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A invasão pela parte da União Indiana ao Estado Português da Índia deu-se entre os dias 19, 20 e 21 de Dezembro de 1961, quando foram atacados os territórios de Goa, Damão e Diu por terra, mar e ar. “Eles entraram com cerca de 80 mil soldados, e nós ao todo éramos à volta de mil e sem armamento capaz para os enfrentar. As tropas apeadas vinham com cerca de 200 ou 300 carros de combate, e eu até costumava dizer que nem precisavam de usar armas, pois eram realmente muitos em relação a nós.
A invasão pela parte da União Indiana ao Estado Português da Índia deu-se entre os dias 19, 20 e 21 de Dezembro de 1961, quando foram atacados os territórios de Goa, Damão e Diu por terra, mar e ar. “Eles entraram com cerca de 80 mil soldados, e nós ao todo éramos à volta de mil e sem armamento capaz para os enfrentar. As tropas apeadas vinham com cerca de 200 ou 300 carros de combate, e eu até costumava dizer que nem precisavam de usar armas, pois eram realmente muitos em relação a nós.
A aviação começou a bombardear fortemente durante dois dias, e embora não tivesse feito grandes estragos em termos humanitários, lá morreu um ou outro, mas os bombardeamentos foram cerrados e valeu estarmos metidos nas trincheiras, onde nos defendemos como pudemos”, relembrou Teixeira Pereira. Durante os três dias da invasão, os soldados portugueses foram presos e distribuídos pelos quatro campos de concentração existentes em Goa, onde permaneceram durante seis meses. A partir daí “foi uma vida muito dura e difícil, em que não havia o que comer, e a higiene era feita de qualquer maneira, na mesma água onde os búfalos iam tomar banho”.
Para qualquer saída para fora dos campos de concentração éramos sempre escoltados pelos militares com armas apontadas, onde trabalhamos na construção de pontes que tínhamos deitado abaixo para que eles não pudessem fazer a travessia”, contou. A fuga era impossível, uma vez que os campos eram todos electrificados e existiam sentinelas por toda a parte.