Depois, como a maioria presidencial se esgota no dia da votação e o vencedor assume um papel de árbitro "superpartes" - ao contrário do que sucede, por exemplo, em França -, mesmo se a família política que o elegeu é diferente da que sustenta o Governo, não faz sentido falar de "coabitação".

Por último, e quando se começa a falar em mudanças das leis eleitorais, Sampaio sustenta que o sistema não está esgotado, pois tem permitido todas as soluções governativas: maiorias absolutas, maiorias relativas, coligações. O que pode haver, acrescenta com a convicção de quem está agora a viver "uma reforma política divertida", é "esgotamento dos actores políticos".

E, apesar de não ter tido tempo de abordar os "recados ao Governo", lembrava que extrairia exemplos e princípios das conversas de quinta-feira com o primeiro-ministro, mas sem nunca revelar o teor desses diálogos. "O sistema só funciona com lealdade institucional entre órgãos de soberania", pelo que jamais responderá a qualquer versão sobre essas conversas - numa alusão a Santana, inserida no raciocínio acerca da necessidade de haver uma "deontologia política".
DN Sexta, 16 de Março de 2007 Fernando Madaíl e Pedro Saraiva (imagem)

domingo, 11 de março de 2007

eleição dos Grandes Portugueses



JOSÉ MATOSO

É o autor do texto do abaixo-assinado contra a eleição dos Grandes Portugueses, na RTP. Embora não queira liderar uma campanha sobre o assunto, o historiador José Matoso só vê ra­zões para juntar a sua indignação à de mais 90 investigadores

O que fez o mundo acadé­mico vir a terreiro contra Os Grandes Portugueses?
O concurso poderia ter algum interesse, se levasse a uma reflexão sobre o que é ser um grande português. Em vez disso, resultou numa coisa deturpadora da relação que se deve ter com a História. O sistema de votação, a falta de qualidade dos conteúdos e a dicoto­mia usada para apresentar cada figura, como «bom rei ou mau filho?», tudo se conjugou para tomar o programa uma farsa.

Comecemos pela votação...
Há uma ausência total de controlo sobre ela. Quantos comunistas votaram por ordem do partido, para eleger Cunhal? Ou quantos fascistas se organizaram para que vença Salazar? Não existe qual­quer representatividade na votação.

E porque se queixa da qualidade?
Vi o pro­grama sobre D. Afonso Henriques e dava a impressão de que o maior contributo dele foi levar Portugal à final do Euro 2004. Comparar a batalha de Ourique a um jogo de futebol, como estava subjacente, é com­pletamente tonto. E o programa estava cheio de erros cronológicos, de aprecia­ções deturpadas, de imagens que nada ti­nham a ver com D. Afonso Henriques. Por exemplo, as armaduras da batalha eram do séc. XV, quando ela se deu no séc. XII.

Apesar de tudo, não pode ser uma forma de despertar o interesse pela História?
Não houve qualquer interesse pela História, que foi reduzida a um jogo, a uma com­petição entre Salazar e Cunhal, ou Vasco da Gama e Camões. Assim, o programa é contraproducente e só visa captar audiên­cias, a todo o preço. Não houve vontade de exibir coisas bem feitas, nem de ir buscar pessoas de qualidade.

Noutros países venceram figuras quase con­temporâneas, Churchill, em Inglaterra, ou De Gaulle, em França. A que atribui isso?
Chur­chill salvou a Inglaterra de uma derrota que ameaçava a sua própria existência e a percepção do público baseou-se nessa ideia simples. A votação em França terá ido também nesse sentido. Em Portugal, poderia ter-se feito uma reflexão sobre a questão de saber se houve alguém que tenha salvo o País de uma situação semelhante. Em vez disso, fez-se um jogo, com um vencedor e derrotados.

Como se poderia fazer um programa destes?
Isso com­petiria às pessoas da cultu­ra, em várias áreas. Há no teatro quem interprete bem os factos do passado, como Luís Miguel Cintra. Mas isto foi entregue, de pés e mãos, aos publicitários. Não sou contra o concurso, mas o modo como o fizeram. Acho degradante a RTP colaborar o num coisa que ridiculariza a nossa História.

