quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CABINDA


Vários activistas dos direitos humanos foram 3ª feira condenados a penas de prisão, em Cabinda. Entre eles alguém que bem conheço: o ex-Vigário Geral de Cabinda, o Padre Raul Tati.
Segundo a acusação é responsável por ter incentivado o atentado à selecção do Togo. Mesmo sem nenhuma prova e até com a particularidade da própria acusação ter caído por terra, os juízes deram por confirmado o grande crime do Padre Tati: existe, é firme nas suas convicções em favor da Paz e da liberdade para o Povo a que se orgulha de pertencer. Com ele outros foram condenados por escreverem livros, participarem em reuniões, falarem...
Nada me espanta, mas entristece-me perceber como por cá somos tão covardes ao ponto de silenciarmos o que se passa e ignorarmos o que de concreto se vive em Cabinda. Já não somos nada vergados que estamos à dependência financeira e económica de Angola, ao ponto de trairmos o que escrevemos na Constituição e proclamamos em discursos de circunstância.
No meio das trevas honra-se a deputada Ana Gomes que ergue a voz no Parlamento Europeu para dizer que o rei vai nu.
Os sinos deixaram de dobrar em Portugal pela Liberdade e nós somos serventuários de um qualquer poder que artificialmente nos convence que somos Homens.
O 25 de Abril morre em Portugal todos os dias e o nosso silêncio sobre o que se passa em Cabinda é apenas mais um sinal da sua morte! Publicada por Manuel Monteiro em
A REVOLTA