As últimas horas demonstram que, apesar de ter sido o epicentro de duas guerras mundiais, a Europa continua a querer brincar com o fogo. Por mais contas que se façam e culpas que se lancem, a verdade é que os acontecimentos de Atenas provam que o perigo de uma guerra é já uma possibilidade na Europa e o pior erro é não saber ler os sinais que aí estão. Se, no século passado, fosse evidente a eminência das guerras que vieram a ocorrer, elas talvez não tivessem tido lugar.
Colocar os povos ao serviço da economia não pode dar bom resultado e o pior de tudo é quando em nome do dinheiro se desprezam todos os outros valores, esses sim, construtores de sociedades saudáveis.
O que vemos neste momento nas ruas do velho continente são acusações de povos contra povos, estimuladas pelos seus dirigentes, e gente que começa a ter o sentimento de que já não há mais nada a perder e, por isso, por que não trazer a revolução para a rua?
Estamos sempre a tempo de emendar a mão, enquanto as coisas não se tornarem inevitáveis, mas os líderes europeus têm que perceber que já não há tempo para as hesitações e os passos mais do que lentos que a União Europeia tem vindo a dar nas últimas décadas. Raquel Abecasis rr.pt