sexta-feira, 17 de junho de 2011

Centro de Estudos Judiciários: duas visões

a professora:
E JUSTIÇA COMEÇA NO CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS!....
Fui professora durante muitos anos. Tantos que cheguei a uma justa reforma que achei que iria ser o prémio do esforço feito e que me surge agora como um pesadelo ao pensar por quanto tempo a minha pensão me vai sustentar...
Mas não é sobre isso que quero aqui deixar a minha opinião. Ao longo desse tempo vi copiar, deixei copiar e pratiquei justiça castigando os que o tinham feito e valorizando os Honestos. Era uma atitude oposta à de outra forma de justiça que, por interesses obscuros, nivela todos e foi praticada às escancaras por quem deveria exactamente evitar as injustiças. Refiro-me à decisão dos iluminados do centro de Estudos Judiciários que, depois de terem a prova provada de que uma turma de futuros juízes tinha copiado o exame a castigou "duramente" com uma passagem colectiva com 10 valores justificando a atitude com a impossibilidade de datas para repetir as provas. Quem quer que foi que tomou esta decisão fê-lo para lavar as mãos e não arranjar inimigos. Sim, porque um dia poderiam vir a ter de ser julgados pelos pequenos justiçados de uma forma de vingança "dolorosa". Tenho pena dos que estudaram e não copiaram. Foram postos no mesmo molhe de lixo. Mas o que mais me assusta é que os sentenciados a tão dura pena um dia me podem aparecer num júri e aplicarem-me a imagem que têm deles próprios. Com estes justiceiros como vamos acreditar na justiça?. por Gaivota Maria no Sermões da Provincia

o advogado:
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público tornou pública uma posição ética sobre o copianço no CEJ
É uma vergonha a situação de copianço no CEJ e mais incompreensível a posição da Direcção do CEJ.
Já a do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público é ética, censurando e exigindo responsabilidades.
Nem venham dizer que isto é um ataque a magistrados.
Trata-se é de dar o nome verdadeiro a uma fraude no CEJ.
Os alunos do CEJ envolvidos não terão credibilidade.
Num momento em que a Justiça é considerada um cancro passar uma esponja pelo caso é prejudicar o bom nome de Portugal.
Devem pois ser considerados todos inaptos e aberto novo concurso.
Esta é a única solução credível, razoável para o caso que mancha a ideia de magistratura.
A direcção do CEJ agiu mal e dessa forma só contribui para retirar credibilidade à magistratura, além de que deverá ser aberto processo crime para investigar o que se passou.
por Jose Maria Martins