No sábado, a Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP) reafirmou a sua proposta de transformar aqueles estabelecimentos em associação cultural e recreativa para permitir o consumo de tabaco e referiu que os seus críticos desconhecem a «realidade de certos espaços de diversão nocturna». Para esclarecer a questão, a ABZHP enviou sexta-feira ao Director-Geral de Saúde uma carta em que pretende saber se a lei do Tabaco se aplica «num espaço denominado Clube, criado pela via jurídica para o efeito, de uso exclusivo para sócios, que tomam conhecimento do preceituado interno no acto da sua inscrição e nesse espaço gozam de total liberdade, respeitando os bons costumes e a autodeterminação pessoal». Na carta enviada, a ABZHP acrescenta que estes espaços terão um bar, concedido à exploração a uma entidade de cariz empresarial, que estará separado fisicamente do espaço reservado a sócios e onde será expressamente proibido fumar. À margem da apresentação das normas actualizadas para cessação tabágica, Francisco George afirmou hoje «não fazer sentido arranjar formas para evitar a aplicação da lei, que é boa para a Saúde».«Há clubes que dão acesso além dos sócios, aos seus familiares e acompanhantes e esses espaços passam a ser considerados de uso colectivo», argumentou o dirigente, sublinhando que as normas aplicam-se quer a locais privados, quer a públicos que sejam fechados e de uso colectivo.Francisco George aproveitou ainda para comentar a diminuição das «bolsas de resistência» à aplicação da lei do Tabaco, que entrou em vigor a 01 de Janeiro, referindo que a regulamentação é «muito clara e objectiva» em relação aos restaurantes e que as «muito poucas dúvidas que necessitavam de ser esclarecidas, já o foram».«Não há agora ninguém que ponha em causa a justeza da lei», defendeu. Lusa / SOL