O actual Governo ainda está longe de completar um ano de mandato e já está envolvido em todas as polémicas com que tentou derrubar José Sócrates.
Em campanha, Passos Coelho jurava isenção nas nomeações e chegou mesmo a propor uma espécie de senado para avalizar a competência dos escolhidos.
Seis meses depois, da ideia do senado nunca mais se ouviu falar e os suspeitos do costume lá estão nomeados, para a EDP , para as administrações hospitalares, para a Caixa Geral de Depósitos, etc. Razão invocada: o currículo insuspeito dos ditos nomeados.
Já quanto à tentação de mandar na comunicação social, poderíamos fazer um daqueles concursos de descubra as diferenças com os socialistas. A verdade é que assim que chegou ao poder, o PSD esqueceu-se rapidamente da chamada “asfi xia democrática”, para começar a querer armar-se em editor de programas de propaganda e censor dos críticos.
Perguntado no Parlamento sobre este e outros temas, o primeiro-ministro responde com o mesmo cinismo e falta de rigor a que já estamos habituados nos seus antecessores, mostrando, assim, que clientelismo e abuso de poder continuam a ser a doença crónica que pouco a pouco descredibiliza a nossa democracia. Raquel Abecasis no Pagina 1