A lista final dos dez eleitos surpreende-o, de alguma forma?
Talvez não me ocorresse que escolhessem Aristides de Sousa Mendes, embora me pareça muito justo. Assim como acho justa a eleição de Pessoa, não tanto por escrever a Mensagem, mas por ter uma poética muito expressiva do modo de ser português.

Quem seria o seu Grande Português?
Os dez mais votados são figuras impor­tantes. Mas uma nação é uma construção colectiva, com contributos de génios e de pessoas que nunca serão conhecidas. Por isso, se escolhesse alguém que deu a ideia de Portugal como uma epopeia colectiva, seria Camões. O contributo dele não é facilmente discutível. Os autores do séc. XIX concordavam nisso, os republicanos também e até o Estado Novo o manteve como figura nacional. Mas outra forma de construir a nação é a própria acção políti­ca. D. Afonso Henriques, D. João II ou até Salazar, quem teve mais importância na construção da nação? Ora aí estaria uma reflexão bem interessante.
Emilia Caetano Visão 1 de Março 2007-03-11

chegou 11 dias mais cedo

Primavera antecipada
A Primavera chegou 11 dias mais cedo este ano e ontem, com os termómetros acima dos 20º na costa portuguesa, foram muitos os que trocaram as voltas ao calendário e vestiram o fato de banho ainda no Inverno. As previsões do Instituto de Meteorologia para hoje indicam a continuação do bom tempo com a presença de nuvens altas e a manutenção de temperaturas máximas acima das normais para esta época do ano, sobretudo no Norte Litoral.
O céu limpo resulta do facto de o anticiclone dos Açores estar localizado a Noroeste da Península Ibérica. Para a subida dos termómetros contribuiu também a quase ausência de vento, que soprou fraco de Leste. As maiores diferenças de temperatura, face às médias obtidas nos últimos trinta anos, ocorreram no Minho e no Grande Porto. Habitualmente a temperatura máxima registada em Viana de Castelo é de 16,3º. O seu máximo histórico é de 26,5º e, ontem, foram atingidos os 24º.
Também em Lisboa as temperaturas normais para o início de Março são de 17º. Ontem, porém, os termómetros atingiram os 22º. Situação idêntica ocorreu no Algarve, com as temperaturas a subirem dos habituais 18º para os 22º em Faro.
Mariline Alves CM 2007-03-11 - 00:00:00

sábado, 10 de março de 2007

"Não é bom criar leis para não cumprir"

Cavaco em defesa de ex-combatentes

Cavaco Silva criticou ontem os governos que aprovam leis que depois são incapazes de cumprir. "Não é bom que o legislador crie leis que geram expectativas nas populações e depois constata-se que não consegue dar cumprimento àquilo que legislou", disse ontem Cavaco Silva, no Luxemburgo, depois de ter sido confrontado com uma manifestação pacífica de antigos combatentes do Ultramar que reclamavam pelo cumprimento da lei aprovada em 2002.Cavaco Silva deu razão aos protestos dos manifestantes: "É uma questão que se arrasta desde 2002 e que os sucessivos governos não têm sido capazes de resolver e o actual também tem tido dificuldades em chegar a uma solução", disse o Presidente da República aos jornalistas. Em 2002, recorde-se, era ministro da Defesa Nacional Paulo Portas. O actual Executivo já teve dois titulares da pasta: Luís Amado, primeiro, e Severiano Teixeira, o actual ministro.Cavaco Silva fez questão de sublinhar sempre que "o assunto é bem conhecido do actual Governo". Quando o Presidente da República apontou o dedo aos governos que aprovam legislação que depois não conseguem cumprir, muitos dos jornalistas presentes entenderam que a farpa era essencialmente dirigida sobretudo ao antigo ministro da Defesa, Paulo Portas (2002-2005).Paulo Portas foi um grande defensor da contagem do tempo de serviço dos militares que fizeram a guerra para efeitos de reforma, e o seu Ministério aprovou mesmo uma lei para que a situação fosse revista. O actual Governo argumenta que não tem dinheiro para conseguir cumprir os compromissos assumidos por Paulo Portas. DN Sábado, 10 de Março de 2007 Francisco Almeida Leite

domingo, 4 de março de 2007

... da Lua


Eclipse total da Lua atrai olhares para o céu
O eclipse total da Lua foi ontem à noite visível nas regiões do País com céu limpo, nomeadamente em Lisboa, no Observatório Astronómico da Tapada da Ajuda. CM 2007-03-04 - 00:08:00

