Foi necessário vir o senhor Munchau escrever no Finantial Times o quão surreal foi a comunicação de josé sócrates na semana passada sobre o acordo obtido com o FMI/UE/BCE para a maioria dos comentadores e jornalistas portugueses ousarem expressar opinião parecida.
Até aí, a comunicação onde sócrates explicou o que não constava do acordo – depois de ser a provável fonte de várias notícias informando de cenários ainda mais catastróficos de forma a que o resultado final até parecesse simpático por comparação, e deixando de lado, por simpatia para com os nossos martirizados canais auditivos, muito outras coisas que não constam do acordo (sei lá, que não constava do acordo uma taxa proibitiva a pagar por casais que tenham mais do que um filho, ou que também não constava a concessão a privados da gestão da Assembleia da República, ou outras ideias semelhantes) – era comentada como uma declaração incompleta que não esclarecia nada do acordo do governo com a troika (até a comentadoria pró-socialista se envergonhou de apoiar o conteúdo da comunicação socrática) mas como, claro!, uma comunicação muuuito eficaz na forma. por Maria João Marques n' o insurgente