E as alegadas pressões sobre a comunicação social?
O que eu espero da Entidade Reguladora neste particular não é muito. Porque o ponto importante é a conversa que terá tido Sócrates com um jornalista cinco ou seis vezes sobre esta matéria. Pode dizer-se que é importante saber se os assessores tentaram impedir que saísse... mas como José Sócrates não vai ser ouvido pela Entidade Reguladora, nem por escrito, porque o presidente da Entidade Reguladora entendeu que era um espectáculo que não era justificado... Eu acho que fazia sentido.
E acha normal um primeiro-ministro falar tantas vezes com jornalistas?
Não, não acho. Esse é que é o problema. Eu acho que ele até pode dizer: "Eu tenho o feitio que tenho." Eu até admito que, subjectivamente, ele não tenha querido pressionar, mas objectivamente quando um ministro me fala antes de eu vir para aqui fazer um programa, ou a seguir, é obviamente para me convencer de alguma coisa. É uma pressão. E é uma pressão tonta, porque um primeiro--ministro não deve estar a telefonar quatro, cinco, seis vezes, para falar com um jornalista sobre uma informação que é pública, sobretudo quando ainda não falou publicamente dela. É tonto, porque não deve ter esses contactos. Mas objectivamente são pressão. Mesmo que na cabecinha dele não seja. Pressionou. E pressionou em privado antes de haver os esclarecimentos do gabinete em público. DN 9Abril