Fortaleza de Valença



Troço da muralha da Fortaleza de Valença ruiu
Um troço com cerca de 15 metros de comprimento e seis de altura da muralha interior da Fortaleza de Valença ruiu hoje
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra, disse que vai ser aberto um inquérito para apurar o que se passou, mas ressalvou que, neste momento, não se pode dizer que o desmoronamento tenha a ver com as obras. "Não há valas abertas naquele local", garantiu o autarca, adiantando que aquele ponto de muralha "não tem alicerces" e já tinha sido intervencionado em 2000 pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
JN Domingo, 4 de Março de 2007

Contestação às medidas do Governo



Administração pública e Sector privado desfilam até São Bento
Sob o lema “Juntos pela mudança de políticas”, a CGTP convocou uma manifestação geral que juntou trabalhadores de todo o País.

Perto de cem mil trabalhadores da administração pública e do sector privado desfilaram hoje por algumas das principais artérias de Lisboa em direcção à Assembleia da República. O objectivo foi mostrar ao executivo de José Sócrates o desagrado contra as medidas do Governo para o sector.
Expresso sexta-feira, 02 MAR 0718:21 Pedro Chaveca

Oficiais da GNR revoltados


O projectado Sistema Integrado de Segurança Interna está a causar polémica no sector e nas Forças Armadas.

Oitenta oficiais, tenentes e capitães reuniram-se secretamente esta semana para manifestar o seu protesto contra a reestruturação prevista na Guarda Nacional Republicana no âmbito da reforma da segurança interna, anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro José Sócrates.
Os oficiais, todos formados na Academia Militar (há cerca de 300 ao todo na GNR com esta formação), estão em ruptura com a tutela, desligaram-se da existente Associação de Oficiais da Guarda e querem criar uma outra nova. O comunicado elaborado na reunião diz que a tutela "quer aniquilar a instituição" e que a reforma é "incoerente".
Por sua vez, nove oficiais-generais da GNR foram recebidos pelo Chefe de Estado-maior do Exército para lhe manifestar a sua disponibilidade de regressar à sua arma, "uma vez que se alterou o quadro no âmbito do qual foram para a Guarda".
A reforma da segurança interna, para dar lugar a um Sistema Integrado de Segurança Interna (SISI), tem também potenciais implicações para as Forças Armadas, que colocam algumas questões.
Está em causa a formação dos oficiais da GNR e da PSP que o Governo pretende que seja a mesma, bem como a posssibilidade das forças de segurança interna virem a realizar missões de interesse público, até agora cometidas às FA.
Expresso sexta-feira, 02 MAR 0718:00 Luísa Meireles e Valentina Marcelino

GNR reforçou meios para evitar confrontos


Antifascistas são recebidos com vivas ao ditador
Petição dirigida à Assembleia da República
Na origem de todos estes acontecimentos está a ideia da câmara municipal de Santa Comba Dão em criar um museu dedicado a António Oliveira Salazar e ao Estado Novo.
A URAP numa demonstração contra este projecto organizou uma sessão de esclarecimento e repúdio, tendo colocado a circular uma petição, classificando a ideia da autarquia de “pólo de saudosismo do regime fascista, ilegal e opressor derrubado a 25 de Abril de 1974".A petição dirigida à Assembleia da República (AR), refere-se à hipótese da criação do museu como “absurda e inadmissível” e deixa claro que “não será um pólo de desenvolvimento do concelho de Santa Comba Dão”.
Os autores da petição afirmam ainda que “o museu seria centrado na propaganda do regime corporativo-fascista do Estado Novo e do ditador Salazar” o que iria constituir “uma afronta a todos os portugueses que se identificam com a democracia e o seu acto fundador de 25 de Abril de 1974”. O pedido termina com um apelo à AR para que “condene politicamente o processo em curso e que tome as medidas adequadas para impedir esse intento”.
Expresso sábado, 03 MAR 0718:13 Pedro Chaveca

um museu...


