Tiros de caçadeira, cocktails molotov, pedras e garrafas contra a esquadra, agentes e veículos policiais. "Parece um cenário retirado de um conflito armado de um país africano, mas é uma realidade em Setúbal", disse ao CM um alto responsável da Direcção Nacional da PSP, que admitiu: "O Grupo de Operações Especiais está de prevenção para entrar no bairro."
E não é para menos: ontem à tarde, quando os reforços do Corpo de Intervenção se tinham retirado, um grupo a bordo de um Honda Concerto disparou três vezes contra a esquadra. O sentinela e uma idosa que saía do prédio não foram atingidos por centímetros. E por pouco um dos cartuchos não entrava mesmo na esquadra. Já durante a madrugada, a PSP tinha sido alvo de um ataque coordenado com cocktails molotov e pedras (ver caixa).
"É o típico bate-e-foge de uma guerrilha", desabafou ao CM fonte oficial da esquadra da Bela Vista. "Neste caso urbana. São jovens que conhecem o bairro e que usam a arquitectura em seu favor. Como ontem [anteontem] à noite, quando atiraram cocktails molotov dos telhados e depois fugiram saltando de prédio em prédio", acrescentou a fonte.
A própria PSP já se apercebeu de que a Bela Vista pode ser o rastilho de uma bomba pronta a rebentar noutros bairros e, por isso, reforçou o trabalho do Departamento de Informações. Aliás, fontes policiais disseram ao CM que "por detrás dos ataques à PSP está um restrito grupo de cadastrados e jovens referenciados, em ligação com suspeitos detidos pela prática de inúmeros crimes violentos como carjacking e roubos de caixas ATM".
Agentes infiltrados na Bela Vista e noutros bairros problemáticos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, e informadores nas mesmas zonas, estão em contacto com as polícias que enfrentam os desordeiros. "Esta informação está a ser fundamental na organização dos esquema de policiamento na Bela Vista e na prevenção de alterações de ordem pública noutros bairros", disse fonte da PSP.
Entretanto, a tensão na Bela Vista mantém-se "em níveis muito preocupantes". "Vamos manter o policiamento musculado enquanto o grau de ameaça se mantiver", concluiu a mesma fonte.
Depois de terem arremessado pelo menos cinco cocktails molotov contra o Corpo de Intervenção da PSP, os mesmos jovens dispersaram. Mas voltaram a reunir-se já de madrugada para, de novo, causarem o caos. Num verdadeiro jogo do gato e do rato com a polícia, que durou quase até de manhã, os desordeiros incendiaram diversos ecopontos e caixotes do lixo em diferentes pontos da cidade. A táctica usada era a mesma. Atear e fugir. Os bombeiros não tiveram mãos a medir, mas as autoridades policiais pouco mais puderam fazer do que tomar conta das sucessivas ocorrências. Tal como na Bela Vista, ninguém foi detido. O medo agora é que, com a presença da polícia no bairro, os actos de violência desçam até ao centro da cidade sadina. E se até agora o medo já obrigava ao fecho do comércio mais cedo do que o habitual, o crescimento da violência pode mesmo matar o pouco que ainda resta. Correio da Manhã
E não é para menos: ontem à tarde, quando os reforços do Corpo de Intervenção se tinham retirado, um grupo a bordo de um Honda Concerto disparou três vezes contra a esquadra. O sentinela e uma idosa que saía do prédio não foram atingidos por centímetros. E por pouco um dos cartuchos não entrava mesmo na esquadra. Já durante a madrugada, a PSP tinha sido alvo de um ataque coordenado com cocktails molotov e pedras (ver caixa).
"É o típico bate-e-foge de uma guerrilha", desabafou ao CM fonte oficial da esquadra da Bela Vista. "Neste caso urbana. São jovens que conhecem o bairro e que usam a arquitectura em seu favor. Como ontem [anteontem] à noite, quando atiraram cocktails molotov dos telhados e depois fugiram saltando de prédio em prédio", acrescentou a fonte.
A própria PSP já se apercebeu de que a Bela Vista pode ser o rastilho de uma bomba pronta a rebentar noutros bairros e, por isso, reforçou o trabalho do Departamento de Informações. Aliás, fontes policiais disseram ao CM que "por detrás dos ataques à PSP está um restrito grupo de cadastrados e jovens referenciados, em ligação com suspeitos detidos pela prática de inúmeros crimes violentos como carjacking e roubos de caixas ATM".
Agentes infiltrados na Bela Vista e noutros bairros problemáticos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, e informadores nas mesmas zonas, estão em contacto com as polícias que enfrentam os desordeiros. "Esta informação está a ser fundamental na organização dos esquema de policiamento na Bela Vista e na prevenção de alterações de ordem pública noutros bairros", disse fonte da PSP.
Entretanto, a tensão na Bela Vista mantém-se "em níveis muito preocupantes". "Vamos manter o policiamento musculado enquanto o grau de ameaça se mantiver", concluiu a mesma fonte.
Depois de terem arremessado pelo menos cinco cocktails molotov contra o Corpo de Intervenção da PSP, os mesmos jovens dispersaram. Mas voltaram a reunir-se já de madrugada para, de novo, causarem o caos. Num verdadeiro jogo do gato e do rato com a polícia, que durou quase até de manhã, os desordeiros incendiaram diversos ecopontos e caixotes do lixo em diferentes pontos da cidade. A táctica usada era a mesma. Atear e fugir. Os bombeiros não tiveram mãos a medir, mas as autoridades policiais pouco mais puderam fazer do que tomar conta das sucessivas ocorrências. Tal como na Bela Vista, ninguém foi detido. O medo agora é que, com a presença da polícia no bairro, os actos de violência desçam até ao centro da cidade sadina. E se até agora o medo já obrigava ao fecho do comércio mais cedo do que o habitual, o crescimento da violência pode mesmo matar o pouco que ainda resta. Correio da Manhã