domingo, 9 de janeiro de 2011

Alegre e Pyongyang


Em 1969 Manuel Alegre fez uma visita a Pyongyang para declarar o apoio à Coreia do Norte contra o imperialismo americano.

Pergunto-me o que aconteceria se uma notícia semelhante aparecesse sobre uma visita pessoal de um político de centro-direita a uma ditadura como o Chile de Pinochet na década de 70. Qual o escândalo que não haveria no panorama mediático? E será que a Coreia do Norte não é uma das ditaduras mais horríveis das últimas décadas? Claro que a resposta é simples: os critérios duplos que determinam o nível de indignação e choque na sociedade portuguesa. Se um político de esquerda tiver sido apoiante activo no passado de um regime totalitário não há problema. Se um político de direita comete o erro de dizer, sequer, uma palavra simpática para um regime ditatorial de direita, é imediatamente crucificado.
Para que não fiquem dúvidas, a minha opinião é, neste caso, a mesma que seria em situações semelhantes com outros políticos: Manuel Alegre foi a Pyongyang em 1969 apoiar o Grande Líder Kim Il Sung e clamar contra o imperialismo americano. Felizmente evoluiu para uma posição ideológica diferente e afastou-se de ideologias totalitárias. Não tem relevância para a campanha eleitoral em curso. Publicada por Nuno Gouveia em
O Cachimbo de Magritte