domingo, 6 de fevereiro de 2011

Opinaram ao Domingo...


um ponto é tudo
Tempestade perfeita
Se ser grande estadista inclui capacidade para transmitir ideias-chave, Hillary Clinton deu ontem mais um passo para a imortalidade. Em Munique, virou-se para a audiência de especialistas sobre segurança mundial, e definiu o que pode vir a sair das revoltas do Norte de África: "Tempestade Perfeita." Ninguém se deixou iludir pela palavra final gentil. Perfeita junto a tempestade é aterrador, ponto final. Mesmo aqueles que ignoram o que seja cientificamente a conjugação de vários fenómenos meteorológicos, todos a trabalhar para o mal, têm Hollywood para ajudá-los a imaginar o que nos pode esperar: em Tempestade Perfeita (filme de 1991), George Clooney combatia ondas de dez andares. Estão a ver uma coisa assim a vir pelo mar fora, humm, deixa-me ver, pelo Mediterrâneo... Um que percebeu o sentido da fórmula de Clinton foi David Cameron, também presente em Munique. Pediu desculpa pelas ligações ao Reino Unido dos recentes ataques terroristas islâmicos na Suécia e Dinamarca: "Os nossos governos têm sido demasiado condescendentes com quem não dá valor à democracia e igualdade de direitos", disse o primeiro-ministro britânico. Que acrescentou: "A Europa precisa de despertar para o que está a ocorrer nos nossos países." Repararam? O Egipto, a ferro e fogo, e Cameron a falar do que "ocorre nos nossos países..." Não é egoísmo a mais? Não, é acordar para a realidade. por FERREIRA FERNANDES
no DN

dias contados
Fascismo nunca menos
Acompanhar a erupção da "rua árabe" no site do Bloco de Esquerda é uma experiência extraordinária. Nem os esforços do BE em prol da legalização da cannabis justificam o ar que por ali se respira. Além disso, o site tem a vantagem de esclarecer os indecisos sobre o partido a tomar face à dita "rua", visto ser mais fácil a um cidadão sensato ficar contra aquelas revoltas populares depois de perceber que o BE está a favor.
A favor é favor. Um destes dias, entre diversas apologias da luta pela "liberdade", o esquerda.net publicou e, supõe-se, subscreveu um texto de Slavoj Zi?zek. Zizek, filósofo "pop" especializado em pregar a pasmados o evangelho da liberdade, do anticapitalismo, do anti-semitismo e da legitimação da violência, começa por atacar o receio que os acontecimentos na Tunísia e no Egipto inspiram ao Ocidente, ou à parcela do Ocidente que não fuma as mesmas substâncias usadas pelos discípulos do dr. Louçã. De seguida, classifica os acontecimentos: uma revolta "na melhor tradição democrática secular", em que "as pessoas simplesmente se revoltaram contra um regime opressivo, a sua corrupção e pobreza, e pediram liberdade e esperança económica"…
por ALBERTO GONÇALVES
mais no DN

…e como, democraticamente, se deve conceder o direito à asneira pode ler as cretinices d’
O princípio do fim?