sexta-feira, 25 de maio de 2007

Nem as gafes perturbam popularidade do Governo


José Sócrates e o PS voltam, em Maio, a subir no Barómetro DN/TSF/Marktest. A recuperação é significativa e demonstra que se as eleições legislativas fossem hoje os portugueses voltariam a dar maioria absoluta aos socialistas. E nem o facto de o ministro que elegem como mais simpático - António Costa - ter abandonado o Governo os fez mudar de ideias.

Com uma oposição inofensiva (o PSD cai 1% nas intenções de voto, o PCP 5% e Paulo Portas entra no campeonato dos líderes com resultados abaixo do seu antecessor), as maiores dores de cabeça são provocadas a partir de dentro.

Só esta semana, Manuel Pinho reincidiu nas gafes e promoveu como novos 250 postos de trabalho já preenchidos.

A directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, ajudou a desviar as atenções do ministro da Economia ao suspender um professor por alegado insulto ao primeiro-ministro. A polémica ganhou dimensão e mereceu até o comentário de José Sócrates e de Cavaco Silva.

Ainda esta discussão estava longe do fim e já Mário Lino, que ainda há dias arriscara ao dizer uma piada alusiva à licenciatura do primeiro-ministro, criava mais problemas ao Governo.

É verdade que quando escutadas na sua totalidade as palavras do ministro das Obras Públicas não são tão graves como a oposição quer fazer crer. Mas não deixam de ser infelizes e - mais grave para o País - confundem os portugueses sobre um projecto decisivo para o futuro nacional.

Para ajudar, Almeida Santos tentou minimizar aquilo que classificou de "exagero" e estreou um novo argumento a favor da Ota: é menos vulnerável ao terrorismo. Talvez não tenha reparado é que a sua preocupação só poderia ser tão decisiva na escolha da localização do novo aeroporto se houvesse uma ameaça real. E até hoje as autoridades e o Governo têm garantido aos portugueses que essa possibilidade é mínima.

Por enquanto, como demonstra o Barómetro que o DN hoje publica, são nulas as consequências destes deslizes de comunicação na popularidade do Governo.

Para já, os mais prejudicados são mesmo os portugueses, que continuam a ter os seus governantes e deputados a discutir questões menores, quando a situação do País ainda exige o congelamento de carreiras na função pública e a rota de crescimento económico em que todas as instituições internacionais colocam Portugal ainda está longe de chegar aos bolsos da grande maioria. DN Sexta, 25 de Maio de 2007