quarta-feira, 20 de junho de 2007

Grandes projectos dos Socialistas nacionais VI : a reforma do Parlamento



Jaime Gama criticou a reforma do Parlamento proposta pelo seu partido - e cujo principal autor foi António José Seguro. Segunda-feira à noite, depois de um jantar do grupo parlamentar socialista em Tomar, onde os deputados do PS estiveram reunidos nos últimos dois dias, o presidente da Assembleia da República considerou "negativa" a ideia, proposta por Seguro, de se realizarem menos reuniões plenárias, reforçando em troca a actividade das comissões parlamentares. "A ideia correcta é mais trabalho em plenário e mais trabalho em comissões", disse Gama - que aliás também criticou os partidos por ainda não terem avançado na reforma do sistema eleitoral. Segundo disse, "o plenário é o lugar essencial do debate político, da discussão em sede de primeira leitura, da discussão fundamental das leis do país e também da sua votação", pelo que "o papel das comissões é muitíssimo relevante mas as comissões são do Parlamento, não são 18 parlamentos agregados numa federação". DN Quarta, 20 de Junho de 2007
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....o líder socialista não esqueceu a resposta indirecta a Jaime Gama, que na noite anterior criticara o rumo da reforma do Parlamento apresentada pelo PS . "Acompanhei a proposta, como é da minha obrigação, estou de acordo com ela e até fiz sugestões", acentuou Sócrates, depois de ter sublinhado que "nunca houve um líder de um partido com maioria absoluta que tivesse concordado com uma reforma que obriga o primeiro-ministro a ir mais vezes ao Parlamento".No elogio à proposta socialista, Sócrates foi ainda mais longe ao salientar ser no quadro de uma maioria absoluta que o PS "faz uma reforma, não para reforçar os poderes da maioria, mas para dar mais poderes às oposições". "Isto ficará na história do partido e diz tudo sobre o seu comportamento", disse e felicitou a bancada socialista.Antes, o líder parlamentar, Alberto Martins, também respondera a Gama (sem o citar) ao ter reafirmado a certeza de que a reforma parlamentar entrará em vigor a 15 de Setembro e que será "um passo no combate às rotinas, aos rituais instalados e a uma forma de fazer política herdada do século XIX". Prometeu ainda que a reforma não será de cosmética, mas nada disse relativamente à revisão da lei eleitoral, cujo atraso mereceu também críticas do presidente da Assembleia da República. JN Quarta, 20 de Junho de 2007
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A ideia de que tudo era uma mar de rosas entre os socialistas relativamente à reforma do Parlamento ficou abalada nestas jornadas parlamentares com as críticas públicas de Jaime Gama. O presidente da Assembleia da República, que não apresentou sugestões ao grupo de trabalho do PS liderado por António José Seguro, acabou por condicionar a discussão interna. AVC JN Quarta, 20 de Junho de 2007