Julgo que todos nós já teremos passado por esperas
enervantes, sobretudo se existe alguma má expectativa em relação ao resultado
pelo qual se aguarda.
É assim relativamente às classificações dos exames ou dos
concursos e mesmo das análises clínicas. É um tempo de desgaste até se saber o
que o futuro próximo nos tem reservado.
Pois bem, julgo não errar quando digo que os portugueses
estão neste estado crítico de esperar o que nos irá acontecer, seja nos
impostos, seja na saúde, seja na educação, seja até numa eventual remodelação
governamental.
É verdade que a comunicação social tem uma boa parte de
responsabilidade no que estamos a passar. Os jornais e as televisões, na ânsia
das audiências ou das vendas, exploram quanto podem o lado negro das notícias.
E, se uma pequena elite sabe depurar essa informação, a maioria dos portugueses
não está preparada para isso. Assim, adensa-se um clima de ansiedade que
desgasta as nossas já depauperadas energias.
A outra parte de responsabilidade compete aos senhores políticos
cujo discurso é uma sucessão de versões que um dia apontam num sentido e no
outro apontam no contrário.
Agora as palavras chave para a espera, apelidam-se
"modulação" ou "modelação", sem que eu consiga perceber o
que realmente qualquer delas quer dizer.
Ao menos tenham pena de nós e falem um português que todos
possamos entender. Será pedir muito?! por Helena Sacadura Cabral no Fio de Prumo