Onde há um militante da JS há um vigilante tenso actuando em nome do Bem da Pátria. Perseguindo o Bem, o vigilante acha-se naturalmente próximo do Divino. O Divino é quem é e ninguém o questiona: basta, ao vigilante tocado pela Graça, a Fé no Rumo e na Mudança. Escrevo isto em maiúsculas já que estou a falar de coisas muito sérias e optar pela prudência é o mínimo que se pode fazer porque nunca se sabe o futuro.
Já se percebeu que os vigilantes, uns mais jovens do que outros, andam aí aos molhos. Claro que qualquer cidadão arguto já se adaptou à emergência. Precauções a tomar:
- olhar para trás antes de dizer o que quer que seja nem que pareça baixinho;
- só ter opiniões com pessoas íntimas cuja confiança tenha sido submetida a testes prévios e convenientemente duros;
- em situações de risco, optar sempre por acenar a cabeça embora de maneira a que não se perceba se é claramente sim ou evidentemente não.
A linguagem é traiçoeira, mas o body language chega a ser menos seguro.
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DN Sábado, 7 de Julho de 2007 Ana Sá Lopes