Ontem, na "Mairie" de
Lillers, no norte da França, tive o gosto de inaugurar uma placa que assinala a
memória dos muitos portugueses que perderam a vida na 1ª guerra mundial. Fi-lo
a convite do "maire" da localidade e de Félicia Assunção, a orgulhosa
filha de um combatente português que, depois do conflito, por lá ficou e cuja
larga família hoje cultiva, com grande empenhamento, essa memória.
Hoje, na fria manhã de Paris,
assisti à cerimónia em que o presidente François Hollande prestou homenagem aos
mortos franceses em combate, nesta que é a data que celebra o armistício que
pôs termo a primeira guerra mundial.
Dentro de pouco mais de um ano,
iniciar-se-ão, em vários países, as celebrações da guerra de 1914-1918. Só
posso esperar que, em Portugal, haja vontade e capacidade de organização para
participar com dignidade, ao lado dos nossos aliados de então, no sublinhar
dessa nossa valorosa participação para a liberdade do continente. Por nossa
exclusiva culpa, Portugal fica muitas vezes fora do "retrato" dos
vencedores do primeiro grande conflito mundial. É necessário aproveitar as
comemorações que aí vêm para retificar essa persistente falha e a França é o
lugar certo para isso se fazer. por Francisco Seixas da Costa no Duas ou Três
Coisas (Embaixador de Portugal em França)