Quando se atenta no friso dos "reagentes" do PS ao discurso de Cavaco - apesar de todo o histerismo, Assis ainda consegue ser uma forma de vida inteligente -, e se dúvidas houvesse, fica-se com a certeza que se tratou de um excelente discurso. Ana Gomes, Capoulas, César ou Lello, irrelevantes e nulos, balbuciam por si. Mas Sócrates já é outra coisa. Ao invocar a "generalidade dos comentadores" (a "generalidade" era a 1ª página de um jornal que o aprecia especialmente) para sugerir "ruptura" e clamar por "isenção", Sócrates vem dizer que arranjou mais um pretexto para "resistir", repito, o seu único programa de governo: o PR. Ora o PR, com a autoridade política acrescida depois de reeleito numa única volta contra a vontade desta gente (convém ter isso sempre presente), deu a Sócrates (e daqui em diante seguramente não lhas negará) todas as condições para, nas palavras dele, Sócrates, fazer o que deve ser feito. Desde o OE até legislação avulsa, tudo ou quase tudo, e com mais ou menos recados, Cavaco promulgou. O que o PR explicou ontem é que esta "estabilidade da resistência", estilo "eu ou o dilúvio", não é um objectivo nacional. É, digo eu, uma obsessão pessoal. Não há memória de nenhum 1º ministro que se tivesse "saído" bem de um confronto com o PR, mesmo com o PR desprovido do poder de o demitir. Sócrates quer "festa" para se esquivar às suas responsabilidades e exibir o esplendor do seu perfil politiqueiro. É, tipicamente, uma "festa" que fará sozinho. Publicada por João Gonçalves no portugal dos pequeninos