«O CDS decidiu agendar uma interpelação ao Governo sobre o desemprego», declarou Paulo Portas, fazendo com isso valer as prioridades do partido que são «pôr a economia a crescer, evitar a fábrica de falências em que se tornou o cenário económico português, apoiar quem quer trabalhar».
«A prioridade é a economia, economia, economia. A urgência é o trabalho, trabalho, trabalho. Se o Governo tem outras prioridades, os portugueses avaliarão por si próprios quem está mais perto dos seus problemas», comentou.
Portas traçou um cenário em que Portugal vai a caminho dos 600 mil desempregados, sendo o terceiro país da Europa onde mais empregos são destruídos, onde um em cada cinco jovens não encontra uma oportunidade.
Considera, por isso, que a questão económica mais importante é «a confiança» e a questão social mais relevante «a criação de emprego», em contraponto com o desemprego, «o primeiro problema do país».
«Não consigo imaginar problema social mais importante do que o desemprego quando chegamos ao Natal acima dos 10 por cento de desemprego. 600 mil desempregados não são números, são pessoas, famílias, lares, vidas muito difíceis», destacou.
O líder do CDS-PP falava à entrada para um jantar com militantes do partido do distrito de Évora, aproveitando para deixar dois «recados» ao ministro da Agricultura e Pescas.
No primeiro «recado», Portas advertiu António Serrano de que o Governo «tem mesmo de pôr em ordem» os Pagamentos Únicos no âmbito da política agrícola, considerando «inacreditável o que aconteceu este ano - controlos que não foram feitos a tempo e consequente atraso nos pagamentos».
Horas antes, na Assembleia da República, Portas considerara que o regime de pagamento único, verbas 100 por cento comunitárias, e que beneficiam 200 mil agricultores, «foi um caso da mais inacreditável incompetência da administração».
Atento ao problema, advertiu: «Lá estarei, em 2010, para fiscalizar se o Governo cumpre».
No segundo «recado», Portas apontou baterias para a reforma do funcionamento do programa comunitário de desenvolvimento rural (PRODER), instando o Governo a colocar no Orçamento a comparticipação nacional.
«O Governo tem de se despachar a pôr o PRODER a funcionar, senão Portugal pode perder mais fundos no fim de 2010», disse.
Portas aludia ao facto de considerar os anos de 2007, 2008 e 2009 «em grande medida perdidos» em termos de funcionamento do Proder, criticando o anterior ministro, Jaime Silva, pelas verbas «desperdiçadas» no seu consulado.
O PS e o CDS-PP concordaram na sexta-feira no Parlamento na necessidade de agilizar o PRODER e tornar mais rápidos os pagamentos aos agricultores, com o líder democrata-cristão a assumir um tom de «suma moderação».
cada macaco em seu galho... mas governem antes que este país feche.