O CDS não gostou da proposta de Orçamento.
É natural: quem gosta de um tão brutal aumento de impostos? Mas o desagrado público
de deputados do CDS (e alguns do PSD )
não pode pôr em causa a aprovação do OE.
Nesta altura, o chumbo do OE – reclamado
pelos partidos da extrema-esquerda – teria as consequências que Vítor Gaspar
apontou: significaria o rompimento com a troika,
que cortaria o financiamento a Portugal. Mais: iria inverter dramaticamente a
tendência dos últimos meses na recuperação da confiança em Portugal por parte
dos mercados. Em suma, seria a bancarrota, deitando pela borda fora os
sacrifícios já feitos pelos portugueses e abrindo uma fase de extrema
austeridade.
O ministro das Finanças desafiou os
deputados da maioria a apresentarem alterações ao OE na especialidade. Faz
sentido, desde que não subam o défice; ou seja, baixem alguns impostos,
cortando o equivalente na despesa (foi que o Conselho de Ministros tentou fazer
em longas reuniões, com fracos resultados). Mas chumbar o OE no Parlamento
seria uma indesculpável irresponsabilidade. Francisco
Sarfield Cabral no pagina 1