População defende Salazar
De um lado empunharam-se cravos vermelhos, proferiram-se palavras de ordem antifascistas e cantou-se a ‘Grândola Vila Morena’. Do outro, entoou-se o Hino Nacional, fizeram-se saudações fascistas e gritou-se ‘Viva Salazar’. A dividir os dois grupos de manifestantes, que se concentraram ontem à tarde em Santa Comba Dão, esteve um cordão policial que não deixou espaço da manobra para eventuais confrontos físicos. CM 2007-03-04 - 00:00:00

Saude


Só metade dos centros de saúde avançou com novo modelo
As paredes do futuro Centro de Saúde de Paço de Arcos (Oeiras) tinham sido pintadas há pouco, o espaço novo era amplo e luminoso. José João Mendonça, um dos médicos que acompanharam, em Agosto do ano passado, a visita do ministro da Saúde, Correia de Campos, ao local continua à espera de começar a trabalhar de acordo com o modelo de centro de saúde. A primeira unidade de saúde familiar (USF) arrancou faz hoje seis meses. Há atrasos e nem metade das 100 unidades previstas para 2006 estão a funcionar; há cerca de 64 mil portugueses que ganharam médico de família, um número muito abaixo dos 225 mil prometidos inicialmente pelo Governo.
"Continuo a acreditar no modelo, mas continuo à espera. É muito ingrata a indefinição", desabafa o médico de família José João Mendonça. A equipa de oito clínicos, oito enfermeiros e cinco administrativos que se candidataram consigo à USF de Paço de Arcos são uma das 26 candidaturas aprovadas que continuam à espera de avançar.
As USF são pequenos grupos de médicos, enfermeiros e administrativos que se juntam voluntariamente para, funcionando dentro de um centro de saúde de forma autónoma, gerirem os seus doentes. Um dos objectivos é que os clínicos alarguem a sua lista de utentes, fazendo diminuir as pessoas sem médico de família. Os profissionais passam, para isso, a receber incentivos remuneratórios ao seu desempenho, que só anteontem foram aprovados em Conselho de Ministros.
Publico 04.03.2007 - 10h19 Catarina Gomes

sábado, 3 de março de 2007

Ai, Timor !!!



Timor-Leste: começou ataque australiano a Alfredo Reinado
As tropas australianas lançaram o ataque contra Alfredo Reinado e ocuparam cerca das 2h00 de domingo (17h00 de sábado em Lisboa) o antigo mercado no centro de Same, afirmou à Lusa o deputado Leandro Isaac. Publico 3 Março 2007 - 20h20

... do Estado!

Serviços externos custam 956 milhões
Despesa - Estudos, consultadoria, seminários, exposições
O Governo orçamentou para este ano 956 milhões de euros para despesas com a aquisição de serviços a entidades privadas. A verba, destinada a gastos com estudos, consultadoria, seminários, pareceres, limpeza de instalações, publicidade e comunicações, regista um aumento de 19 por cento, correspondente a 153,2 milhões de euros. Só o Ministério do Ambiente, de Nunes Correia, tem uma subida orçamental de 137 por cento. CM 2007-03-03 - 00:00:00

Estado chumba Belmiro
Belmiro de Azevedo perdeu ontem a guerra da OPA sobre a PT na assembleia geral. O chumbo da desblindagem aprovada por 51,5% contra 48,5% dos votos expressos acabou com a OPA. O Estado aprovou a decisão e os votos da Caixa Geral de Depósitos foram decisivos. O CM assistiu à reunião. CM 2007-03-03 - 13:00:00

Publicidade enganosa!
José Sócrates faz as pazes com Câncio
O primeiro-ministro voltou para os braços da ‘ex’
José Sócrates não resistiu à paixão pela sua amada, a jornalista Fernanda Câncio – de quem estava separado desde o Natal –, e voltou a cair nos seus braços.
CM 2007-03-03 - 13:00:00

Museu polémico




As Memórias de Salazar
O Museu de Salazar, criado pela Câmara de Santa Comba Dão com a colaboração do sobrinho-neto do ditador, Rui Salazar de Lucena, está a dividir opiniões. Enquanto uns justificam a preservação da memória de uma figura central da História do século XX, outros dizem tratar-se do “branqueamento de um período negro”.

