domingo, 29 de maio de 2011

o ensaio de um governo de coligação alargada

O caso dos dois textos do acordo de ajuda externa a Portugal revela bem a incapacidade do Partido Socialista em manter o mínimo de seriedade e de verdade num relacionamento com os outros partidos do "arco da governação".
Durante dias, Sócrates apelou à responsabilidade dos partidos políticos para obter o apoio ao programa de ajuda financeira negociado com a troika. Ao PSD e ao CDS foi apresentado um texto, que estes partidos aceitaram pelo interesse nacional. Obtida a anuência, o texto é alterado posteriormente sem que o Governo tenha tido a decência de informar os partidos aos quais foi reclamado o superior "sentido de responsabilidade".
Ora, este é o modelo de entendimento e de governação em coligação alargada que alguns ilustres portugueses pedem, de forma contínua e duradoura, para os próximos quatro anos.
Como eu percebo a insistência do Partido Socialista em integrar um Governo em qualquer cenário, a todo o custo, seja a derrota mais leve ou mais pesada. Sem dignidade, sem seriedade, sem honra e sem verdade, o Partido Socialista assinará qualquer acordo que o mantenha no Poder, já que nenhum compromisso será para honrar ou cumprir. por Carlos Nunes Lopes no 31 da Armada