CM 08 Agosto 2008 - 00h30
Quando se dirigiram para a porta do banco com os reféns como escudo humano, pelas 22h55, os assaltantes assinaram a sentença de morte. Era uma questão de tempo até à intervenção do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP. O drama ainda se prolongou por uns longos 38 minutos. A gerente da agência bancária e o funcionário tremeram com as armas dos assaltantes apontadas à cabeça. Três tiros puseram fim ao pesadelo.
Um atirador especial, colocado do outro lado da rua e armado com uma carabina equipada com uma mira para ver à noite, tinha ordens para atirar a matar assim que tivesse uma linha de tiro sem colocar em risco a vida dos reféns. Dispara. Um dos sequestradores, atingido na cabeça, cai ferido de morte. A refém que ele segurava, gerente da agência, foge. Um segundo tiro atinge o outro raptor na cara e suja de sangue o funcionário da agência bancária que ele prendia pelo pescoço. Os operacionais do GOE precipitam-se para dentro do banco. O segundo assaltante é ainda atingido por mais um tiro – no tórax. À hora de fecho desta edição continuava entre a vida e a morte no Hospital de São José.
Os dois assaltantes brasileiros entraram no BES da rua Marquês de Fronteira pouco antes das 15h00 para roubar o conteúdo do cofre de abertura retardada. Seis pessoas foram manietadas com abraçadeiras de plástico. Nos momento seguintes foram libertados dois homens e uma mulher. Pouco depois os ladrões soltaram uma refém com sintomas de ataque de ansiedade.
A PSP recebeu o alerta pelas 15h05. Às 16h30, uma equipa de negociadores fala com os assaltantes por telefone. Às 21h00 foi pedida água e comida, que não foi recolhida. Por volta das 22h50 apareceram à porta, apontando armas à cabeça dos reféns. Sem mais opções, o GOE optou pela força.
ps: até o ministro está de parabéns!
08.08.2008 - 15h37 PÚBLICO
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Numa conferência de imprensa realizada esta tarde, o director nacional da PSP, Francisco Oliveira Pereira, adiantou que os dois homens,"com idades entre 25 e 35 anos", estavam em situação ilegal no país e que o assalto que tentaram realizar à dependência bancária terá sido planeado, já que os reféns foram imobilizados com o recurso a algemas de plástico. Ainda de acordo com Oliveira Pereira, as armas utilizadas pelos dois homens “são provavelmente ilegais”.
A identidade e nacionalidade dos dois homens não foi revelada, depois de informações avançadas nas primeiras horas após o assalto indicarem que se tratavam de cidadãos brasileiros, o que não foi confirmado oficialmente. “A polícia não estigmatiza nem pela cor da pele nem pela sua nacionalidade. A única coisa que dizemos é que são cidadãos estrangeiros. Recusamo-nos a confirmar se são brasileiros ou italianos”, respondeu o director nacional da PSP aos jornalistas.