domingo, 4 de setembro de 2011

sabe-se lá até quando?

Manuela Ferreira Leite desconfia das projecções macroeconómicas apresentadas pelo ministro das Finanças Vítor Gaspar, critica o aumento do IRS para os “ricos” e diz que cortar nas deduções fiscais fará mais mal do que bem. “Cortar nas deduções das despesas de saúde no IRS, por exemplo, pode ter o efeito contrário do pretendido, desestimulando a exigência de recibos e facilitando a fuga ao fisco por parte dos médicos”, escreve no Expresso.
Quanto o aumento do IRS para os maiores rendimentos, MFL diz que os escalões propostos na verdade incluem uma grande fatia da classe média, o que implicará um desvio da poupança e do consumo privado para cobrir os buracos orçamentais. “Tributar cada vez mais esta classe de rendimento é optar por aplicar a sua poupança na manutenção do nível da despesa pública, em vez de deixar que esta se encaminhe para financiar o investimento necessário ao crescimento do país”, diz a antiga Ministra das Finanças do PSD no seu artigo.

Também um deputado democrata-cristão, não identificado pelo Jornal Sol, diz que «estas medidas não vão ao encontro do que defendemos na campanha. Bem pelo contrário» e não esconde a sua preocupação, bem como a de outros colegas de bancada, com as contradições do Governo.
Ainda assim, os deputados do CDS mantêm a expectativa, sabe-se lá até quando, de que estas medidas mais duras marquem apenas uma primeira fase e que dentro de pouco tempo a carga fiscal possa ser aliviada.

Uma leitura rápida pela blogosfera chamada “de direita” mostra o desencanto que vai emergindo e que já se reflecte no comentador “Duas Notas Rápidas” da sic-tsf.