Está assente em tijolos o velho Chevrolet Stylemaster preto que transportava António Oliveira Salazar, nas curtas deslocações pelas Beiras, entre a aldeia do Vimieiro, Santa Comba Dão, e o Caramulo ou Viseu. O automóvel é considerado uma relíquia, mas permanece ao abandono. Tal como a casa, a adega, a escola ou o jardim que serviram de refúgio ao estadista que mandou em Portugal durante quatro décadas. Dos edifícios, em ruínas, só se salvou algum do seu espólio pessoal, que agora se pretende reabilitar e expor ao público num Centro de Estudos e Museu do Estado Novo.

O homem que liderou uma das mais longas ditaduras do Mundo, nasceu a 28 de Abril de 1889. Tomou posse como ministro das Finanças em 1928 e assumiu a presidência do Conselho de Ministros em 1932. Governou o País com mão--de-ferro durante 42 anos, mas nunca se afastou por muito tempo da casa onde cresceu. Os fins-de-semana e as férias eram passados na tranquilidade da quinta que foi acrescentando com parcelas de terreno compradas ao longo dos anos – hoje cortada a meio pelo IP3.Quando se levantava, manhã cedo, abria a janela e fixava os olhos na famosa cameleira oferecida pela jornalista Christine Garnier. A francesa escreveu o livro ‘Férias com Salazar’, publicado em 1952, na sequência de uma entrevista que, para alguns biógrafos, se transformou num idílio, com a loura e sofisticada visitante a dar a volta à cabeça do ditador sexagenário.Depois, Salazar pegava numa pequena cana-da-Índia e partia sozinho em longas caminhadas pelo campo, ao longo da linha férrea da Beira Alta. Os momentos de reflexão eram passados à sombra de um carvalho centenário, que dizia ser “a árvore sagrada dos Druidas”.

Além do velho Chevrolet, com 74 103 quilómetros, seguiram no espólio centenas de livros, manuscritos, documentos, condecorações, garrafas de vinho com a sua chancela (Quinta das Ladeiras), a mala de viagem, o estojo de barbear, a cama onde morreu – no palacete de S. Bento, em Lisboa, a residência oficial do chefe do Governo, a 27 de Julho de 1970 – e alguns dos crucifixos que o ditador foi coleccionando ao longo da vida. A trilogia que proclamou – Deus, Pátria e Família – está bem representada na casa do Vimieiro.
CM 2007-03-03 - 00:00:00

População de Santa Comba revoltada com protesto
A manifestação da União de Resistentes Antifascistas (URA) contra a criação do Museu de Salazar, na aldeia do Vimeiro, já terminou, tendo os manifestantes sido acompanhados pela GNR até ao autocarro, devido ao sentimento de revolta instalado entre os populares.

..., o receio de ocorrerem conflitos entre os elementos dos dois grupos, foi rapidamente substituído pela revolta da população com a manifestação anti-fascista na cidade, que queria que o protesto do URA fosse realizado noutro local.
A troca de acusações entre os habitantes e os manifestantes levou a GNR, a meio da tarde, a formar um cordão de segurança à volta do edifício onde a URA estava reunida. Este cordão foi mantido até os resistentes anti-fascistas terem abandonado o local.
CM 2007-03-03 - 13:00:00

Manifestação na Alemanha contra centro de formação neonazi
Cerca de duas mil pessoas manifestaram-se hoje à tarde em Gonzerath, uma pequena aldeia na Alemanha ocidental, contra o projecto do partido neonazi NPD de implantar nesta comuna um centro de formação para os seus quadros. Publico 3 Março 2007 - 20h20