quarta-feira, 2 de maio de 2007

Arguidos?


Arguidos cheiram bem porque cheiram a Lisboa
(...)
Como já alguém respeitável escrevia um destes dias , ser arguido hoje em Portugal é quase um «must». As consciências e as sensibilidades andam tão assanhadas que se tornou um hábito interpor processos por tudo e por nada e é difícil encontrar um delegado do MP que não tenha no seu currículo a constituição de arguido de uma figura pública detentora de um cargo numa autarquia .Como também já tive ocasião de aqui escrever, para adquirir a qualidade de arguido não é preciso muito nem muitas pessoas e, valha a verdade, não é preciso sequer uma réstia de verdadeira culpabilidade. Basta que exista um indivíduo que junte um inimigo ( ou adversário político...) e dois amigos desse inimigo que aceitem ser testemunhas de um suposto facto ilícito, com um membro do Ministério Público que prefira endossar o trabalho e a responsabilidade para um juiz de instrução e já temos um arguido para uns meses. Se depois arranjarmos um juiz de instrução sem vontade de ter trabalho aturado para sanear os factos aduzidos e as aleivosias declaradas e propenso a mandar para julgamento tudo o que não lhe parecer obrigatoriamente impossível , então temos arguido garantido para uns anos. (...) JN Quarta, 2 de Maio de 2007 Manuel, Serrão, Empresário