sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A terceira força

Antes das eleições de Setembro poucos acreditavam na possibilidade e na importância do CDS se tornar a terceira força política do país.
A verdade é que poucos meses após as eleições as consequências estão à vista e quem votou no CDS em função de um caderno de encargos claro, percebe que o seu voto foi relevante. A aprovação hoje pelo PS da proposta do CDS de majorar o subsídio de desemprego quando os dois elementos do casal estão em situação de desemprego é um sinal claro de que o CDS e o PS estão em vias de chegar a um acordo para a viabilização do orçamento e que o PS concedeu ao CDS algumas das suas reivindicações que constam no "caderno de encargos" do CDS.
Paulo Portas está a seguir à risca a estratégia que apresentou no Congresso do CDS e nas eleições de Setembro. Apresentar um caderno de encargos claro e negociar com o PS ou o PSD a viabilização de orçamentos, exigindo como contrapartida a consagração de medidas concretas e visíveis em favor de um caderno de encargos perceptível.
Mais polícias nas ruas, rigor no rendimento mínimo, diminuição do PEC, majoração do subsídio de desemprego para famílias com menores a cargo em que ambos estão na situação de desemprego, prazos mais curtos para o reembolso do IVA, compensação de créditos com o Estado e maior atenção ao mundo rural, foram bandeiras do CDS que serão assinaladas no orçamento.
Aprovado o orçamento 2010 o CDS sabe que para continuar a crescer tem até ao final do ano para demonstrar que não se limita a ser um partido de bandeiras e que é capaz de se identificar como partido de projecto. Os actuais 10% são o limite máximo de um CDS como partido de bandeiras mas o limite mínimo para um partido de projecto. Esse será o grande desafio de Paulo Portas e do CDS. Publicada por Pedro Pestana Bastos em
O Cachimbo de Magritte