Será 2011 o ano da viragem? Não o creio. Se por um lado os Portugueses irão começar a sentir na pele a nossa crise, por outro lado o modelo em que acreditam continua intacto. As crises valem pelos seus ensinamentos, e mal de quem com elas não aprende. E este é o maior problema que enfrentamos, o da aprendizagem. Ainda não interiorizarmos que uma mudança radical de atitude sobre a vida tem que ser adoptada.
Ao nível político o CDS continuará no intervalo entre os 8% e os 12%. 12% já significariam uma mudança, mas de expressão reduzidíssima.
O Bloco Central continua intacto, ou seja, a população continua a acreditar que a via socialista é o modelo que lhes pode trazer alguma coisa. Tudo o que implique meritocracia, liberdade individual, discriminação positiva e diferenciação, continua a não fazer parte da crença da grande maioria da população. Este é o desiderato que falta ultrapassar. Os efeitos nefastos do sistema socialista em que acreditamos e vivemos só agora começam a ser sentidos. Pagar a nossa dívida externa e interna vai demorar muitos anos e vai doer muito. Quando o sentirmos bem na pele e repararmos que a outra parte do mundo que connosco compete, e que se passou a sentar à mesa como resultado do seu sucesso e do modelo capitalista que adoptou, então aí a outra parte dos Portugueses tratará de querer mudar de atitude.
O mal de toda a bebedeira de dívida que abraçámos desde 1995, e de fundos da CEE decorrentes da adesão em 1986, é que cegou essa parte de Portugal que continua a dormir. Foram muitos anos a dormir.
A alvorada não se vai dar ainda em 2011. Em 2011 continuaremos a fechar os olhos à realidade. O mesmo faremos em 2012 e provavelmente também em 2013, apesar da intervenção do FMI já em 2011. Somente em 2014, e depois de vermos bem o que se passará em Espanha, com o consequente susto, iremos perceber que algo de muito profundo terá de mudar.
Até lá desejo que os mais destemidos e empreededores não vacilem perante a podridão de uma maioria que ainda vive noutro mundo.
Ao CDS espera-se que cumpra o seu dever. Que não ceda à tentação de ir para um governo com o PSD. A sua missão está guardada para mais tarde. Para o momento em que resolvermos mudar de atitude. Aí será convocado para governar Portugal.
Publicada por Pedro Bazaliza em O Inimputável
Publicada por Pedro Bazaliza em O Inimputável