Nas relações PSD -CDS, não não podem sobrar dúvidas de que, se alguém tem razões de queixa, é o segundo partido em relação ao primeiro. Na verdade, se descontarmos a AD feita, no fim da década de 70, por Sá Carneiro e Freitas do Amaral, essa relação tem-se pautado pela permanente intenção assumida do PSD de fazer desaparecer o CDS do mapa eleitoral, como quase ia sucedendo no período cavaquista com o célebre “partido do taxi”. Depois disso, na coligação governativa de 2002, o partido de Portas, para além de ter mantido sempre um comportamento institucional exemplar, assistiu à fuga de Barroso para Bruxelas sem fazer um sinal de desagrado (embora se saiba que todo o governo foi praticamente apanhado de surpresa), e ainda se prestou a viabilizar o governo de Santana Lopes, quando podia muito bem ter provocado eleições e responsabilizado, com inteira justiça, o PSD por elas. Na eleição que ocorrerá no dia 5 de Junho, onde devia ser um imperativo nacional remover o PS do governo, os dois partidos só não surgem coligados por decisão do PSD . E, em cima disto, o CDS e o seu líder ainda têm que aturar os remoques do pessoal dirigente laranja – do pretérito, do presente e do vindouro – pelo facto do partido estar a subir nas sondagens, obrigação que é, obviamente, a de qualquer partido que se apresente a eleições, e que, infelizmente, o PSD parece não estar a conseguir. por rui a. no blasfemias