O PLANO FALHADO E A ESTRATÉGIA PARA O ÚLTIMO "ROUND"
Na véspera de apresentar o PEC4 aos portugueses, o gabinete do PM tinha gizado à risca um plano para o dia em que a UE ia finalmente decidir a flexibilização do fundo de emergência europeu (FEEF):
Às 9 da manhã, Teixeira dos Santos divulgaria o novo plano de austeridade;
A meio da manhã, Oli Rehn, comissário europeu das finanças, elogiava as medidas do governo português;
No final da cimeira, Barroso e Trichet faziam uma comunicado conjunto na mesma linha.
O plano era quase perfeito. Se a Europa aplaudia o novo PEC, o PSD não tinha alternativa. Foi aqui que tudo correu mal. Aqui e em Belém, porque desprezar Cavaco Silva é um erro.
Sócrates devia saber isso. Assessorado por uma das maiores empresas de relações públicas do mundo*, a Kreab & Gavin Anderson, Sócrates, ao contrário de 2005 e 2009, já não tem programa: a narrativa é construída ao ritmo dos outros, sobretudo dos erros dos outros. É por isso que, na cartilha de Sócrates, as últimas semanas se explicam em quatro frases:
o FMI é mau;
eu estava a fazer tudo para que Portugal não recorresse ao FMI;
a oposição deitou tudo a perder; o FMI vem aí e tudo será pior. no ex-DGEMN