Está no "l'air du temps" de certa intelectualidade modernaça aceitar a livre prática do "grafitti", dando-lhe dignidade de expressão artística e afirmando o dever de tolerância perante esses selváticos atentados de poluição visual. Como absolvição de todos esses actos, mostram escassos exemplos em que esse tipo de pintura anima, por uns meses, a fachada de alguns prédios abandonados.
O presidente da Câmara do Porto, num ato de meridiano bom senso, decidiu dar ordens à polícia municipal para tentar punir os responsáveis por estes aptos. Como não podia deixar de ser, logo surgiram vozes libertárias a reclamar o direito dessa gandulagem à livre "expressão" nas paredes dos outros. Será que esses paladinos da liberdade seriam tão afirmativos se as portas das suas casas tivessem o mesmo destino das que a fotografia mostra? por Francisco Seixas da Costa no Duas ou Três Coisas