O ministro da Saúde irá ao Parlamento responder aos deputados sobre a polémica exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho por causa de um cartaz que gozava com declarações do próprio governante. A oposição, que acusa o Governo de ser "intolerante à crítica", de estar a "asfixiar a democracia" e de perseguição política, já fez saber que exige mais explicações de Correia de Campos. A resposta é pronta: "O senhor ministro estará sempre disponível para ir à Assembleia da República", disse ao DN a sua assessora de imprensa.
Mário Soares diz que Governo sai prejudicado com decisão do ministro
"São coisas desagradáveis porque fazem mossa no Governo e são fáceis de contestar. E acho que devia ter sido evitado, porque há certas coisas que não se devem fazer e, em vez de disciplinar, indisciplinam", defendeu o antigo presidente da República numa entrevista à SIC Notícias.
Correia de Campos considera que as críticas de perseguição política "são completamente infundadas". O ministro da Saúde diz que Maria Celeste Cardoso "demonstrou incapacidade para o exercício do cargo ao não impedir que uma sala de espera fosse utilizada como um local para a batalha política" e que "violou o dever de lealdade e isenção política". O cartaz - uma fotocópia de uma entrevista do ministro ao JN em que este dizia: "Nunca vou a um SAP nem nunca irei!" - foi colocado pelo médico António Salgado Almeida, afecto à CDU. Que assumiu ter acrescentado o comentário: "Atenção! Você está num SAP! Fuja! Faça como o ministro da Saúde deste país e corra para a Urgência de Braga."
A directora do centro foi substituída pelo vereador socialista da Câmara de Ponte da Barca, Ricardo Armada. DN Domingo, 1 de Julho de 2007 GRAÇA HENRIQUES e SUSETE FRANCISCO