(...) A partir do seu trono
parisiense, Álvaro Cunhal deu ordens para o partido ter cuidado com o movimento
do MFA . Sucede que a liderança
interna (Carlos Brito) resistiu a esta relutância cunhalista. A resistência foi
tanta que Álvaro Cunhal, em Março de 74, tentou pôr ordem na casa através da
convocação de um plenário do Comité Central a ter lugar na URSS em Setembro. Ou
seja, Cunhal queria travar o 25 de Abril ou, pelo menos, queria retirar o apoio
do PCP ao dito golpe (...)
(...) Em vários colóquios
internacionais, Carrillo dizia que Franco cairia pacificamente e que esse
dominó de transição democrática acabaria por atingir o Estado Novo. Cunhal
respondia a isto com irritação, dado que encarava Carrillo como um totó. O Generalíssimo
do PCP só reconhecia a linguagem
da violência, só acreditava na via armada controlada pelo PCP . A ideia
de uma transição pacífica e aberta a todos (e não apenas ao PCP )
implicava encarar as outras forças com respeito (...)
para ler na coluna
de hoje do Expresso On Line
por Henrique Raposo no Clube das Republicas
Mortas
Henrique Raposo tem 30 anos. Ainda não era
nascido aquando do 25 de Abril e dificilmente poderá imaginar que, sem o 25 de
Novembro, poderia ter escrito e publicado este texto...