sábado, 13 de fevereiro de 2010

Plano de Sócrates para controlar a comunicação social ia além da TVI - Sol


Com a manchete “O polvo”, o semanário Sol dá conta hoje de que o executivo de José Sócrates tinha um plano para controlar a comunicação social através de um novo grupo de media controlado pela Portugal Telecom. Segundo o Ministério Público de Aveiro, a compra da TVI pela PT era apenas o pontapé de saída para possibilitar a emergência de um grupo de comunicação social favorável ao governo. Avança o jornal que os magistrados consideram que existem “indícios fortes” de que estava “directamente envolvido o governo, nomeadamente o primeiro-ministro.”O jornal revela que os investigadores acreditam que existem um “esquema” – expressão utilizada pelo banqueiro Armando Vara – que resultasse na “interferência editorial de órgãos de comunicação social, visando claramente a obtenção e benefícios eleitorais.” O plano para controlar a comunicação social começava por comprar um grupo de media que fosse parceiro. As hipóteses começaram pela Cofina (dona do Correio da Manhã) ou a Impresa de Pinto Balsemão. Como última hipótese surge a Controlinveste, detentora do Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e a TSF. O jornal refere que a operação seria feita em conjugação com a PT, a Ongoing, liderada por Nuno Vasconcelos e Rafael Mora.O procurador João Marques Vidal é citado por afirmar que a concretizar-se o negócio “poderiam resultar prejuízos económicos para a PT que previsivelmente seriam ‘pagos’ com favores do Estado ou no mínimo colocariam decisores políticos na dependência dos decisores políticos” no despacho que fundamenta as primeiras certidões extraídas do processo “Face Oculta” e acrescenta: tudo somado seria uma “corrupção dos fundamentos do Estado de Direito democrático.” Apesar da providência cautelar interposta pelo administrador da PT, Rui Pedro Soares, que impedia a publicação das escutas, a direcção do Sol fez sair o jornal esta manhã com novas escutas, retiradas do processo Face Oculta, de conversas entre Armando Vara , Rui Pedro Soares e Fernando Soares Carneiro, também administrador da PT. A direcção diz não ter sido oficialmente notificada da providência cautelar.Em declarações ao i, o administrador da PT comenta a decisão do semanário. Rui Pedro Soares diz que "O facto de alguém fugir a notificações dos tribunais diz muito sobre o seu respeito pela justiça."Num documento publicado no site do jornal, a direcção faz saber que “tomou conhecimento através da comunicação social de uma providência cautelar interposta por uma figura citada nas notícias, não tendo sido notificado, porém, nenhum membro da administração da empresa ou da direcção do jornal.”O comunicado da direcção surge no seguimento da entrega de uma cópia da notificação a um segurança na redacção do jornal. uma providência contra o semanário mas visa apenas impedir a “publicação no jornal, em papel e ou formato informático, da transcrição de comunicações que envolvam o requerente.” Sol

nota interessante:
O presidente do sindicato dos Funcionários Judiciais diz que a providência cautelar não podia ser entregue ao segurança, já que ele não tem qualquer vínculo ao jornal.
O sindicato sublinha que este é mais um efeito da «privatização da Justiça», esclarecendo que não foi um oficial de Justiça que tentou entregar a ordem judicial, porque se tivesse sido não tinham acontecido tantas irregularidades.
A providência cautelar foi interposta pelo administrador da PT Rui Pedro Soares e visava a não publicação de notícias sobre escutas feitas no âmbito do processo Face Oculta que o envolvam.
tsf.