(a). Estar calado enquanto um governo
de esquerda enterra o país, mantendo, até ao fim, uma atitude de defesa ou de
ambiguidade em relação à força mui progressista que está no poder.
(b). Lançar toda a violência verbal
sobre o governo direitolas que lidera há ano e meio um país falido e dependente
de credores externos. É o que se chama atacar o efeito depois de pactuar com a
causa.
(c). Manuela
Ferreira Leite não interessa na análise à causa (2009), só interessa
nas críticas ao efeito (2012). Ferreira Leite já não é a velhota que recusa
vender sonhos, já não é a líder do "bota-abaixismo"
(d). Quando conduz um país à
bancarrota, um primeiro-ministro de esquerda não é incompetente ou insensível
em relação ao fardo que deixa para o futuro. É apenas alguém que se limita a
seguir, ora essa, uma "política económica" assente nos
"incentivos ao crescimento" pedidos por 90% da elite comentadeira.
Então, por que razão estamos em crise? A culpa é da Merkel, da UE, do Euro, dos
mercados.
(e). Quando tenta retirar o país da
bancarrota, um primeiro-ministro de direita é um monstro de insensibilidade.
(f). Quando não corrige um erro, um
primeiro-ministro de esquerda não é arrogante ou autoritário. É, isso sim, um
"animal politico".
(g). Quando não corrige um erro, um
primeiro-ministro de direita é arrogante, um pequeno líder autoritário ou um
fascizóide que toma um chá das cinco "neoliberal".
(h). Quando admite o erro e recua, o
primeiro-ministro de esquerda revela uma enorme sensibilidade social e uma
capacidade inata para ouvir o povo, para apalpar o pulso do país.
(i). Quando admite o erro e recua, um
primeiro-ministro de direita perde a sua autoridade e a legitimidade do seu
governo fica comprometida.
por Henrique
Raposo no Expresso via Clube
das Repúblicas Mortas