quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Crise e governabilidade - o estado a que isto chegou

O nosso ex-presidente apresenta hoje no oficioso DN um excelente diagnóstico da situação critica a que chegámos. Seguramente, ao escreve-lo lembrou-se do tempo em que foi primeiro-ministro de um governo, "bloco central", controlado pelo FMI. A situação era semelhante áquela que hoje se nos depara: desemprego, falta de crédito para pagar responsabilidades do Estado (incluindo os vencimentos dos funcionários publicos)...
O dinheiro necessário veio, mas tutelado e com ele a famosa expressão "apertar o cinto".

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A situação portuguesa está a deteriorar-se, perigosamente, acho eu, tanto no plano económico-social como político-institucional e moral. E o pior é que assim vai ser muito difícil vencer a crise global de que - atenção! - estamos longe de ter saído. Tanto a União Europeia como nós. Mas não basta fazer o diagnóstico da situação. É necessário um plano estratégico concertado de ataque à crise e, sobretudo, agir em conformidade com ele.
Todos os meus leitores sabem que, por natureza, não sou pessimista. Antes pelo contrário. Mas procuro ser realista. Sinto junto das pessoas com que contacto, de todas as condições sociais, do litoral e do interior, que há uma grande incerteza - e mesmo preocupação - quanto ao nosso futuro colectivo. Não estamos ainda perante uma crise de regime, como alguns profetizam, mas para lá caminhamos, se a sociedade civil e, especialmente, os partidos - do Governo e da oposição - não forem capazes de criar um mínimo de concertação para podermos mudar as coisas. Obviamente, com o concurso activo dos parceiros sociais - sindicatos e associações patronais - numa perspectiva dos interesses próprios, mas também, para bem deles, do interesse nacional.
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Crise e governabilidade - Opinião - DN

Mário Soares que sabe que a solução passa necessáriamente por uma "operação mãos limpas" no interior do seu partido (os outros serão necessáriamente seguidores...) não indica a medicamentação correcta para este seu diagnóstico.
O ex-candidato também sabe que se fosse Presidente isto já não era "o estado a que isto chegou".